Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

domingo, 27 de abril de 2014

Quanto custa ser honesto?


Conversa ao pé do fogo.
Quanto custa ser honesto?

              Um homem andando pela rua encontra um envelope pequeno, destes para guardar documentos. O apanha e abre para ver o que tem dentro. 600 reais em dinheiro e algumas contas para pagar no total de 580 reais. Ele deduz que o dinheiro seria para pagar a conta. Foi trabalhar e no horário do almoço se dirigiu a uma lotérica e pagou todas as contas. Sobraram 20 reais. Olhou bem as contas e viu que estava em nome de uma senhora chamada Cecília. Na conta telefônica viu o numero e ao chegar a casa ligou para ela. Explicou o que aconteceu e que as contas estavam pagas e sobraram 20 reais. Ele fazia questão de devolver e pediu a ela se podia encontrar com ele no dia seguinte próximo onde ele tinha encontrado o envelope. Ela uma senhora de mais de 70 anos sorria sem parar e contou para todas as amigas, todos os filhos enfim contou para Deus e o mundo. – Diziam que estamos vivendo com marginais, bandidos, ladrões, mas não é assim dizia ela. Estes são uma pequena, mas bem pequena parcela, no mundo continuou, têm muitas pessoas honestas!

           A imprensa falada e escrita sempre colocam em suas manchetes os casos mais escabrosos, os roubos e os assaltos com morte. Tomemos o caso da grande São Paulo. Mais de 17 milhões de habitantes. Veja a porcentagem dos assassinatos, roubos etc. Uma parcela mínima está aí incluída. No entanto as coisas boas não dão ibope, portanto não são publicadas. Claro que casos com o acima descrito dão manchete, mas quantos a imprensa utiliza como notícia? Somos milhões de pessoas honestas. O número é incrível de pessoas que lutam, que trabalham, sofrem e estão aí com seu caráter a toda prova. A cada segundo, minuto milhões colocam sua honestidade acima de tudo. Portanto acredito que não estamos partindo para o caos e sim para um mundo melhor. Qualquer boa ação não tem preço. Nunca devemos fazer uma pensando que teremos algum em troca.

             A boa ação faz parte do nosso movimento Escoteiro. Os jovens desde cedo estão a aprender a ajudar o próximo e fazer diariamente sua boa ação. Isto se tornando um hábito de comportamento vai trazer para ele vantagens enormes e ele sabe que as faz não para mostrar a coletividade, mas sim para provar a si mesmo que sua consciência está em paz consigo mesmo. Os poetas sempre dizem que a beleza da vida não está em se moldar ao que os outros esperam de você, e sim na simplicidade em viver de acordo com sua verdade. Ser gentil tem de ser a essência do ser humano. Quem não é suficientemente gentil não é suficientemente humano. Devemos pensar que Deus está olhando para nós o tempo todo. Está olhando agora e vai olhar por toda a sua vida. Não adianta falar, mostrar, realizar se dentro de si como Escoteiro não tem a felicidade que nos trás em ajudar o proximo.

            Nosso papel como Chefe Escoteiro é simples, mostrar aos jovens a vantagem de ser honesto, de ser altruísta, de ter um caráter ilibado e dizer a sua própria consciência e para aqueles que precisam ouvir: - “podes acreditar, eu sou um Escoteiro e o Escoteiro tem uma só palavra” Não preciso acrescentar que ele tem honra, tem alma limpa e reconhece que seus valores são dignos de todos que estão a sua volta. Honestidade se pratica e não se veste não se mostra e nem se faz alarde. Um Escoteiro tem de dar este exemplo sempre. Não basta dizer que sou Escoteiro. Tenho de parecer um Escoteiro que toda a sociedade acredita! E cá prá nós, como disse Homero, se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade.

E terminando o nosso bate papo, relembro Rui Barbosa o que ele disse sobre felicidade: - Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso.


Sempre Alerta meus amigos!

sábado, 26 de abril de 2014

A promessa.


Crônicas escoteiras.
A promessa.

“Prometo pela minha honra, fazer o melhor possivel para cumprir meus deveres para com Deus e minha pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer à lei do Escoteiro”!

                A promessa é uma força, uma direção que você dá ao seu esforço. E o esforço lhe conduzirá de esforço em esforço, através da vida até a meta que você se propôs. Quando você a tiver apresentada, você não será melhor, mas mais forte. E se em algum dia lhe acontecer de não saber bem se uma coisa pode ou não ser feita, você se lembrará de que, em uma noite, perante um fogo tranquilo, na hora nas quais as luzes se atenuam e os barulhos diminuem, no meio de companheiros que tinham o seu mesmo ideal, você prometeu de servir a Deus, e então não mais hesitará. Saberá se aquela coisa poderá ou não ser feita.

              Nem sempre você estará tão bem disposto quanto hoje. Você nem sempre terá esta alegria transbordante e esta calma serenidade, porque na vida há tempestade, grande cansaço, desprazeres dos jovens e tristezas provenientes dos adultos, improvisadas incertezas. Então, talvez, uma triste manhã de um triste dia você se dirá: “Mas porque tudo isso?”.  E, você se lembrará de que, em uma noite, perante um fogo tranquilo, na hora nas quais as luzes se atenuam e os barulhos diminuem, no meio de companheiros que tinham o seu mesmo ideal, você prometeu de servir a Deus. Não mais dirá “Mas porque tudo isso?”, mas visto que você só tem uma palavra, porque a sua alma é simples e reta, porque você não pode servir a dois senhores, nem obedecer a duas leis que se opõem você se manterá fiel a sua Promessa, servirá a Deus, ajudará ao próximo e obedecerá a Lei.

               Outros a mencionaram antes de você. Mas é sempre a mesma coisa, a mesma disciplina a qual você se impõe voluntariamente, a mesma obediência, e o mesmo serviço que se escolhe livremente. Livremente você chegou até nós. Assim como livremente caminhou nas nossas fileiras. Conhece os escoteiros assim como lhes conhece a deles a Lei, o ideal: você então sabe que deve ser um jovem simples e forte, ativo e alegre. Você sabe que deverá ser um homem simples e forte, ativo e sereno. Você sabe tudo quanto acima e deseja que assim seja. Então, perante este fogo tranquilo venha pronunciar a sua Promessa.
(Retirado do livro de Lezard) - Cortesia Masciit.

Se você hoje vai fazer a promessa ou então vai tomá-la de alguém, lembre-se a promessa é para sempre. Ela ficará marcada na mente e no coração como um dos fatos mais importantes da vida do promessado. Faça deste dia um dia único, não o divida com ninguém, é seu dia e você merece respeito, pois irá tomar uma atitude que guardará para sempre em sua vida.

MEUS PARABÉNS! SEMPRE ALERTA!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Assim escreveu Lord Baden-Powell. (1911) Como ficar rico.


Assim escreveu Lord Baden-Powell. (1911)
Como ficar rico.

Veja bem, eu tive na minha permanência na terra um momento tão bom nisso como qualquer homem, para que eu possa falar com algum conhecimento. Um escritor no Manchester Guardian que é desconhecido para mim ultimamente me descreveu como "o homem mais rico do mundo." Isso parece um elogio muito grande, mas quando eu fico a pensar que ser um homem rico não é necessariamente um homem com um pote inteiro de dinheiro, mas um homem que está realmente feliz. Então eu sou isso, muito rico. Eu conheço muitos milionários que não eram homens felizes, pois eles não tinham tudo o que queriam e, portanto, não tinha conseguido encontrar o sucesso na vida. Um provérbio cingalês diz: "Aquele que é feliz é rico, mas isso não significa que quem é rico é feliz." O homem realmente rico é o homem que tem menor número de desejos.

Qualquer biografia terá suas sugestões úteis para tornar a vida um sucesso, mas ninguém melhor ou mais infalível do que a biografia de Cristo. Se você já leu Caminho para o Sucesso você vai ter percebido que minha ideia do sucesso na vida é a felicidade. Felicidade, como Sir Henry Newbolt diz, é em grande parte adquirida por "Happifying". (casamento da asas a alegria). Uma coisa que muitos rapazes ainda não sentiram o realismo da vida, é que o sucesso depende de si mesmo e não em um destino gentilmente fabricado, nem sobre o interesse de amigos poderosos.

Eu tenho dito que uma e outra vez o propósito do Movimento Escoteiro e Guia de jovens é a construção de homens e mulheres como cidadãos exemplares, ou seja, o H de três fatores: - saúde, felicidade e Serviço. O homem ou a mulher que consegue desenvolver esses três atributos garantiu os principais passos para o sucesso desta vida.


No entanto, mais um item é necessário para completar o sucesso, é a prestação de serviço aos outros na comunidade. Sem isso a mera satisfação do desejo egoísta não vai atingir o top de linha.

domingo, 20 de abril de 2014

Meu Amigo Fantasma, sua corneta, Zé Botina e muitas outras lambanças.


Boas lambanças de um passado distante.
Meu Amigo Fantasma, sua corneta, Zé Botina e muitas outras lambanças.

                Eu já disse e repito lambanças todo mundo tem. Alguns guardam para si, outros comentam em uma rodada de shop e eu gosto de contar aqui. Afinal hoje só posso fazer isto. Foram-se os dias de aventuras por este mundo afora. Agora vivo de lembranças e das lambanças que escrevo. Sei que tem muitos que não gostam e não acreditam. Paciência. Tem hora que eu mesmo tenho dúvidas. Risos. Já contei aqui várias. Algumas engraçadas outras não. Se não querem contar as suas me deixe com as minhas. Mais duas em duas épocas diferentes. Vamos a elas:

Primeira – 1961 – Mello Viana município de Coronel Fabriciano – MG – Eu o Chefe Carlos fundamos um Grupo Escoteiro. O Tapajós. Existente até hoje em Coronel Fabriciano. Carlos era da minha idade, dezenove anos. Conhecemo-nos na Usiminas onde trabalhávamos. Ele de Juiz de Fora, escola de Darcy Malta, um dos melhores escotistas que conheci. Resolvemos alugar uma casinha em Mello Viana. Uma república, (ainda solteiro na época) com mais dois ex-escoteiros. O Arlindo e o Mauro. O padre da paróquia se entusiasmou. O grupo começou com grande participação da comunidade. Conseguimos quatro barracões da prefeitura sem utilização próxima ao cemitério. Um dos lobinhos, um dos escoteiros, um dos sêniores e um da diretoria e almoxarifado geral. Em frente um campo de futebol. Melhor não acharíamos. Uma tarde jogávamos futebol só os chefes. Arlindo levou uma bolada no estomago e levado ao hospital morreu no dia seguinte vitima de hemorragia interna. Tinha tuberculose avançada. Não sabíamos.

Foi uma verdadeira epopeia levar o corpo na cidade de Manhumirim onde sua família residia. História que contarei proximamente. Uma semana depois começaram a nos dizer que uma noite sim e outras não, muitos instrumentos da fanfarra tocavam altas horas da noite na sede. Uma semana duas e na quarta depois de tantas reclamações, resolvi passar uma noite lá. Olhe, não sou corajoso, nada disto. Sou medroso sim. Mas mesmo molhando as calças não deixava um desafio para trás. Carlos se recusou a ir. - Nem morto disse! Se fosse o Arlindo ele queria distância. Acho que foi causa da dentadura dele em cima do guarda roupa. Outra história. Onze da noite lá fui eu. Sozinho. Passei pelo cemitério e comecei a tremer. Abri a porta e entrei tremendo. Senti escorrer um liquido em minhas pernas. As luzes não acendiam. Tudo escuro. Um barulho tremendo de uma corneta no meu ouvido. Saí pela porta em disparada. Nem olhei para trás. Só parei na igreja. Calças totalmente molhada.

O padre ainda acordado me perguntou – O Que houve Chefe Osvaldo? O Arlindo! – Mas ele morreu! – Pode ser que sim, mas o danado está na sede tocando corneta! O padre riu. Impossível! Só se for alma do outro mundo. Fomos para o interior da igreja. Rezamos juntos. Ele desistiu. Na saída ele recebeu na orelha direita o toque da corneta com uma nota só. Ficou branco e nem rezou. Comigo atrás saiu em disparada para a paróquia. No dia seguinte bem cedo foi lá com quatro coroinhas. Fizeram de tudo, mas a noite a corneta sempre tocava. Até que um dia parou. Nunca mais fiquei sozinho na sede do grupo. Sempre de olho se ele não aparecia. Ninguém acreditou na história e acharam que o padre estava mancomunado comigo para fazer uma gosação. Eu parei de contar a história e na sede a noite nunca mais!

Segunda – 1954 – Zé Botina tinha minha idade, treze anos. Não sei quantas brigas ouve entre nós dois. Pelo menos duas por semana. Não era Escoteiro. Tinha sua turma e quando me via sozinho eu virava um saco de pancadas. Eu revidava com duas ou três patrulhas quando o via só. Um dia vinha da sede quando vi uma grande confusão na Rua Peçanha. Encostei-me ao passeio junto a minha bicicleta. A polícia descia o sarrafo em uma turma e não sabia o motivo. Cassetete para todo lado. Zé Botina me viu e gritou! – Ele é da turma! – Maldito. Mesmo com treze anos virei um saco de pancadas dos policiais. Jurei vingança. Contei para os Lobos o que aconteceu. Uma noite Chiquinho chegou correndo. – “Vado” (meu apelido na época) Zé Botina vai para a sua casa sozinho. Seis valentes patrulheiros da Lobo lá foram correndo de bicicleta. Na descida do bairro Santa Terezinha o encurralamos. Tiramos sua roupa. Umas varadas no trazeiro que marcou. Pelado levamos suas roupas e o deixamos lá gritando. Cheguei em casa. Crise de consciência. Uma da manhã. Voltei lá. Tinha de ajudar. Não o vi em lugar nenhum. Voltei. Descendo a Rua Francisco de Assis, totalmente deserta lá estava Zé Botina com mais oito. Outra surra. Deixaram-me pelado na rua. Mas revidaram com as varadas. Escondendo aqui e ali cheguei em casa.


Os tempos passaram. Crescemos. As brigas nunca pararam. Mudei de cidade. Um dia no Porto de Tubarão em Vitória onde trabalhava, o Diretor me chamou. – Disse que precisava de um escriturário? Veja se este serve – A vida dá muitas voltas. Zé Botina em carne e osso. Ficamos amigos, acabaram as brigas. Fui padrinho dele de casamento. O tempo passou. Nunca mais o vi. Soube que se alistou na Legião Estrangeira. Era seu sonho ser um legionário. Risos. Não sei se era verdade. Mas gostaria de vê-lo novamente. Saudades do Zé Botina!  

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um luar do sertão em uma fazenda.


Os ponteiros do relógio marcam as últimas badaladas da meia noite.
 Um luar do sertão em uma fazenda.

Era uma casinha pequena. Pintada de branco, cheia de flores em volta. Cercada por dezenas de árvores não muito altas. Buriti, Jatobá, Pequi, Pau Terra, Tingui e tantas outras. Terra de cerrado. Ela tinha dois quartos. Eu e Célia em um e os quatro meninos em outro. Uma salinha de nadinha com uma poltrona, uma cômoda com um rádio e mais nada. Uma cozinha estreita. Eu mesmo com a ajuda do Mané Vaqueiro e Antonio Tratorista construí um puxadinho atrás. Um fogão de barro, um forno de barro e piso de terra batida e bancos toscos. Na frente da casa uma diminuta varanda. Uma cadeira de balanço e dois bancos de madeira. Muitos jarros de plantas. Célia gostava. Ao lado, uns quarenta passos ela fez uma horta. Tomates, couve, repolho, pés de mandioca, cebolinha, batata doce, alface, pés de mamão, goiaba, taioba (adoro) e muito mais. Nos fundos há uns oitenta metros um chiqueirinho. Sempre com dois ou três capados no ponto. Mais a frente o galinheiro. Como tinha galinhas nossa senhora! Celia colhia tranquilamente uma a duas dúzias de ovos por dia. Franguinho a molho pardo uma vez por semana.

Como a gente era feliz. Sem preocupações das grandes cidades. Durante o dia o passear dos avestruzes, das galinhas d’angola, um ou outro veadinho que passava correndo, passarinhada que escureciam o céu. Na época certa as cigarras faziam a festa. À noite então! Coisa linda! Quando se aninhavam em frente a minha casa os vagalumes aos milhares eu apagava a luz. (Luz de gerador ligado três horas por dia). Não precisava, pois eles os vagalumes davam conta. Um espetáculo digno de ser ver. Uma subida de barco a motor (pertencente à fazenda) no rio das velhas até o grotão onde uma pequena cachoeira embelezava o rio cheio de esplendor. Na piracema todos ficavam boquiabertos com os pulos dos peixes querendo subir a corredeira. Descendo se chegava à foz do São Francisco. Gente, minha mente mexe comigo ao lembrar. – Célia, quer comer um peixe? – Marido traga um pequeno, não tem mais lugar na geladeira. Geladeira movida a gás. Sempre cheia, carne de porco de vaca, de frango até de tatu e capivara tinha. Meu cavalo sempre arriado. Sem pestanejar eu ia pescar um pintado ou um dourado. Coisa de dez minutos. Conversa de pescador? O Escoteiro tem uma só palavra!

Vovó Lavínia era uma grande amiga. Tinha o apelido de Vovó, mas era pouco mais velha que eu. Era uma Akelá de um grupo Escoteiro da Capital. Nunca se esqueceu da gente. Foi fazer uma visita de uma semana. Ficou lá duas. Risos. Não sabia que ela conversava com a natureza. Uma tarde ela estava acariciando o pêlo de um pequeno veado. Eu a vi conversando com dois avestruzes. Olha que eles eram ariscos. Deixar alguém tocá-los? Nem pensar e nunca tinha visto. Mas Vovó Lavínia conseguia. Levei o maior susto quando vi uma cobra enorme que não identifiquei atrás dela. Gritei para ela correr, ela parou olhou para a cobra que se enrolou toda. Vai dar o bote pensei. Impossível, Vovó Lavínia ficou agachada e parece que falou com a cobra por instantes e ela foi embora. Desculpem é verdade. Uma noite sentados na varanda, filharada dormindo ela pôs os dedos na boca como a pedir silêncio. – Escutem falou baixinho. As estrelas estão cantando no céu. Gente, na fazenda havia o mais belo céu que tinha visto. Bilhões e bilhões de estrelas. Uma via láctea que marcava qualquer um. Fizemos silêncio. Olhávamos para o céu. Um som calmo e refrescante. Se for o cantar das estrelas não sei, mas que era lindo era.

Quando ela foi embora sentimos uma tristeza enorme. Um vazio grande. Tentei várias vezes ouvir as estrelas cantarem. Nunca mais. É eu era mesmo feliz e não sabia. Daria tudo para voltar no tempo. Mas o tempo não para.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem.   

domingo, 13 de abril de 2014

Amigo, você é Escoteiro? - Não diga! Meus parabéns!


Amigo, você é Escoteiro? - Não diga! Meus parabéns!
    
       Ah! Meu amigo eu sou sim e com muito orgulho. Quer saber? Eu estou aprendendo a ser alguém para que todos que me amam possam um dia se orgulhar. Aprendo que o caráter é importante em cada um de nós. Que ser leal alegre e ser fraterno é ponto de honra, e minha palavra? Sim ela é sagrada. Estou aprendendo que a honra faz parte dos honestos. Que a ética é mais que tudo. Aprendo tantas coisas que cada dia que passa mais me orgulho de ser um Escoteiro.

       Acredito que você não sabe, pois poucos comentam, mas são tantas coisas maravilhosas que acontecem comigo que hoje sei que a felicidade pode ser alcançada e eu a alcancei. Sou um privilegiado por Deus em ser um deles. Olhe eu já vi um céu estrelado deitado na relva e em volta de uma fogueira cheia de amigos e amigas. Ali eu conheci as constelações, senti a grandeza da via láctea, eu vi um cometa brilhante no céu a uma velocidade incrível! E as estrelas faiscantes a brilharem no espaço? São coisas que o Escoteiro não esquece. E quando vejo isto mais e mais eu tenho a certeza que ser Escoteiro é fantástico e isto me transforma. Aprendo que devo ser puro nos meus pensamentos, nas minhas palavras e nas minhas ações, pois estou mais perto de Deus.

      Eu gostaria que um dia você pudesse junto comigo dormir sob as estrelas! Sentir a brisa da madrugada e vendo o vento balançar as árvores prá lá... E para cá... Ver o sol nascer e ele se pôr ainda vermelho no horizonte deixando uma marca profunda em nós. Quem sabe um dia você vai poder saborear o cheiro da terra molhada, o perfume das flores silvestres, o som maravilhoso da passarada voando pelos céus, do piar da coruja em um carvalho qualquer. Ver o lenho crepitando em uma bela fogueira onde todos brincam, riem, cantam e vão vendo as fagulhas subirem aos céus, languidas e serenas até que a aragem leva-as para longe.

      Olhe você nem imagina como é lindo ser escoteiro. Acho que é um privilégio de poucos. Mas uma alegria de muitos. Quando vejo a chuva caindo em uma floresta o som me envaidece um som imperdível aos ouvidos de um velho mateiro. Acredite nós temos uma ternura imensa com a natureza. É ela quem nos aproxima mais e mais do criador. Muitas vezes não precisamos de bússola, encontramos facilmente o Norte e o Sul só de olhar para as folhas das arvores, ou então um ninho de pássaros. Como é gostoso seguir a sotavento, sentir o vento no rosto, descobrir as flores silvestres desabrochando nas campinas, nos vales e nas serras distantes. É, podemos tirar o calçado e molhar os pés nas águas geladas de um belo riacho e isto meu amigo é bom demais. Podemos sentar e tirar uma soneca em uma grande e frondosa árvore e é preciso experimentar quando o cheiro da relva balançada pelo vento soprar em nossa direção. E olhe, é maravilhoso ao chegar ao cume de uma montanha e ver o horizonte! Um espetáculo imperdível meu amigo!

      Mas olhe, não sei se terá a oportunidade de ter o que temos. Aqui aprendemos que o medo é próprio dos fracos e é preciso ter coragem e amor para conviver em uma vida saudável junto dos demais Escoteiros. Isto meu amigo nós chamamos companheirismo e fraternidade. Se um dia quiser eu te darei a mão e se esforçar quem sabe você pode até entrar em um Grupo Escoteiro. Mas lembro a você que qualquer um pode entrar, mas é importante saber que ser escoteiro não é para qualquer um!

     Se resolver mesmo, seja bem vindo, o receberei de braços abertos e tenho certeza você será mais um irmão de tantos milhões espalhados pelo mundo. E quando chegar vai saber que o nosso fundador Baden Powell disse que aqui em nosso movimento só os valentes entre os valentes se saúdam com a mão esquerda. E pode acreditar que você será muito bem recebido por todos nas centenas de países onde o escotismo existe. Saiba meu amigo que nós escoteiros somos amigos de todos e irmão dos demais escoteiros. Chegando seja bem vindo, farei questão de apertar sua mão, dar o meu abraço e meu Sempre Alerta!

Agora vamos lá, coloque sua mochila, cante comigo o Rataplã, vista seu uniforme, coloque seu chapéu de três bicos, ajeite seu bornal e dê um belo sorriso. Agora você vai entrar no mundo maravilhoso dos escoteiros e vai participar de uma grande aventura!


Boa noite e uma linda semana a todos!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ser um Velho Escoteiro é uma arte.


Os ponteiros estão se aproximam das doze badaladas da meia noite! Hora de dormir.
Ser um Velho Escoteiro é uma arte.

                 Fazia anos, muitos... Sempre a olhar no horizonte sem coragem de pisar nas estrelas e partir. Partir para onde? Para onde suas asas de cera o levassem. Ele tinha medo do sol que poderiam derretê-las e cair em um buraco negro sem volta. Mas a vontade foi tanta que aprendeu a desviar e foi a lugares que o fizeram lembrar como é bom ver um sorriso, sentir um aperto de mão sem contar uma história e depois voltar. Ele era um Velho Escoteiro feliz. Gostava de lembrar-se do seu passado. Ele agora se perguntava - Será que ele tem algum? Quando ele chegava lá aonde ia, alguém amistosamente e carinhosamente o apresenta assim: – Olá turma este é o Osvaldo, um Escoteiro. – Do Facebook minha gente! Ele escreve histórias! Tem muitos blogs de escotismo. Vocês já o viram lá? Ele olhava a todos sorrindo e sabia que alguns já o viram e outros não. E lá está o Velho Escoteiro na frente de tantos e que parece nunca ter sido. Ele agora só é conhecido nas redes sociais. Quem dera que pudesse contar, dizer quem era, mas a voz sempre embargada e febril não deixava. Melhor assim, ele agora só conta histórias, está lá no Facebook, no Orkut e já não faz mais o escotismo que ele sempre amou. Alguns o chamam de blogueiro de contador de sonhos, de lendas e histórias. 

             Seria difícil pensar que ele ficou muitos anos como lobo, como Escoteiro, como sênior e pioneiro. Seria difícil dizer que no seu caderno de campo tem quase um milhar de noites de acampamento centenas de Fogo de Conselho, que viajou a pé, no seu cavalo de aço por rincões deste grande Brasil e fora dele. Que ele fazia um escotismo alegre e solto, que atravessou dezenas de florestas, descobriu lindas cascatas, cachoeiras enormes, acampou em lugares difíceis de imaginar. E quantas estrelas ele contou no céu? Contar para que? Alguém gostaria de saber? Saber que esteve em montanhas e picos, em vales sem fim. Alguém vai acreditar que ele dormiu em jangadas em rios caudalosos? Que dormiu sob as estrelas deitado na relva, nas pedras nas alturas, arvorou bandeiras em lugares impossíveis, andou em trilhas que não foram feitas, que atravessou com sua patrulha locais inóspito, gargantas profundas? Que ele também se emociona quando sente amor e fraternidade por parte dos seus irmãos de sangue? Não, é melhor ficar calado. Hoje ele é somente o Osvaldo um Escoteiro do Facebook e do Orkut e um pouco do Google nos seus blogs e afins. Lá ele habita lá ele vive e lá ele conta lendas, conta histórias escreve o que pensa sem receio de que não possa ser entendido. Histórias... Se ele sabe tudo sobre o escotismo não interessa. Cada uma em seu lugar, no passado no presente e lá está ele pensando que pelo menos assim pode ser útil.

               Ele pensa que poderia ajudar, afinal são mais de 66 anos Escoteiro, mas isto a quem interessa? Ninguém quer ouvir velhos Escoteiros, aqueles que pensam saber tudo, mas o mundo agora é outro. Ninguém quer ouvi-los. Ele sente falta, quer sair mais, colocar suas asas de cera e ir a lugares nunca dantes imaginados. Sentir o calor de um aperto de mão verdadeiro, sentir o sorriso de um jovem ou uma jovem que ama o escotismo como ele. Correr com eles, jogar com eles, ir a mil lugares não sonhados e que se tornarão para sempre sonhos verdadeiros. Chamar os monitores e em uma conversa ao pé do fogo, em frente a uma barraca, na orla de uma floresta, tendo as estrelas no céu a vigiar, ouvir suas ilusões, seus sonhos e ficar ali com eles sem horas para dormir. Mas ele sabe que não vai acontecer, ele já não é o mesmo, hoje ele é um Velho Escoteiro contador de histórias e ele sabe sim que sempre será conhecido como o Osvaldo um Escoteiro. Ah! Porque este nome? Porque não Chefe Osvaldo, porque não Comissário Osvaldo, porque não Senhor Osvaldo? É... Devia ser outro, mas um dia ele pensou que era um Escoteiro. Na sua alma, na sua imaginação ele acha que ainda é assim. Se um dia ele foi chefe foi uma casualidade, se aprendeu todas as lições de BP foi um acaso do destino.

                Quem sabe um dia, com suas asas de cera, vai chegar a um lugar onde conhecerá os lobos, os Escoteiros e as escoteiras, os seniores e as guias todos eles separadamente, sem formalidade sem ser o homem do Facebook, do Orkut, o blogueiro sonhador, sem ser contador de histórias e ser somente um Escoteiro. Quem sabe neste dia os jovens vão sorrir e perguntar: - Moço do uniforme caqui quem é o senhor? E ele dirá sorrindo com orgulho: - Eu? Eu sou o Osvaldo, conhecido como Vado, da patrulha Raposa, da Matilha Marrom, um sênior da patrulha Pico da Neblina, Pioneiro e aventureiro, marcado na mística do fogo como Tupã o Escoteiro Trovão, um Primeira Classe, um Correia de Mateiro, e tantas coisas mais, mas se quiser saber eu sou mesmo é um Escoteiro... Como você!   

Boa noite meus amigos, o Osvaldo um Escoteiro deseja a todos uma noite linda com sonhos dourados. Durmam com Deus!

                

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Escola da Vida!


Os ponteiros do relógio aproximam-se das badaladas da meia noite. Hora de dormir!
A Escola da Vida!

"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

                       Não sei se existe idade para que nós possamos aprender nesta formidável escola do mundo em que vivemos. Uma grande poetiza já dizia que todos nós estamos matriculados na escola da vida. Desde que nascemos. Nesta escola o mestre é o tempo. A cada dia vamos aprendendo. Não importa a idade, pois o aprendizado não para. Dia e noite. É bom aprender com o silêncio, com os falantes, com os intolerantes e os gentís. Eu posso dizer que sou grato a todos pelo que aprendi e ainda aprendo. Não levo em consideração se são rudes, se são estranhos. A eles sou eternamente grato. De vez em quando penso nas palavras de Baden Powell quando disse que é uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida e a leve para o túmulo, cabendo aos que o seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas.

                     Leonardo da Vinci comentou que a experiência é uma escola onde são caras as lições, mas em nenhuma outra os tolos podem aprender. Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende. São duas coisas distintas – O saber dado pelos mestres nas escolas e a vida como ela é, sendo olhada, guardada em nossa mente e nos fazendo crescer no dia a dia. Outro pensador comentou que, no dia em que guiarmos nossas ações, juízos, estudos e decisões por valores que visam ao sublime em vez da mesquinhez, quando agirmos inspirados mais nos critérios de justiça, da generosidade, da prudência, da temperança do que do interesse do egoísmo, no dia em que agirmos meditando sempre na beleza da doçura, na importância da humildade, no valor da coragem e no lugar da compaixão, nesse dia nosso planeta atingirá aquele estágio supremo que toda evolução técnica teve por meta.

                O escotismo nos deu escolhas. Não importa se entramos nele como jovens ou adultos. Ele o escotismo nos dá escolhas simples, honestas baseadas em uma lei e uma promessa. Aprendemos tanto a cada dia, a cada hora, a cada minuto. Aos poucos vamos fazendo um arquivo em nossa memória impossível de descrever ou escrever. É este arquivo é quem nos ensina como compreender, ser calmo, ponderado, e assim aceitarmos mais alegremente a vida como ela é, sem reclamar e aceitando o que nos foi dado como meta. Fico pensando que muitos jovens ou mesmos outros que ainda não estiveram em todas as salas da escola da vida não querem ainda escolher com aqueles que já passaram por todas elas, carregam experiência e não se perdem no caminho desta escola. Eles os jovens se sentem seguros, Andam com firmeza e acreditam que o que fazem é o certo. Mas isto não é bom? Lá bem distante um dia eles verão que o caminho poderia ter sido outro. Mas e o livre arbítrio?

                Ainda bem que tive a alegria de participar ativamente deste movimento que só me deu alegrias. Os percalços que encontrei foram também aprendizado. Hoje não fico preocupado em não poder estar na ativa e junto ao lado dos jovens. A Escola da Vida e Deus me deu o que preciso para continuar a jornada. Mente clara, pensante, ativa procurando nos seus recônditos uma maneira de ajudar e colaborar. Sim aprendi muito e nunca esqueço as belas palavras de Baden Powell. Ele nos mostrou o valor da natureza em nosso crescimento. Dizia ele que quando um filhote de lobo ouve as palavras “estudo da natureza”, seu primeiro pensamento é sobre coleções da escola de folha secas, mas estudo da natureza real significa muito mais do que isso, o que significa saber sobre tudo o que não é feito pelo homem, mas criado por Deus.  È ela a natureza uma das grandes matérias da Escola da Vida.

                 Todo homem toda a mulher passa pela escola da vida. Eles são os que sustentam a nação e o mundo com o que aprenderam. São livros não escritos, são matérias do dia a dia. São as alegrias, as dificuldades, os sacrifícios que nos dão a certeza de um dia receber o diploma tão esperado. Mas este diploma é apenas uma etapa. A Escola da Vida não para. Há muito que aprender. Ela nos dá a única riqueza que vamos levar conosco na viagem que um dia iremos realizar. E a cada estação, a cada apito do trem descendo ou subindo iremos encontrar mais e mais escolas. São milhares. Nunca irão parar. Seria bom que todos trocassem ideias como os que passaram por esta escola antes da maturidade. Mas acredito que tem de ser assim. E como dizia Saramago, mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo!

O homem que é cego para as belezas da Natureza perdeu metade do prazer da vida!

Lord Baden Powell.