Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 26 de junho de 2014

As aventuras de Marquito, o lobinho que queria voar.



Lendas Escoteiras
As aventuras de Marquito, o lobinho que queria voar.

                     Marquito não pensava em outra coisa. Tudo bem que era estudioso e obediente, mas tinha uma ideia fixa. Uma verdadeira obsessão. Ele sonhava em voar. Aquilo ficava em sua mente desde que acordava até quando ia dormir. Como fazer? Como deslizar pelo céu como se fosse uma águia dourada levada pelo vento? Ele pensava. Havia de ter um jeito. Sua mãe começou a ficar preocupada. Leu sobre meninos que vestindo uniforme de Batman, Super Homem pulavam de árvores ou de sacadas de apartamentos. Ela tinha medo e conversava sempre com ele. - Não se preocupe mamãe, nunca colocarei minha vida em perigo. Ela acreditava. Sabia que Marquito além de ser um bom filho era também um grande lobinho. Sempre recitava para ela as Leis do Lobinho e nunca deixava de dizer que o Lobinho ouve sempre os velhos lobos.

                    Na Alcateia todos sabiam do seu sonho. Ninguém ria dele, pois o respeitavam muito. Nonô e Maryangela de sua matilha verde sempre eram seus ouvintes favoritos. Ele contava tudo que aprendia e lia sobre como voar pelos céus. Um dia sua mãe comprou um computador para ele. Ele sonhava em ter um. Fazer pesquisas, já pensou? Não deu outra. Voltando da escola, após fazer seus deveres escolares lá estava Marquito pesquisando – Um Ultra Leve pode com facilidade ser montado ou armados na área de decolagem. E também desmontados ou desarmados na área de pouso. Um Ultra Leve deve ter o peso máximo igual ou inferior a 70 kgf. Marquito anotava tudo. Agora os materiais para construir um em casa. Aço inox? Impossível. Tela de poliéster e fibra de vidro? Nem sabia o que era isto. Mas embaixo uma noticia o animou. Com madeira você pode construir um ultraleve por menos de dez mil reais, claro sem o motor. Ele não tinha, mas sabia onde conseguir. Na Madeireira do Seu Leopoldo. Ele lhe daria tinha certeza. Afinal era o pai de Maryangela e da diretoria do Grupo Escoteiro.

                     Não foi fácil convencê-lo. Ele e Maryangela ficaram horas falando e falando. – Tudo bem, vou lhe dar disse – Mas quero ver toda semana seu trabalho. Beleza! Mãos a obra. Pegaram o desenho na internet. A alcateia em peso ia todos os dias no quintal da casa de Marquito para ver sua construção e ajudar. Não foi fácil. Terminaram três meses depois. Uma geringonça de madeira. Seu Leopoldo deu risadas. Isto nunca vai voar. A Akelá foi lá para ver. – Valeu Marquito. Valeu o esforço. Quem sabe agora ele desistia desta ideia estapafúrdia de voar? – Nada disto. Com a colaboração da Matilha azul, amarela e a sua a verde, levaram o ultraleve para um morro próximo. – Sem motor? - Perguntou Nonô. – Não se preocupe. Ele vai voar disse Marquito. Parecia que ele adivinhava. Um pé de vento se aproximava. Marquito e Maryangela se amarraram na geringonça. O vento os pegou em cheio. Subiram aos céus. Alto. Muito. O vento se foi. O Ultraleve plainava. Incrível!

                     A cidade inteira na rua. Os carros pararam. O povo boquiaberto. Lá em cima Marquito e Maryangela cantavam a plenos pulmões – “A promessa de Mowgly era matar o Shery Cann, para a paz de seu povo de Akelá e o seu Clã!” – Uma festa. Foguetes apareceram não se sabia de onde. Pousaram no Aero Club local. Dois pilotos o seu Jonas e o seu Martinho foram olhar. Não entenderam nada. Como aquele monte de taboas pregadas de qualquer jeito plainou? O povo todo chegou ao Aero Club. Uma salva de palma. Marquito e Maryangela foram carregados. No sábado na reunião, abraços, parabéns e ambos foram chamados na diretoria. Sorrisos. Era a vez dos Diretores darem os parabéns pensaram.

                          Lá estavam os diretores do grupo, o Diretor Técnico,
A Akelá o Balu o delegado, o tenente da aeronáutica e sua mãe! Nossa! Mas não foi nada do que eles pensaram. Falaram tanto. Das normas de segurança para aviação, de voar sem permissão, de ser menor de idade, enfim, eles ouviram tudo calados. O tenente pediu a Marquito que nunca mais fizesse isto. Ele prometeu. Voltaram para a reunião de Alcateia. Cabisbaixos. Olhando seus amigos de esguelha. Todos vieram correndo para abraçá-los. Marquito sorriu, mas ele tinha palavra prometeu que nunca mais faria aquilo e o lobinho diz sempre a verdade.


                          Um dia sua mãe o viu pesquisando na internet. O que procura Marquito? Nada mamãe, eu estou vendo o que é ser abduzido. Dizem que os alienígenas abduzem os terráqueos para levá-los em seu disco voador. Já pensou se eu fosse voar em um? A mãe de Marquito se assustou. De novo? - Não se preocupe mamãe. Prometi não voar mais lembra? Bem, a história termina aqui. Mas os sonhos de Marquito? Não sei. Dizem que sonhos de criança não terminam nunca. Eu que os diga nos meus sonhos aventureiros que um dia fiz neste mundão de meu Deus!

domingo, 22 de junho de 2014

Viver!


Hora de dormir, juntar na mente o que fizemos de bom e melhorar para o amanhã!
Viver!

Frequentemente me perguntam quantos anos tenho. Mas isso que importa? Tenho a idade que quero e sinto. A idade em que posso gritar sem medo o que penso. Fazer o que desejo, sem medo do fracasso ou do desconhecido. Tenho a experiência dos anos vividos e a força da convicção dos meus desejos. Que importa quantos anos tenho! Não quero pensar nisso… Uns dizem que já sou velho e outros que estou no apogeu. Mas não é a idade que tenho, nem o que dizem as pessoas, mas o que meu coração sente e o meu cérebro diz.

Tenho os anos necessários para gritar o que penso, para fazer o que quero, para reconhecer velhos erros, retificar caminhos e aferrolhar êxitos. Agora, não têm mais porque dizer: És muito jovem… não conseguirás. Tenho a idade em que as coisas se olham com mais calma, mas com o interesse de continuar crescendo. Tenho os anos em que os sonhos se começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança. Tenho os anos em que o amor, às vezes é uma chama louca desejosa de consumir-se no fogo de uma paixão desejada. Outras, um remanso de paz como a praia ao entardecer. Quantos anos eu tenho? Não necessito dizer um número, pois, meus anseios alcançados, os triunfos conseguidos, as lágrimas que pelo caminho eu derramei ao ver as ilusões desfeitas… Valem muito mais do que isso.

Que importa se cumpro vinte, quarenta, ou sessenta! O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela vereda, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus desejos. Quantos anos eu tenho? Isso a quem importa! Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto.
(Do Boletim de Abril dos SGAA Argentina)


Boa noite meus amigos e amigas, um sono leve delicioso e um despertar com muita paz e amor no coração.

sábado, 21 de junho de 2014

O peixe da boca torta.


Conversa ao pé do fogo.
O peixe da boca torta.

Uma das coisas que eu mais gostava quando acampava, era pescar. Adorava. Muitas vezes após o horário das atividades escoteiras lá pelas onze da noite, eu ia pescar alguns bagres e traíras. A noite era o melhor horário para esses peixes. Afinal comer só linguiças não dava. Não levávamos mais nada para completar o arroz, feijão, batata e macarrão. Portanto o peixe era uma mão na roda. Na minha mochila sempre tinha três linhas para pescar. Uma para peixes miúdos, linha fina e chumbada pequena. Outra com dois anzóis. Linha número dois, chumbada média, para pescar peixes até meio quilo. E a mais grossa, três anzóis, numero três para pescar peixes acima de meio quilo.

Claro, podem até duvidar, mas no Rio Piranga com apenas nove anos eu peguei um piau de mais de cinco quilos. Comemos peixe à vontade e ainda dividimos com o Antonio Vaqueiro que não saia de nosso acampamento. O danado tinha 14 filhos! Nunca faltava peixe em nossa cozinha. Os demais patrulheiros gostavam de comer de pescar não. Mas eu adorava. Na beira do córrego, da lagoa, do rio ou de uma represa eu era “bamba” na pesca. Usava duas espécies de isca. Um pedaço de queijo partido em fatias pequenas e minhocas, sem esquecer lesmas e coração de boi. Na época conhecia dois tipos de minhocas, a puladeira e a preguiçosa. Fácil de conseguir em qualquer barranca.

Lembro de uma vez que fomos acampar no córrego dos “Pintos”. Uma aguada excelente. O riacho corria por quilômetros sobre pedras, fazendo belas cachoeiras e corredeiras. Nós nos divertíamos a valer. Claro, só íamos às partes rasas. Próximo onde acampávamos ficava uma curva sinuosa do riacho. Uma parte ficava represada e devido a chuvas fortes na barraca se juntava muitos paus e diversos tipos de arvores arrastadas pela correnteza. Um pesqueiro dos melhores.

Uma época onde se preservava a natureza. Nada de garrafas “pet” sacolinhas e latas vazias de cerveja. Lembro como se fosse hoje, que no segundo dia pela manhã falei com Romildo nosso monitor que iria pegar uns peixes para o almoço. Nosso campo já possuía todas as pioneirias necessárias e pela manhã não estávamos fazendo nada. Com minha faca escoteira fui à barranca, lá tinha um pequeno bambuzal de bambus chineses. Perfeito para pescar.

Ali ao lado um pequeno lamaçal. As minhocas a rodo. Peguei na beira do córrego duas folhas de inhame amarelo, que não servia para comer. Suas folhas eram enormes. Muito usada como copos na falta destes. Com barro e muita minhoca enrolei a folha e fui para o meu lugar favorito. Mas de dez minutos e nada. Nenhum peixe mordia. Nenhum puxão. Notei um peixe próximo com a boca para fora da água. O danado tinha a boca torta. A água estava meio turva, mas deu para ver que era uma Cará. Das grandes. Daria uma boa fritada. Jogava o anzol próximo e ela nada. Ficamos assim no jogo de gato e rato e desisti.

Voltei ao campo e esqueci na beira do remanso, minhas iscas amarradas na folha de inhame. Depois do almoço voltei lá. Em nossa programação só pelas quatro iríamos até a casa do Zé do Boi, um fazendeiro amigo. Ele sempre insistia que fossemos lá. Gostava de sentar fora da sua choupana e contar “causos e causos” pitando um cigarrinho de palha. O danado era bom nisso, pois ficávamos horas e horas ouvindo e só voltávamos tarde da noite. Sua esposa dona Hortência sempre fazia um “quentado” para nós.

Na volta, fui direto ao “pesqueiro”. As iscas desapareceram. Alguém desamarrou as folhas de inhame e as minhocas sumiram. No outro dia cedo, lá fui eu de novo. Peguei muitas minhocas. Logo ela apareceu. A danada da cará e sua boca torta. Nenhum peixe. Quando desisti por volta das onze da manhã, e vinha saindo, um redemoinho de peixes se formou. A cará da boca torta deu vários pulos como se estivesse rindo. Pensei comigo. Aguarde! Vou comer você frita!

Depois do almoço todos foram até o morro onde se avistava toda a cidade onde morávamos. Iriam treinar semáforas. Não fui. Voltou ao “pesqueiro” de novo as minhocas se foram. Quem estaria desamarrando as folhas? Fiquei ali até as cinco. Nada. Não pegava nada. Ao ir à danada da cara da boca torta pulava e um redemoinho de peixes se formava. Parecia que ela estava rindo de mim. Fiquei toda tarde e a noite fazendo um “balaio” de taquaras. Era bom nisso. Fiz um belo balaio.

No dia seguinte, voltei lá. Sabia que não ia pescar nada. Fingi que vinha embora e quando a cará pulou e os peixes pularam joguei o balaio e pulei na água. Levantei o balaio e lá estava ela, a bela cará e sua boca torta. Mais de um palmo e meio. Sai da água, olhei para ela e disse – E agora ladrona de minhocas, vai dar sua risada? Ela fechou os olhos, mexeu com a boca e parece que saiu um pequeno gemido. Não aguentei. Joguei-a de novo na água. Ela começou a pular e o cardume em sua volta pulando também.

Naquele acampamento só comemos linguiça. Peixes? Nem pensar!


PS – Não é historia de pescador. É História de escoteiros e suas lembranças extraordinárias! 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Na beira do caminho tinha uma flor, tinha uma flor na beira do caminho.


Hora de dormir, sonhar com um mundo melhor.
Na beira do caminho tinha uma flor, tinha uma flor na beira do caminho.

Era um sol do meio dia. Quente, fervendo o sangue do Escoteiro caminhante. Mal dava para olhar a frente de tão quente... O chapéu de abas largas tentava segurar os raios solares. A camisa ensopada. Ele pensou em tirar o lenço e a camisa. Ficar com a camiseta que estava por baixo. Mas esqueceu desta vontade. Aprendeu a andar uniformizado onde fosse. Não importa se tinha alguém a vê-lo ou não. Há horas esperava encontrar uma arvore frondosa, a beira do caminho. Nada. A estrada era de terra e quase não cabiam dois veículos passando um pelo outro. Ele sabia que ainda tinha chão para percorrer. Não fora com sua patrulha pela manhã. Prova de matemática. Um mais dois cinco mais oito e ele aprendeu a tabuada assim nas jornadas da vida. Agora não. Não calculava a soma divisão ou a multiplicação. Precisava parar para descansar, mas e a árvore frondosa que não aparecia?

Tirou seu cantil e bebeu dois goles. Não mais. Ele não sabia quanto tempo tinha para encontrar um riacho. Ali era impossível. Tudo estava seco, nem o verde do campo se via. O chão do caminho era terra pura. Se chovesse valha-me Deus o barro que daria. Um, dois, quatro seis quilômetros de pé no chão. Sua mochila pesava. Ele estava acostumado. Bastava encontrar uma arvore frondosa, um cochilo e ele andaria outros seis se necessário. E os pássaros? Ele não via nenhum. Naquele sol escaldante nem pássaro se arriscaria a voar pelos céus. Ele passou por ela. Na beira do caminho. Nem reparou. O sol não deixava. O chapéu quebrando a testa para esconder o calor e a claridade escondia as belezas que não existiam na beira do caminho.

Andou alguns passos e parou. Sua mente tinha gravado a flor na beira do caminho. Pensou o que seria e a mente o obrigou a lembrar. Voltou-se calmamente e a viu... Linda, vermelha, quase do tamanho de uma rosa. Mas não era uma rosa. Somente ela com sua planta a segurar como se fosse cair com o peso. Não havia vento, ela não se mexia. Mas era linda. A mais linda flor que ele tinha visto. Deu meia volta até a flor na beira do caminho. Quem pensaria que na beira do caminho tinha uma flor? Ficou de frente a ela. Viu que ela sorria e não se importava com os raios de sol que não penetravam nas suas pétalas. Tirou sua mochila e se agachou em frente a ela. Um perfume suave correu pelas suas narinas. Gostoso, delicioso. Agradável de cheirar. Era um balsamo para manter o corpo firme, aquela fragrância jogava todo seu perfume no Escoteiro que caminha no sol no caminho.

Ficou ali estático por minutos que se transformaram em horas. Ela a flor na beira do caminho o hipnotizava. Ele precisar seguir precisava chegar ao acampamento à tardinha. Seus amigos da patrulha o esperavam. Então o sol se escondeu. Uma nuvem branca com pássaros esvoaçantes chegaram. Um vento sul começou a soprar. A flor balançou na sua planta, mas não caiu. O Escoteiro procurou um galho e o fincou junto à flor. Do seu cantil aguou a linda flor da beira do caminho. Precisava seguir adiante. O tempo não espera, e ele olhou a flor pela ultima vez. Grande, Vermelha, quase do tamanho de uma rosa. O Escoteiro partiu olhando para trás. Uma enorme tristeza o invadiu. A flor da beira do caminho balançou de um lado a outro. Como se estivesse agradecendo o que o Escoteiro fez por ela.

Era só uma flor, uma flor vermelha linda a beira do caminho. E ele viu que na beira do caminho tinha uma flor, tinha uma flor na beira do caminho, tinha uma flor, no meio do caminho tinha uma flor...
Baseado no poema de Carlos Drummond de Andrade – No meio do caminho tinha uma pedra.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Uma noite linda e sonhos maravilhosos. Durmam com Deus. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Saber envelhecer é uma arte.


Hora de dormir, sonhar, voar nas asas da imaginação por este mundo de Deus.
Saber envelhecer é uma arte.

     Este post aconteceu o ano passado. Era um sábado qualquer e fui à casa de minha neta para formatar seu PC que estava com vírus. Minha neta (18 anos) linda e sorridente me disse: - Vô acredita que minhas amigas do colégio ficaram surpresas com você? – Porque perguntei. – Elas acharam estranho. Os avôs delas não sabem nada de computador muito menos de internet. E quando contei que você tem vários blogs, digita com rapidez e é escritor elas não acreditaram. Querem te conhecer para saber se é verdade!

Fiquei pensando na velhice. No meu bairro tem algumas praças pequenas. Alí foram instaladas mesinhas de cimento e bancos. Todos os dias lá estão idosos se divertindo com jogos diversos. Ficam horas e horas lá. Sempre do sexo masculino. As idosas não tem este direito. Ficam em suas casas cuidando do seu idoso. Se que lá na praça eles fizeram uma extensão de suas casas. Eu quando passo por lá me pergunto: - Será que cada um se diverte e vive como quer? – Tenho um conhecido da minha idade, muito rico, tem uma bela casa de praia de frente para o mar no litoral sul e um sítio cinematográfico em Ibiúna. Nunca vai a nenhum deles. Prefere ficar em casa e bebericar uma cerveja na padaria da esquina. Ele fica horas lá. Ele gosta assim. Uma escolha.  Acho que cada um de nós da terceira idade fazemos também as nossas escolhas. Não critico.

Quando jovem pensava sempre como eu seria quando ficasse "Velho". Olhava meus avós e pensava – Este olhar triste não vai ser o meu. Vou sorrir, vou cantar e terei a felicidade sempre como companheira. Fiz muitos planos e alguns nunca deram certo. Hoje sou feliz como sou. Adoro descobertas novas. Tecnologias novas. Aprendo com dificuldade, mas aprendo. Afinal sou apenas um intelectual que aprendeu na Escola da Vida. Minha saúde coitada vai de mal a pior, mas mesmo assim vivo feliz. Muito. Adoro o que faço. Adoro minha família, um amor enorme pelos netos e adoro minha Celinha que amo muito. Portanto sou um "Velho" feliz. Não faço planos. Não sei até quando poderei cumpri-los. Mas não importa. Minha rotina é minha vida e gosto dela. Se aqueles da terceira idade que fazem o que gostam e são felizes meus respeitos. Envelhecer é uma arte. Cada um de nós devemos escolher nosso caminho sem reclamar. Quando tudo terminar então poderemos dizer – Fiz o que queria. Fui feliz e agradeço a Deus por isto.


Boa noite amigos e amigas. Sonhos lindos por eu terei muitos. Amanhã tem reunião, não esqueça o sorriso, um aperto de mão e o muito obrigado a todos. Faça os seus jovens felizes. Durmam bem.

domingo, 8 de junho de 2014

Impisa – “O lobo que nunca dorme!”.


Lendas escoteiras.
Impisa – “O lobo que nunca dorme!”.

              Claro que Gegê não era um intrépido. Nem tão pouco valente. Mas tinha lido tantas historias de Baden Powell (BP) que ele pensou que poderia ser um assim. Bem hoje outra época, não existe mais uma tribo dos Ashantís para lutar, e Mafeking hoje é uma cidade pacificada. Pena que ele não pudesse voltar no tempo na guerra do Transwall. Se pudesse! Mas quem sabe ele conseguiria algumas aventuras na sua cidade? Gegê tinha treze anos. Um menino cheio de ideais. Um Escoteiro sonhador. Em sua Patrulha todos achavam graça dele. Seu Monitor sabia que sua mente fervilhava. Ele não sonhava como Dibs, o menino em busca de sí mesmo ou como nas Aventuras de Tom Sawyer “O que um menino faz num sonho não faz também quando acordado?”. Dizem que todo menino normal (parodiando Mark Twain) tem hora que surge um desejo furioso de ir a algum lugar e descobrir um tesouro enterrado. Gegê era assim. Um sonhador!

             Gegê não saia à noite. Sempre ia para a varanda de sua casa e ali devorava os livros de Baden Powell (BP). Fechava os olhos e pensava que podia ser um dos dezoito escolhidos por ele para o primeiro acampamento em Brownsea. Sentado na cadeira de balanço de sua Vó, Gegê lia e aos poucos seus olhos se fechavam. Algum estranho aconteceu. Gegê se viu em Brownsea, olhou no relógio e viu que era o dia vinte e nove de julho a data do inicio do acampamento. Ele não estava acreditando. A ilha era comum, parecia muito com a ilha da Carlinga de sua cidade. Viu os meninos chegando. Contou um por um, não eram mais dezoito. Ele contou vinte! O tempo estava firme. Alguém recebia os meninos e pelas fotos ele reconheceu Sir Percy Everett um amigo de BP.  Ele sabia que a ilha era pequena, menos de três quilômetros por um e meio. Claro tinha muitos bosques, dois lagos e que BP dizia ser um bom terreno Escoteiro.

              Gegê não estava acreditando. Ninguém o via. Mesmo chegando perto era por eles ignorado. Sabia que cada menino participante levou todo o material pedido e que sabiam de cor e salteado os nós direito, escota e volta do fiel. Gegê se lembrava do que tinha lido, pois o convite que ele enviou foi aceitos com entusiasmo. Os pais se orgulhavam dos filhos participarem com um herói de Mafeking como era conhecido na Inglaterra. Lá estava também seu amigo de armas, o Major Keneth McLaren que ficou como seu assistente. - Nossa! Que vontade de ser visto por eles, de participar de uma das patrulhas. Não importava qual. Poderia ser os Corvos, os Lobos, os Maçaricos ou os touros. Viu que os monitores já tinham sido escolhidos e eram responsáveis por tudo que faziam no campo. Sabiam que BP solicitou que a eficiência e a coragem fosse ponto de honra. Ele sabia que os meninos não usavam uniformes. Viu que cada um recebeu as fitas de Patrulhas com suas cores que ficaram para sempre como símbolo daquelas patrulhas.

              Gegê estava embasbacado. Era tudo real. Viu o treinamento de Técnicas de Acampamento, observação, artes mateiras e como ele era desenvolvido. Assistiu BP contar para eles como era um bom rastreador. No Fogo de Conselho ele mostrou como seguir pistas a noite. No dia seguinte (cada Patrulha tinha uma barraca) BP adestrou os monitores e assim o acampamento seguia seu rumo. Gegê lembrava que ele mais tarde comentou que dar responsabilidade ao Monitor, foi o segredo do sucesso da atividade.

              Gegê olhava e aprendia. Construção de abrigos, fazer colchões, acender fogo, cozinha mateira e se divertiu com os jogos que eles fizeram. Eu queria tanto estar com eles dizia.  O que ele mais gostou foi jogo "Caça ao Urso" - Um dos rapazes maiores é o urso e tem três bases nas quais ele pode se refugiar e estar a salvo. Ele leva um pequeno balão de borracha cheio de ar nas costas. Os outros rapazes estão armados com bastões de palha amarrados por um cabo (ou jornal enrolado) e com os bastões procuram fazer estourar o balão, enquanto o urso está fora da base. O urso tem um bastão semelhante com o qual procura tirar os chapéus dos caçadores. Se isto acontecer o caçador está morto, mas o balão do urso tem de ser arrebentado para que ele seja considerado morto.

               Gegê estava vibrando com tudo aquilo. O bivaque feito só pela Patrulha foi sensacional. Mas as Atividades Práticas da Natureza foram demais. Relatórios de observação da natureza - “Envie suas Patrulhas para descobrirem por observação e relatarem depois, coisas como esses: Como o coelho silvestre cava sua toca? Quando um grupo de coelhos é assustado, um coelho corre apenas porque os outros correm ou olha ao redor para ver qual é o perigo, antes de também correr? Um pica-pau tira a casca para apanhar os insetos no tronco da árvore, ou apanha-os pelo buraco, ou como é que os acompanha? etc.”.

                  Gegê viu que Baden Powell era um esplêndido contador de estórias. Tinha um espantoso estoque de anedotas sobre os heróis de todos os tempos. Para seu próprio uso, ele havia criado um código de ética, baseado nos códigos dos Cavaleiros do Rei Arthur e nas suas próprias reflexões. Agora ele pode procurar instilar nos rapazes os mesmos ideais, contando-lhes as façanhas dos heróis admirados pelos jovens e imprimindo em suas mentes a ideia de “Boa Ação Diária”. Gegê procurou um lugar junto a todos e assistiu o melhor debate que BP teve nesta ocasião com os rapazes. Foi ali que viu cristalizar o seu pensamento e a formular um código aceitável para os rapazes: A Lei e a Promessa Escoteira. Ele experimentou jogos que lhe pareciam capazes de por em relevo e dar expressão prática aos traços de caráter que ele desejava que os rapazes possuíssem. Ele pôs à prova a lealdade e a esportividade deles em jogos de equipe com regras estritas. Pôs à prova a coragem deles com alguns golpes e chaves simples de jiu-jitsu, e a disciplina e obediência num jogo em botes - a caça à baleia.

                Gegê queria intervir queria participar, mas não podia. Alguém o balançava e ele assustado e tremendo acordou com sua mãe o chamando para dormir. Gegê queria chorar. Perdera a melhor oportunidade de sua vida, pois queria muito ver os olhares de todos quando o acampamento terminasse. Mas Gegê sabia que ele sonharia de novo. Poucos muito poucos poderiam dizer que viram boa parte do primeiro acampamento dos escoteiros no mundo. Mesmo em sonhos.


                   Gegê viu. Contar para quem? O sonho de Gegê morreria com ele, Ninguém acreditaria. Mas isto importava? Para Gegê não. O que os outros pensassem dele não tinha nenhuma importância. Sabia que muitos gostariam de estar em seu lugar, e só ele teve esta oportunidade. Nunca deixaria de ser o Escoteiro sonhador. Sonhar é viver novamente e acreditar que o mundo pode se modificar. Os sonhos de Gegê pelo menos na sua inocência poderiam mudar o mundo! Sonhe Gegê, Sonhe!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O menino Escoteiro cujos sonhos o vento levou!


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O menino Escoteiro cujos sonhos o vento levou!

(esta é uma história de ficção, qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é mera coincidência).

              Era uma tarde “rabugenta”. Uma pequena garoa caia desde as primeiras horas da manhã. Naquela rua sem graça, molhada, escorregadia, quem passasse ia ver naquela casinha de varanda simples um velho sentado, vestindo um pijama azul e sobre suas pernas uma manta cheia de distintivos escoteiros. Se observasse melhor veria que era um velho de cabelos brancos, cacheados, pele enrugada, os olhos fechados como se estivesse dormindo. Vovô Teobaldo dormitava. Sua mente, entretanto estava viva. Não parava de pensar como nosso mundo nos deixa de vez em quando triste e muitas vezes nos falta ação para continuar a sorrir. A mente do Vovô Teobaldo voltou no tempo. Naquela manhã de domingo. Estava lendo um livro no seu quarto quando foi à cozinha beber uma água gelada. Ele gostava. Uma das suas manias.

             Na sala, sentados na poltrona estava Nininha, sua neta de oito anos e lobinha, Maninho, seu neto de doze anos e Escoteiro e em pé ao lado Landinho o neto mais velho de dezesseis anos e escoteiro Sênior. Vovô Teobaldo se assustou. Eles estavam chorando. – O que foi? Interpelou. – Vovô, meu Vovô querido, vão acabar conosco! – Acabar como? Vão fechar nosso grupo Escoteiro! – Calma isto não vai acontecer. Conheço o Chefe Mauricio. Ele nunca faria isto. – Não é ele Vovô, são os outros! - Outros? – Olhe Vovô Teobaldo, ontem na escola minha amiga Joaninha que é lobinha do outro grupo me deu uma cópia de um artigo que ela copiou de seu tio, Chefe Escoteiro. No artigo dizem que vão acabar com nosso Grupo! – Onde está este artigo? Ela entregou para ele. Ele sentou em outra poltrona e leu.

                - Era um comunicado da outra organização. Informava aos seus sócios das providencias que estavam tomando para processarem todos os que não estivessem do lado deles. Claro, um direito sem sombra de duvida. Mas ali estava escrito que eles não podiam ser chamados de escoteiros, de lobinhos, de pioneiros, de chefes, não podiam dizer a promessa Escoteira, estavam proibidos de usar a Lei Escoteira, de comprar livros deles, pois tinham registrado tudo na organização deles. Quem usasse seria processado. E terminava com uma lista dos processos que já foram abertos. Vovô Teobaldo se assustou com aquilo. Ele já sabia que isto estava acontecendo. Infelizmente os meninos que entraram naquele e em outros grupos que não eram da organização, sonharam com o escotismo. Nunca se preocuparam se eram de outra organização. Achavam que todos eram irmãos. Fizeram promessa, as leis que seguiam eram do fundador Baden Powell. Agora diziam que eles eram dono de tudo! Eles choravam copiosamente.

                 Vovô Teobaldo ficou triste. Maninho em lágrimas perguntou – E agora Vovô! Minha promessa não vale? Não posso mais ser chamado Escoteiro? Pensei que era um nome mundial. Até pesquisei e vi que tem muitos que o usam. Nas estradas de ferro chamam de locomotiva sozinha de Escoteira. Vovô, eu gosto de ser escoteiro. Não quero mudar de grupo. Eu amo onde estou. – Vovô Teobaldo não sabia o que dizer. – Landinho o Sênior também chorava. – Vovô! – ele disse. Tenho sete anos no grupo. Fui lobinho, Escoteiro, e agora sênior. Meu passado não vai mais existir? Olhe Vovô, o Senhor lembra. Eu sonhava em ir ao Jamboree deles. Não deixaram. Mesmo o Senhor indo conversar com o Comissário deles foram inflexíveis. O Senhor lembra-se disto. E olhe Vovô como sonhei em ir lá e conhecer tanto jovens como eu! O Senhor sabe Vovô, nós temos muitos amigos lá. O tal comissário já foi no grupo deles falar que deviam ficar longe de nós. Mas somos da mesma cidade. Do mesmo colégio. Somos amigos Vovô, não importa onde estamos!

                  A noite chegava mansa e gostosa e a garoa continuava. Um frio gelado soprava com a brisa noturna. Vovô Teobaldo pensava. Mundo difícil. Mundo de expiação e provas? Mundo mutante? Mas eram escoteiros, afinal não dizem que são amigos de todos e irmãos dos demais? Será que vale só para eles? Mas não eram só eles, os outros também. Dirigentes que não se entendiam. Ele sabia que de ambos os lados não havia adultos anjos. Gastavam fábulas com processos só para ver o outro lado no chão. Vovô Teobaldo pensou se Jesus de Nazaré viesse a terra para ser o juiz da contenda o que iria resolver? Ia falar que devemos amar a Deus sobre todas as coisas? Ou quem sabe lembrar a palavra do seu pai, que dizia que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos? Que diria Jesus de Nazaré? Vovô Teobaldo não sabia o que dizer. Não teve palavras para consolar seus netos. Lá em cima, entre os homens fortes de cada organização só havia ataques, defesas, direitos e deveres de ambos os lados. E os jovens? E a sua neta lobinha? O que seria dela? Nunca iria perdoar os adultos que fizeram isto. Afinal é culpa dela?

                   Vovô Teobaldo dormia. Alí. Naquela cadeira em seus sonhos rezava. Rezou muito. Rezou pelos homens, pela sua promessa que eles um dia fizeram. Prometeram pela sua honra, cumprir seus deveres para com Deus e a pátria. Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer à lei do Escoteiro. A lei. Ora a lei. Seria só deles? Baden Powell doou tudo que fez para eles? Ah! Jesus. Deixe que eles conheçam melhor suas palavras. Não foi o Senhor quem disse que devíamos amar nossos inimigos, que devemos fazer o bem para aqueles que nos odeiam. Que devemos abençoar aqueles que nos amaldiçoam, rezar por aqueles que nos maltratam. E Jesus só você mesmo para dizer a eles, pois eu não posso – “Se alguém te bater no rosto, ofereça a outra face”.

                   Vovô Teobaldo acordou na sua varanda altas horas da noite. Todos já haviam ido dormir. Não havia mais chuva. Não havia mais garoa. Uma brisa gostosa e refrescante soprava em sua face. No céu uma lua enorme. Rechonchuda, iluminando o céu cheio de estrelas. Lá, muitas delas brilhantes pareciam escrever no céu azul, em letras grandes, enormes – Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem! Vovô Teobaldo foi dormir. Sorria. Sabia que tudo se resolveria. Afinal Jesus de Nazaré não disse que “o que queres que os homens façam por ti, faça igualmente por eles”? “O amor é tudo”

“Ame seus inimigos, faça o bem para aqueles que te odeiam, abençoe aqueles que te amaldiçoam, reze por aqueles que te maltratam. Se alguém te bater no rosto, ofereça a outra face”.

Jesus de Nazaré

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Como seria o verdadeiro Espírito Escoteiro?


Conversa ao pé do fogo.
Como seria o verdadeiro Espírito Escoteiro?

            Sempre me perguntam se eu conheço o verdadeiro Espírito Escoteiro. Aquele que tem uma luz ou uma aureola brilhante, que você vê seu coração pulsando de amor, que sabe do seu ideal de ajudar o próximo sem pensar em sí mesmo. Não é fácil responder. Difícil mesmo. Cada um tem sua maneira de ver e saber quando ali em sua frente tem um com todas as qualidades que se espera de um bom ou de uma boa Escoteira. Mas ao meu modo, eu costumo reconhecer aqueles que se sobressaem. Dificilmente comento com alguém. Dizem que eles têm preso dentro de sí, o escotismo na mente, na alma e no coração. Como a canção de BP que diz que ele está sempre na mente, junto de mim e no meu coração estará.

             Mas quais seriam os verdadeiros sentimentos de um escoteiro? Quem sabe é quando ela ou ele olha para você e diz: - Chefe está ouvindo o ressonar da selva? Está sentindo o seu perfume? E o cheiro da terra Chefe, está sentindo? E ele continua: - Chefe veja este vale verdejante, olhe os pássaros fazendo acrobacia no ar. Veja no alto daquela colina aquela árvore florida e observe quantos beija flores lá estão a beber o seu néctar. Chefe olhe o vento, veja como ele faz a relva balançar como se fosse uma grande onda do mar. Chefe observe como a aragem que toca as flores e fazem as plantas sorrirem e a nos traz tantas felicidades. Sentimentos. Doces sentimentos. Quando um dia ele olhou para você e sorriu dizendo – Chefe ponha seus pés na agua fria deste regato, sinta seu corpo vibrar com o que a natureza nos oferece. – Chefe, olhe os peixinhos dançando e cantando como se fossem um Balet se apresentando na primavera do amor.

               Mas seria assim um escoteiro? Amante da natureza? Seria aquele que diz a você – Chefe veja os pássaros no céu, veja o seu lindo revoar! E ali Chefe, veja naquele galho a Gaivota que veio do sul. E lá mais ao longe o Cisne Branco que vagueia nas ondas do mar. Fico pensando. Seria isto mesmo? Seria exigir muito se um dia pudéssemos ver em seus olhos, aquele brilho quando a fogueira é acesa? Em saber que foi ele quem fez o fogo e quando acendeu sorriu como um iniciante? Chefe meu amigo. Não me cobre tanto. Nem sei mais o que digo. Mas você sabe do sorriso, da maneira de cantar, da maneira de brincar e do seu jeito próprio a tratar os seus irmãos.

              Por Deus! Acha que exijo muito? É certo? Pensar que ele proceda dentro dos princípios da lei? Mas este não seria o verdadeiro Espirito Escoteiro ou Escoteira? Aquele que demostra respeito, que quando cumprimenta a todos com seu Sempre Alerta tem um sorriso verdadeiro nos lábios? Seria este o Espírito Escoteiro ou a Escoteira perfeito? Chefe, precisamos meditar. A perfeição só Deus. Mas que seria bom seria. Ver quando ele respeita e é respeitado, ver que ele sabe o que é ser disciplinado e quando ele disser Palavra de Escoteiro, você pode acreditar.

              Não sei se respondi sua pergunta meu caro chefe ou se coloquei uma dúvida. Sei que está pensando que é exigir muito. Mas pense bem, nada se faz em um dia. O trabalho Chefe amigo é seu. Você é quem vai formar ensinar e mostrar ao jovem da sua sessão o que se pretende dele ali e no futuro. Eu meu caro Chefe, posso lhe garantir e dificilmente posso me enganar. Se acreditarmos em um escotismo puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações, sabemos só de olhar, de ver um sorriso, dos seus olhos faiscantes e sua maneira de conversar que estamos diante de um verdadeiro Escoteiro ou escoteira.


                 Um dia me disseram que quem tem o verdadeiro Espirito Escoteiro já nasce assim. Engano. Tudo é um hábito de comportamento. E você, só você é o único responsável para fazer deste rapaz e desta moça, o verdadeiro Escoteiro!