Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

terça-feira, 9 de julho de 2013

A vida passa, e a gente passa com ela.

Lembranças da meia noite.
A vida passa, e a gente passa com ela.


         Coisas da vida. Assim dizemos sempre. Quem abraçou um credo enfrenta a seu modo as coisas da vida. Eu mesmo já escrevi diversas vezes sobre nossa passagem aqui na terra. Sabemos como é como vai ser e até quem sabe imaginamos um futuro em tudo isto. Mas não é fácil envelhecer. Podemos querer mostrar para os outros uma faceta que no fundo não é a nossa. Podemos acreditar que tudo isto tem uma razão de ser, mas no fundo sempre um ponto de interrogação. Quem sabe se com os outros é diferente? Mas com a gente não. Quando envelhecemos é que mais nossa mente trabalha. Incessantemente. Lembrar-se de tudo. Saber as horas, onde estão suas coisas, os remédios e manter uma rotina para que não percamos o caminho tão dificilmente percorrido, mas que vai chegando ao fim.

         Não sei como é a vida dos outros velhos. Os vejo por aí claudicando e contando suas dores, suas vidas que um dia foi boa, mas hoje sem esperanças. Estes velhos com seus olhinhos miúdos são verdadeiros. Dizem o que se passa no fundo do seu coração. Sabem que aqueles que estão ao seu redor têm outras preocupações, se ressentem por eles não verem as suas. Agora muito mais do que quando jovens. Eu mesmo não tenho muita paciência em ouvi-los. Não tenho paciência nem comigo mesmo. Sou um noctívago do dia, da noite, da vida que levo. Não é fácil. O corpo não obedece. Sempre cansado. Todos os dias eu levanto, olho pela janela pensando eu pergunto: – Até quando meu Deus? Quanto tempo ainda tenho? O corpo já não é o mesmo. Pudera, sou um "Velho". Um dia melhor outro não aguentando andar.

              Poemas, frases poéticas, lindas histórias sobre a vida. Todos estão aí a escrever a dizer e outros tentando esconder a verdade do seu coração. Um dia fui criança, fui adolescente, fui o homem maduro até que envelheci. Dizem que só colhemos o que plantamos. Se hoje tenho minhas doenças, minhas fraquezas, minhas dores e a rotina que não me deixa mudar dos remédios da vida, da corrida aos banheiros só pode ser eu mesmo que plantei. A colheita está aí. Tem que aceitar os frutos. Afinal não fui que escolhi este caminho?

              E infelizmente eu nunca deixo de perguntar. Até quando meu Deus! Mas não deixo de completar, até quando Deus quiser!
          
A Velhice é um Vento

A velhice é um vento que nos toma 
No seu halo feliz de ensombramento. 
E em nós depõe do que se deu à obra 
somente o modo de não sentir o tempo, 
senão no ritmo interior de a sombra 
passar à transparência do momento. 
Mas um momento de que baniram horas 
o hábito e o jeito de estar vendo 
para muito mais longe. Para de onde a obra 
surde. E a velhice nos ilumina o vento. 

Fernando Echevarría.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Uma excelente semana é o que desejo a vocês.

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