Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 18 de maio de 2013

Lembranças da meia noite. Um delicioso franguinho caipira.


Lembranças da meia noite.
Um delicioso franguinho caipira.

Dois dias sem poder sentar na minha varanda as tardes como faço todos os dias. Uma chuvinha fria, tempo frio e eu não tive como ficar no meu cantinho favorito e ver os vizinhos passarem. Alguns devagar outros nem tanto, uns a pé outros de carro. No céu uma bruma cinzenta. Melhor ficar na sala, bem agasalhado se não a tosse aumenta. Nenhum programa interessante na TV. Minha mente vasculha o passado e o presente. Percebi que um aroma de alguma coisa frita pairava no ar. O vizinho talvez estivesse fazendo um franguinho na brasa de sua churrasqueira. Agora sim fui buscar lá nos meus dezesseis anos quando eu e nossa Patrulha Sênior comemos um franguinho com este aroma que sentia.

As lembranças avivaram mais minha memória. Éramos cinco. Soubemos que uma cidadezinha atrás das montanhas da Lua existia uma companhia de bandeirantes. Surpresa. Nunca tínhamos visto nada igual. Fizemos um programa de três dias. Um e meio em Taumim, e o saldo viajando. Bicicletas é claro. Uma jornada e tanto. Mais de trezentos e cinquenta quilômetros. Chegamos à noite em Itaumim. De manhã soubemos que era dia da cidade e haveria desfile. Meu Deus! Mais de cem moças. Todas lindas com seu uniforme de brim azul e lencinho no pescoço. O desfile terminou e as bandeirantes sumiram. Procuramos e nada. Parecia que os pais esconderam as meninas a sete chaves. À noite resolvemos ir embora. Novo rumo. Tarumirim e Residência. Daí pela Rio Bahia retorno a nossa cidade. Bicicletas furando pneu, quebrando raios e duas da tarde sem chegar a Tarumirim. Quanto atraso.

Lembrei que iriamos passar em frente na fazenda de um tio meu. Ele era americano. Tio Jerry. Casou com minha tia irmã de meu pai. Uma bela fazenda. Paramos lá por volta das três da tarde. Ele estava na varanda da fazenda. Recebeu-nos com uma alegria tremenda. Disse que fora Escoteiro em Minneapolis nos Estados Unidos. Chamou dona Ana sua empregada para providenciar um almoço para nós. Gente, que almoço. Quatro e meia da tarde e lá estava na mesa da cozinha, enorme, um franguinho frito com batatas fritas, rodelas de cebola crua, um tutu de feijão com torresmo, um arrozinho solto e linguiças de porco legítimas feitas lá na fazenda. Nos refastelamos. Só lá pelas nove da noite meu tio Jerry nos deixou ir embora. Ficou horas contando para nós sua vida de Boy  Scout. Fora uma viagem e tanto. Não nos deixou ir pedalando. Tinha um "Velho" caminhão GMC e lá colocamos as bicicletas e nos levou até residência. Às onze da manhã estávamos cruzando a ponte sobre o Rio Doce. Entrada da nossa cidade.

Até hoje me lembro do franguinho caipira. Hoje isto não existe mais. Só quem um dia saboreou sabe o que significa um almoço deste. Ainda acho que existem no interior fazendas como a do Tio Jerry. Um americano que sempre valorizou a boa mesa das nossas Minas Gerais.

Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem, um ótimo domingo. São meus votos. Inté!   

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