Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Quem gosta de cascavel que se sirva!

Lembranças da meia noite.
 Quem gosta de cascavel que se sirva!


Não dá para esquecer. Quanto tempo, mas até hoje vivo na memória. Acampamento em Aguas Turvas. Dois dias. Só os Raposas. Chegamos sábado bem cedo. Nada de novo. Sabíamos o que fazer. Sete escoteiros. Três Primeira Classe e três segunda. Só eu de Pata Tenra. Duas horas da tarde. Tãozinho correndo – Vi um Tatu-Bola. Fumanchú nosso cozinheiro vibrou. Daria um ótimo ensopado com batatas. Fumanchú era o máximo. O melhor cozinheiro que já vi. Lá fui eu o Romildo Monitor, o Israel Sub e o Tãozinho. Não era fácil pegar um tatu. Eles já pegaram antes. Buraco fundo. Enfiar a mão? Nunca como dizem pode ter uma cascavel. Vamos usar o truque da fumaça. Galhos secos na porta, fogo muitas folhas verdes molhadas. Uma fumaceira do inferno. É só fecha a porta do buraco. O tatu sai correndo. Dez minutos nada. Vinte. Chocalho de Cascavel. E agora? O tatu se enroscou. A cascavel não podia morder. Só vi o buraco sendo aberto pela cascavel.

Pernas para quem vos quer. Não estávamos preparados. Deixe para amanhã. Um novo plano. Voltamos, matamos a cascavel e pegamos o tatu. O danado não escapa! Dormimos. Um bom Fogo de Conselho. Dei risadas, mas de vez em quando ouvia chocalho de cascavel. Os patrulheiros também ouviram. Melhor fazer um fogo alto em frente às duas barracas de duas lonas. Dormimos. Dia seguinte espreguiçando, saí da barraca. Putz Grila! Oito Cascavéis em volta. Dormiram ali esperando a gente acordar. Todos levantaram assustados. Romildo gritou! Por aqui. Corram o que puderem. Fomos para o lago. Ficamos lá até duas da tarde. Voltamos. Campo vazio. Desmontar acampamento. Vamos para a fazenda do Linhares.  Em fila partimos chocalhos na mata atrás de nós. Saímos na Rio Bahia. Avistamos quatro delas na beira da estrada a nos espiar. Uma carona em um caminhão caçamba. Chegamos na boca da noite.

Nunca mais voltamos em Aguas Turvas. Não gosto de cascavéis até hoje. Sempre que vejo uma me dá arrepio. Uma mordida, quatro horas para morrer. Dependendo dela nem soro resolve. E naquela época soro? Melhor uma Surucucu. Não corre. Para e enfrenta. Se vai ela fica. Cascavel não. Corre atrás da gente. Enfim, quem já acampou já viu cobras. Sempre correndo da gente. Fazer barulho no mato e elas vat. Vup! Mas não confiem nunca em cascavéis! 


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem e uma ótima sexta.

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