Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Lembranças da meia noite. As tardes são para os velhos escoteiros.


Lembranças da meia noite.
As tardes são para os velhos escoteiros.
                    
  
Eu gosto de ver as tardes chegando. São belas. Algumas têm um lindo por do sol, outras uma garoa gostosa e tem aqueles de frio e chuva torrencial. Não importa. Ela sempre me encontrará sentado na minha varanda, para mim um local delicioso e para outros uma varanda comum. Sei que ela faz parte do meu lar. Eu chamo da Morada da Felicidade. Na maioria das vezes a Celia está do meu lado. Ela tricotando e eu pensando. Ficamos horas em silencio. Talvez nossos pensamentos se cruzam.

Minha morada é simples. Nada de palacete, nada de casarão. Uma casa pequena, em uma rua comum, em um bairro de periferia, mas que não o troco por nenhum outro. É uma morada humilde. Eu a tenho em alta conta. Não preciso de mais. Muitos fizeram de suas casas o sonho que tiveram em suas vidas. Eu nunca tive este sonho. Sei que quando me for só levarei o que fiz de bom e ruim. Serão somente as obras que irão prevalecer do outro lado da vida. 

                     Hoje estive pensando na chuva, na garoa fina que se espalhou por toda a manhã. Lembrei-me das garoas, das chuvas que um dia me maravilhou em muitos acampamentos espalhados pelo nosso país. Lembrei um dia de chuva fria e gelada no Pico da Bandeira, de uma densa neblina no Itatiaia, das chuvas torrenciais quando acampava no Rio do Peixe. Lembrei-me quando resolvemos explorar onde se deu o desastre que vitimou os escoteiros e Caio Martins na Serra da Mantiqueira.

 A chuva era incessante. Lembrei-me de trovões que marcaram uma época. Da árvore que caiu em cima de nossa barraca suspensa provocada por um raio delicioso. Risos. Quantas e quantas noites passamos debaixo de chuva, molhados, sorrindo e cantando o Rataplã. A descida perigosa da Serra Da Piedade, onde chovia há três dias sem parar. De quantas e quantas noites choveu na Serra do Cipó. Na travessia do Rio Doce em uma jangada de piteiras, com o rio cheio, e a chuva não parava. Foram centenas de lembranças. Para cada uma delas um sorriso de um tempo que não volta mais.

                    Olhei para a Celia. Ela parecia dormitar ali na varanda com seus apetrechos de agulhas, linhas e afins. A noite chegava calma e gostosa. Uma brisa fresca no ar. O céu carregado de nuvens brancas e cinzas. Lá ao longe a cidade de pedra piscava radiantes suas luzes aos nossos olhos. Hora de dormir. De descansar. De orar e pedir a Deus por aqueles que precisam. De agradecer a ele a vida que nos deu. Sem ostentação sem riqueza, mas cheia de felicidade.

Durmam bem meus amigos. Durmam bem. Que a terça seja linda e que as esperanças continue com cada um de vocês! Boa noite! 

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