Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O maravilhoso e sensacional Fogo de Conselho.


Lembranças da meia noite.
O maravilhoso e sensacional Fogo de Conselho.

                 Não tem quem que não fale dele. Se alguém permaneceu por alguns meses ou por anos e anos no escotismo ele sempre será lembrado e comentado. Para uns um mito, para outros uma cerimônia que marca profundamente e para sempre. Uma coisa é certa. Deste o primeiro acampamento em Browsea até hoje ele se tornou uma tradição que ninguém e nunca será esquecido por parte de quem já participou. O lobinho adora. O Escoteiro e a Escoteira vibram. Os seniores e as guias se preparam com esmero quando vão participar e os chefes dão belos sorrisos pelas apresentações. E não são só eles, para os que não são escoteiros e foram convidados se sentirão reconfortados em estarem presentes.

                 Dizem secamente que o Fogo de Conselho é uma atividade recreativa e artística realizada por escoteiros. Dizem ainda que é umas das mais antigas tradições dentro do movimento Escoteiro.  Citam até que Baden Powell fez questão de falar sobre ele no seu primeiro livro Escotismo para Rapazes. Já li várias explicações do porque do Fogo de Conselho. Contam que Baden Powell muito viajado pelo mundo e principalmente na África e na América assistiu e viu várias cerimônias por parte dos indígenas destes países e foi assim que deu origem ao nosso Fogo de Conselho. A noite todos eles tinham uma tradição comum. A tribo inteira se reunia em volta de uma grande fogueira de um modo muito festivo e alegre, e as pessoas dançavam e cantavam assim como contavam e encenavam histórias da própria tribo. Sempre no final o ancião mais velho contava as tradições, e passava algum ensinamento aos mais jovens.

                Igual a estas tribos, os escoteiros também fazem o mesmo. De maneira geral esta tradição é passada de geração em geração. Não só no passado, mas até hoje é comum que cada um tenha uma manta especial, um chapéu, um boné, uma capa ou poncho, pois os índios faziam isto com seus troféus. Dentes de animais, escalpos (risos) colares e sempre com peles de animais sobre o corpo. Não vou aqui tentar ensinar sobre o Fogo de Conselho. Sei que existem até cursos para isto. Claro, pois eu sei que todos sabem que ele é o momento em que nos reunimos ao redor de uma fogueira, ao final do dia, para divertir através de apresentações e termina com um momento de reflexão e aprendizado feito elo Chefe. Alguns adoram histórias e os participantes vibram.

                Tenho o orgulho de dizer que participei de muitos. Quem sabe três ou quatro centenas deles. Alguns se aprimoram na montagem do fogo. Outros o fazem de maneira simples sem sofisticação. Já vi vários onde o Animador do Fogo de Conselho no inicio gritava alto: Que os ventos do norte, do sul, do este e do oeste, tragam a todos a alegria de uma noite inesquecível! Acende-te fogo! E fogo dava uma pequena explosão e as chamas apareciam lindas e formosas. Como? Um truque simples. Preparar com antecedência. Abrir uma valeta e com bambus colocar pólvora. Depois a valeta é fechada. Um parceiro coloca fogo na pólvora que ira queimar até o fogo. Mas olhe, assusta. Parece mágica. E só deve ser feito por especialistas.

                Vi também outros tantos aberto ao público e aos pais das mais diversas criatividades próprias dos escoteiros. Tochas vinda de varias partes, tocha voadora vindo de uma árvore presa a um sisal que corre até o fogo o acende. E as apresentações? Lindas. Do professor Raimundo eu ria a valer. Dos trapalhões cansei de rir. Do Rei da Macedônia vi dezenas de vezes. E quantas mais? E as palmas? Nossa! São tantas. Se fosse escrever daria uma dezena ou mais. Adorava a do peixinho, do trem, do sapo falante, da batida no corpo, da mexicana, e claro da nossa mais famosa a palma Escoteira.

                 Mas nada é mais lindo para o Escotista como olhar para os rostos dos jovens. Escuro ainda e a fogueira ir aumentando a luminosidade, eles com aquela ansiedade, a espera do contexto, olhar fixo no fogo e cada um sonhando ao seu modo o sonho de uma vida que só os escoteiros podem ter. A felicidade suprema e a alegria de poder estar ali. Não vou comentar sobre as canções, sobre os esquetes, sobre as histórias. E até deixo para outro dia o comentário da Canção da Despedida. Uma despedida que marca, mas que promete ser breve. Muito breve. Não vou comentar quantas chorei, lágrimas eu derramei desde a mais tenra idade até hoje. Um "Velho" chorão.

               Fogo do Conselho. Esquecer jamais! Lembrar sempre e sempre, pois assim como as estrelas no céu brilhando no escuro da noite ou da lua a brilhar no céu eu sei assim como aconteceu comigo aconteceu com todos. Não há como esquecer. Está firme e apegado dentro dos nossos corações. Acho que pode ser ele um dos motivos por estamos até hoje no escotismo. Ele o nosso amado, o querido, o sensacional, o espetacular FOGO DO CONSELHO!


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Que o Senhor esteja sempre com vocês.                          

sábado, 23 de novembro de 2013

Laninho escoteiro e a Festa no Céu.



Lembranças da meia noite.
Laninho escoteiro e a Festa no Céu.

                Nada como ser um Escoteiro sonhador. Deixar a mente voar e ser levada ao sabor dos ventos, sentir a brisa da manhã no rosto e sorrir existe coisa melhor? Participar de lindas histórias onde pode ser herói, onde pode voar conversar com os bichos as aves os peixes e sentir seu coração bater de alegria em todos os momentos? Pois assim era Laninho. Puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. Na Patrulha o chamavam de “Voador”, estava sempre sorrindo e olhando o céu, os pássaros que voavam perto, os insetos e jurou que um dia fez amizade com um Quati cinzento. Quem duvidaria?

                 A tropa estava acampada no Sitio do Beija Flor. Um lindo local, uma cascata gostosa, muitas arvores frondosas, e bambus. Como tinha bambu. As Patrulhas adoravam. Laninho era dos Tigres Brancos. Um ano lá com eles. Promessado e tinha a simpatia de todo mundo. Ao seu modo colaborava com a Patrulha, mas era franzino e todos achavam que ele só vivia “Voando” e não contavam muito com ele. Naquela tarde após o banho todos foram ajudar o cozinheiro com a sopa do jantar. Laninho como sempre sentou embaixo de uma aroeira frondosa e olhava em seus galhos se tinha algum pássaro para conversar. Percebeu ao seu lado um Sapo Amarelo. Não o conhecia. O Sapo Amarelo o olhou e disse – Você pode me ajudar? – Ajudar como disse Laninho – simples, vai ter uma festa no céu. Convidaram todas as aves e eu não posso ir. Só quem pode voar. Como me disseram que você é um Escoteiro Voador, quem sabe me leva lá?

                  Laninho sorriu. Tinha lido um conto da Festa no Céu. Nele foi um urubu quem levou o sapo uma tartaruga e um esquilo que se esconderam em sua viola, pois o Urubu era um violeiro. Depois no céu ele os descobriu lá escondido em sua viola e jogou todos eles nuvem abaixo. Quem levou a pior foi à tartaruga. Espatifou-se no chão. Mas Laninho ficou pensando se não podia levar o Sapo. Afinal ele sempre sonhou com uma festa no céu. Porque não ir? – Feche os olhos meu amigo Sapo. Vamos para a festa você e eu! Só abra quando eu mandar. Mas o sapo não obedeceu. Abriu os olhos quando estavam sobre uma nuvem e ambos despencaram no espaço. Tiveram sorte. Caíram em um riacho de aguas límpidas. O sapo mergulhou e voltou à tona xingando Laninho. – Mas eu tentei te ajudar – falou. Nada disto. Você me soltou no espaço. Laninho chorou muito e o sapo ficou triste também. Nesta hora o Urubu Rei viu aquela choradeira e ficou com dó do sapo. – Deixa que eu vou levar você em minha viola.

                  Bem como o sapo foi não preciso contar. Todos conhecem a história da Festa no Céu. Laninho despencou de um galho e caiu com tudo no chão. Não machucou, mas quando abriu os olhos viu toda sua Patrulha rindo. – Ele também riu. Contou para eles que estava chegando ao céu e o sapo o jogou no espaço. Eles iam a uma festa no céu. – Todos riram a valer. - Esse Laninho, falou o Monitor. O Sub Monitor rindo falou – Mas Laninho, só você e o sapo? E a tartaruga? E o Esquilo? Eles não foram também? – Laninho riu e disse – Melhor perguntar a eles, estão aí atrás de vocês! – A Patrulha olhou espantada e viu um Esquilo e uma Tartaruga rolando pelo chão e dando enormes gargalhadas!

                 Se Laninho e os bichos foram a festa no céu eu não sei, mas sei que até hoje ele conta como o Urubu tocava sua viola e crocitava, fazendo coro com a Araponga e o Papagaio. Não faltando a Gralha o Cisne, a Pomba e o sabiá que gorjeava como nunca. E assim nunca mais a Patrulha de Laninho duvidou de suas histórias e todos os fogos de Conselho deixavam-no falar, cantar e contar seus contos fantásticos. E como digo sempre, toda a história tem um fundo de verdade, mas histórias são histórias. Quem quiser mudar que conte outra. Que Laninho viveu feliz para sempre eu sabia, pois o Escoteiro é Alegre e sempre sorri nas dificuldades!  


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Que o domingo seja repleto de felicidades!     

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O grito de Patrulha.


Lembranças da meia noite.
O grito de Patrulha.

              O escotismo é interessante. À medida que vamos conhecendo seus estilos, seus fatos, suas histórias e tradições mais e mais entregamos nossos corações. Ele nos conquista de tal maneira que para muitos é difícil explicar. A cada dia que vamos prestando atenção a tudo que acontece em volta, uma marca vai ficando e nunca mais sai do nosso ser. E como marca. Hoje resolvi comentar sobre o Grito de Patrulha. Isto mesmo. Sei que vocês também sabem seu valor. Aqui comento sem o intuito de ensinar. Não se ensina o que todos conhecem tão bem como eu. Gritos são tradições imutáveis. Existe para dar vida a Patrulha. É como se ela quisesse dizer: - Jovens, se unam como um todo em volta da fraternidade aqui é um só. E como é delicioso, agradável quando se vê uma Patrulha orgulhosa dando seu Grito de Patrulha.

             Cada tropa tem seu estilo. Cada uma tem sua história. Tem aquelas que as patrulhas ficam em circulo fechado, bastão ao meio, todos ali segurando e o Monitor eleva acima o totem da Patrulha e dão o grito. Tem outras que se formam em linha e todos olhando a frente com o Monitor com bastão levantado dão seus gritos sorrindo deliciosamente. Não importa como. Mas prestem atenção quando do grito. Por ele sabemos se a tropa está firme nos seus ideais, se a Patrulha é unida, se o oitavo artigo está ali presente sempre. Os gritos mostram muito. A valentia simpática do Monitor e o prazer e alegria do mais novo em participar.

            E quando terminam? Uma apoteose. Vejam o olhar! Vejam o orgulho de pertencer a Patrulha. Só quem esteve lá sabe como é. Não importa se o grito é longo, curto, se é em português, latim, francês, inglês, ou mesmo em linguagem galáctica ou em tupi-guarani. Não importa mesmo. Mas sabem o que é mais importante? Nunca aceitar que troquem o grito. Ele é uma tradição e tradições se mantem firmes no coração de cada um. Alguém que assumiu a monitoria não gosta? O Chefe também? Mas meu amigo, quantos ali passaram e deram este grito? Você está esquecendo que eles um dia junto a outros escoteiros que aí não estão mais gritaram alto, com toda a força dos seus pulmões? Sentiram a vibração da Patrulha? O orgulho de pertencer a ela? Portanto grito não se muda nunca. É eterno. Para sempre. Forever!

           Quando Escoteiro o grito era dado sempre quando se formava. Sempre quando o jogo terminava, sempre do inicio de uma atividade. E o grito ao levantar no acampamento? Alvorada, cedo, orvalho caindo, um frio danado e lá estávamos nós. Bastão ao meio, totem levantado e gritava! Que sono meu Deus! Que frio danado! Mas o grito era dado. Com chuva ou sem chuva lá estava a Patrulha a mostrar que tinha orgulho, tinha união e seu grito nunca podia ser esquecido. Nosso grito foi marcado em montes e vales, em altas montanhas, em diversos estados, dentro de vagões em viagens intermináveis, em ajuris, em ARP, e olhe uma vez eu e um membro da Patrulha com orgulho demos nosso grito orgulhoso quando estivemos ao lado de um candidato a presidente do Brasil. Depois de eleito foi uma decepção. Mas ele ouviu nosso grito, se assustou sorriu e disse – Sempre Alerta!

          Eu sei que existem os gritos de tropa, de grupo claro todos são importantes, mas o Grito da Patrulha é único. Ele dá uma comichão no corpo, uma sensação deliciosa de ser mais um. E quando alguém vai embora? Nunca mais volta? Dá-se o grito da despedida. Sem choro, ali escoteiros e escoteiras não choram. É só uma maneira de homenagear, de mostrar que ele foi importante assim como o foi quando adentrou a Patrulha e o Monitor explicou a ele o porquê do grito, como era feito e que agora ele era mais um. E amigos, é preciso ver o olhar de um jovem novato quando do primeiro grito. Não existe nada que possa substituir o olhar, o sorriso a voz ao gritar, o ser a vibrar por dentro e dizer, agora eu sou mais um.

          Que as patrulhas gritem. Alto e em bom tom. Que mostrem a todos sua força, sua vontade seu orgulho em ser Escoteiro. Grito de Patrulha, quem já deu nunca mais vai esquecer!


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Desejo de coração uma ótima reunião neste sábado.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Ampulheta do tempo.



Lembranças da meia noite.
A Ampulheta do tempo.

                        O tempo passa. É mais que o relógio que marca as horas. Inexoravelmente. Algumas vezes ele deixa marcas, tristezas e alegrias, outras não. Marcas que ficam gravados na memória e até em nosso próprio modo de viver. Um dia, a beira de uma estrada com uma reta infindável eu comecei a notar a passagem dos carros em alta velocidade. Até aonde a vista alcançava eu via um automóvel pequenino que se aproximava e seu tamanho ia aumentando. E quando eu ia ver quem estava dentro dele ele passava tão rápido que não podia ver. Em grande velocidade ele em alguns segundos desaparecia na estrada sem fim. E assim veio outro e mais outro. Significava o que? Quem sabe a medição do tempo? Mas é possível medir o tempo? Dizem que ele passa tão rápido que nem percebemos.

                          Sei que não se pode medir o tempo. Filosofando seria possível dizer que ao nascermos alguém virou a ampulheta e nossa vida começou a ser contada. Tic tac, tic, tac. Claro, um dia está ampulheta irá ficar vazia. Durante nossa jornada, ela vai marcando o nosso tempo. Na primeira década estávamos a descobrir coisas. Aprender o certo e o errado. Brincar, sonhar, coisas de meninos e meninas. Na segunda década a puberdade. O mundo fácil de alcançar. O primeiro amor, a descoberta dos sonhos. Vem à terceira década. A escolha de uma cara metade para fazermos uma vida juntos para sempre. A faculdade, o emprego, os negócios, os sonhos deliciosos de um futuro promissor. Há quarta década começa a assustar. Nem tudo deu certo. Muitos dos sonhos não se realizaram. O poder, a riqueza, o ser feliz para sempre se tornou um conhecimento pragmático do mundo que ficou para trás. Há quinta década, a autoanálise. Valeu? Esqueci alguma coisa? Era o que queria? E aparece assim de repente há sexta década. A ampulheta está se exaurindo. É hora de pensar em tudo que realizou.

                           Lembro-me de tudo que aconteceu comigo. A mesa cheia de filhos, netos, genros, noras, sogra, cunhado. Alegria só. Olhava para todos e pensava que quando viraram a minha ampulheta nada daquilo existia. Era eu somente. A ampulheta não parou, produziu tudo aquilo que estava em volta de minha mesa. Era como um leque que aos poucos se abria. Sorria, pois apesar de tudo, de sonhos que não se realizaram, das fantasias esquecidas no fundo de um bornal, havia um “que” de felicidade. O tempo foi passando, pois assim passam todas as coisas do tempo. Esperar o próximo ano. Sem planos. Sem sonhos. Vivendo o dia como ele é. Fechar os olhos para não ver o automóvel sumir na estrada do tempo. Fechar a mente para não ver e sentir o último grão de areia da ampulheta da vida.

                           A cada ano eu dava um viva por chegar até ali. Mais um dia que o tempo vai me presentear. E quantos anos eu tenho mais? Não sei e não importa. Sejam bem vindos todos que vierem. Aproveitar os minutos e segundos que ainda posso ter. Ver meus familiares reunidos, barulhos, sorrisos, gargalhadas, Olhar a cerveja e aquele uísque com olhos brilhantes de não poder mais e pensar como eram deliciosos no tempo que um dia se foi. Em Eclesiastes, eu li um dia que – “Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: O tempo de nascer e tempo de morrer. Tempo de chorar e tempo de rir. Tempo de Abraçar e tempo de afastar-se. Tempo de amar e tempo de aborrecer. Tempo de guerra e tempo de paz”.

                           Melhor seria copiar Charles Darwin que foi verdadeiro em suas palavras – “O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.” E assim, de ano a ano em vou ficar a pensar quando será meu último. Melhor mesmo é não se preocupar. Cada ano vivido deve ser alegre e assim ainda sonho em viver muitos anos nesta marcha implacável e inflexível da Ampulheta do Tempo!


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Lembranças da meia noite. Um dia...



Lembranças da meia noite.
Um dia...

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos dos sonhos que tivemos dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... Do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... Nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... Conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... Meses... Anos... Até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... Isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... Reunirmo-nos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo... 

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Boa noite meus amigos e minhas amigas. Um bom sono e que a terça seja um ótimo dia.

sábado, 16 de novembro de 2013

Porque não posso abraçar você?




Lembranças da meia noite.
Porque não posso abraçar você?

Hoje me deu uma vontade de abraçar alguém. Uma vontade insuportável de abraçar um ser humano, de lhe dizer que desejo de coração todas as coisas boas e quem sabe até mesmo as que ele não merece. Vontade de dizer que a vida é linda e que vale a pena viver. Serei um louco a pensar assim? Sair pela rua a cantar aleluia abraçando a todos não iriam mesmo dizer que estou louco? Não podemos fugir da rotina que todos já estão acostumados. Ninguém aceita um abraço de um estranho. Abraço? Porque me abraça moço? Qual a sua intenção? Se insistirmos ela a pessoa grita ou se é mais forte pode me dar um safanão. Mundo cruel. Nem sincero podemos ser? Mas quem acredita na nossa boa intenção. Até mesmo amigos e familiares que não estão acostumados assustam. – O que deu nele? Pensam. Loucura perdeu o juízo? Mas quer saber? Eu não me importo. Abraço quando me dá vontade. Até costumo dizer bem alto – Sabe? Eu gosto de você.

Tenho andando por aí em Grupos Escoteiros. Logo quando chego dou um abraço ou vou rápido até o lobo ao Escoteiro ou a guia e o pioneiro e tento dar um sorriso e um abraço. Eles sorriem sem jeito, assustados pensando: - O que ele quer? Podem até acrescentar – Coisas de velhos Escoteiros. Costumo pensar como Matheus Bento que sempre dizia gostar do seu aniversário. Ele dizia que era o único dia do ano em que todas as pessoas o abraçam com vontade e desejam a ele coisas boas. Pois é. No próprio movimento nosso, que dissemos a todos ser uma fraternidade, mas que abraçar ainda assusta. Beijar no rosto pode? Pode. Só se for do sexo oposto, do mesmo sexo não. Aí podem pensar que somos o que não somos. Caramba, mas não somos irmãos? E a dificuldade para apertar a mão esquerda? De ficar firme nos dois pés e dizer Sempre Alerta?

Quem coisa “meu”. Quero abraçar e não posso? Quero sorrir e não posso? Quero dizer que te quero bem e não posso? Fico pensando nestes chefes que mantem a “carranca” de chefão. Falam grosso. Olham para a gente como se fossemos inferiores e eles Velhos Lobos importantes. E vá tentar dar um abraço neles. Ficam duros. Tentam se afastar e esqueça não dê um beijinho no rosto. Eles iram dizer coisas que não iremos gostar de ouvir. Capitão Fortuna, um Velho amigo meu dizia – Faça como Machado de Assis, ele dizia que há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas! Ele tem razão, pois se queremos fazer alguma coisa temos de lutar com determinação. Abraçarmos a vida com paixão. Sem perder a classe e ser ousado sem ser mal educado.  Como dizem por aí, o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante. E você? Posso lhe dar um abraço?


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Uma ótima semana.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Escotismo, ainda é uma aventura?



Lembranças da meia noite.
Escotismo, ainda é uma aventura?

                        Costumo andar por aí aos domingos. Nada a fazer e devagar faço minha jornada observando e pensando. Isto me faz bem. Sem perceber passei na frente da casa de um antigo Escoteiro. Não o conhecia profundamente e poucas vezes mantivemos contato pessoal. Eis que no passeio em frente a sua casa o vi rodeado de garotos sorridentes a conversarem com ele. Foi uma surpresa, pois tem tempos que não vejo algum assim. Para mim inusitado. Não eram escoteiros pelo que pude perceber. Eram jovens da vizinhança e parece que já o conheciam há muito tempo.

                       - Vocês não conhecem o Movimento Escoteiro? Só de vista? – Pois olhem estão perdendo boa parte da juventude longe dele. Lá vocês teriam outros amigos para ampliar o leque dos que já tem. Poderão tomar decisões importantes para o crescimento e para a formação alem de que terão seu próprio time a decidir o que fazer. – Não acreditam? Bem tem muitos que pensam assim até ir lá e participar. – Lá não terão a obrigação de fazer nada do que não queiram. As decisões são em grupos e democráticas. Irão fazer lindas atividades ao ar livre, lá no campo dormirão em barracas, poderão ver as estrelas, aprender a se guiar pôr elas. Vão aprender a cozinhar, a lavar a louça, suas próprias roupas. Irão jogar os melhores  jogos de suas vidas.

                      - Mas isto não é bom? Eu sei que tem muitos jovens que não pensam assim. Mas a maioria como vocês eu sei que gostam de tomar decisões, em pensar por sí próprio. Mas tem mais, se forem lá irão praticar transmissões a distancia pôr bandeirolas, pôr Morse através de lanternas à noite, irão usar cordas para atravessar rios, despenhadeiros. Farão escadas de diversos tipos e pontes de diversos tamanhos. Irão também aprender a usar o machado, a respeitar árvores, fazer fogueiras, transmitir mensagens pôr fumaça pré-definidas. Irão fazer jornadas, com seus amigos escoteiros, aprenderão a ler mapas, fazer croquis, e se orientar pelas estrelas.

                     - Estou brincando? – Não meus jovens, nada  disso. Eu mesmo fiz tudo que estou dizendo há muito tempo atrás e olhe fiz muito mais do que isto. Se não acreditam, porque não vão até lá e verifiquem com seus próprios olhos? Um deles riu e falou para o Chefe: - Olhe Chefe, sem ofensas, eu mesmo tentei. Não aconteceu nada disto que você está dizendo. Só ficamos na sede, correndo prá lá e prá cá. Uns jogos que não divertia. Um Monitor mandão. Nunca nos consultou para nada. Só sabia gritar firme descansar e cobrir. Uma vez fomos ao campo. Os chefes ficaram horas preparando cordas para atravessarmos de um lado a outro. Ficavam segurando a gente com medo de cairmos. Parecia que éramos de louça. Eles não confiavam na gente. Aventura? Não vi nada disto. O Chefe Escoteiro ficou calado. – Tentou retrucar e dizer que não era assim. Eles não tiveram sorte no grupo que procuraram. Mas sem graça sorriu e voltou para sua casa.

                       - O cumprimentei, dei meu Sempre Alerta e ele sorrindo sem vontade retribuiu. Vi que ele colocou para os meninos de uma maneira fácil e correta do que é o escotismo. Qualquer jovem compraria esta ideia. Posso apostar. Mas e depois? Será que iriam ter isto no grupo procurado? Pensei com meus botões - Como seria bom se estivéssemos ainda fazendo um escotismo de aventuras, de descobertas. Poderíamos ajudar a esta juventude ou parte dela, que sem rumo segue por aí perseguindo o vento sem saber como fazer. Se os pais soubessem do valor do escotismo para ajudá-los na formação iriam ver de forma diferente o que veem hoje.   

                     Mas enfim, não adianta termos a isca. Precisamos aprender a usá-la para que dê resultados. Muitos estão preparados outros não. Escotismo é movimento e o movimento está fazendo o que melhor sabe fazer, motivar a moçada para estarem sempre esperando ansiosos a reunião no sábado seguinte. Mas será que é isto mesmo que está acontecendo em alguns Grupos Escoteiros?


Boas noites amigos e amigas. Durmam bem e uma ótima quinta.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sinto vergonha de mim!



Lembranças da meia noite.
Discurso feito no Senado Federal em 14 de dezembro de 1914.
Autoria: Rui Barbosa

Sinto vergonha de mim!

Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!

‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Um bom sono a todos!