Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lembranças da meia noite. Onde este meu amigo foi parar?


Lembranças da meia noite.
Onde este meu amigo foi parar?

Seu nome completo nunca esqueci. Leôncio Soares de Oliveira (nome fictício). Fomos amigos por uma vida. Entrou com onze anos na tropa Escoteira. Eu já estava com treze. Ficamos amigos inseparáveis. Andávamos sempre juntos. Como Sênior namorava e ele ao meu lado. Mil e uma atividades juntos. Sempre teve uma queda para fazer as coisas erradas. Mas tinha boa intenção. Achou que tinha inventado um “porta vela” para barracas. Quase se queimou por inteiro e a barraca também. Fez uma armadilha para um porco do mato. Disse que iriamos comer carne de primeira por quatro dias. Ele mesmo foi lá olhar e caiu na sua própria armadilha. Berrou por mais de duas horas pendurado pelo pé.

Sem ninguém saber levou para o campo um maço de Liberty. Cigarro forte na época. Fumou uns quatro. Fomos tomar banho e ele ficou fazendo o jantar. Sopa de macarrão com batatas é claro. A linguiça comemos no almoço e tinha acabado e não conseguimos nenhum pássaro para um assado. Interessante. Fiapos de linguiça na sopa. Onde ele tirou? Comemos. No dia seguinte contou. Ele passou mal com o cigarro e a linguiça do almoço foi misturada a sopa. Correu quatro quilômetros até a casa do Tonho Vaqueiro. A Patrulha em peso querendo dar uma surra nele. Aprontou muitas. Mas eu gostava dele. Já por volta da década de sessenta ele me aparece em casa com um corcel zero. Célia gostava dele. Sou engenheiro da CSN. Ficou lá em casa quarenta dias. E o emprego Leôncio? Ele ria. Arrumo outro. Sumiu. Apareceu um ano depois com uma moça. Minha esposa disse. Vinte dias depois o chamei em um canto. Precisa ter sua casa amigo – tudo bem me vou embora.

Voltou seis meses depois com outra moça. Falei - Um dia e você desaparece da minha casa. Olhou para mim e chorou. E nossa amizade? Nada feito. Meu coração partido. Sumiu no dia seguinte. Em noventa recebi um telefonema dele. Acertei minha vida. Sou professor da faculdade da cidade onde moro. Venha me visitar! Vai conhecer minha família. Tenho cinco filhos. Parabéns eu disse. Nunca fui. Em 2003 recebi uma carta do Tãozinho, também da Patrulha. Leôncio Morreu. De tanto beber, virou um trapo. A faculdade o mandou embora. Destino. Ninguém foge dele. Acho que cada um escolhe o seu.

Boa noite meus amigos e amigas. Um dia quente, mas produtivo. Tomei uma dose de uísque maior do que costumo tomar. Preciso de cama. O corpo está uma “moleza” Risos. Durmam bem. Uma linda e proveitosa terça! 

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