Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 13 de julho de 2013

“Lambanças” que o tempo não esquece.

Lembranças da meia noite.
“Lambanças” que o tempo não esquece.


         São coisas da vida. As lembranças vêm e vão. Alguns dizem que são lambanças do destino outros que são fruto da minha imaginação. Que assim pensem, pois a dúvida gera o pensar e este pode até chegar à conclusão que foi verdade. E se foi ou não, não importam. Minhas lambanças estão aos montes por aí e porque não narrar de forma divertida? E eu pergunto quem não tem lambanças? A vida passa e nossa mente fica presa ao passado. Interessante que quando nos lembramos de alguém a imagem que fica é do ultimo encontro. Se por um acaso do destino encontramos de novo esta pessoa um susto – Meu Deus! Como você mudou! Melhor dizer, como você ficou Velho e feio! Risos. Esquecemos que nossa carcaça já não é mais a mesma.

Mas vamos às lambanças, nem tanto divertidas como outras que aqui contei, mas vale a pena lembrar.

Corria o ano de 1956, Israel nosso Submonitor contou para a Patrulha Sênior sobre o casamento de uma prima em Lambari dos Silva, um vilarejo perto de Suaçuí, onde passava o rio do mesmo nome. Seus parentes eram de lá e porque não ir a Patrulha e participar da festa? Sempre davam uma festança quando havia um casamento e podíamos nos divertir muito. Eles chamavam de pagode. Centenas de frangos, porcos, oito ou dez bois, bodes, perús uma comilança sem tamanho. Não haveria despesas, pois a comida era farta. Ele conhecia uma picada pela serra do Sapo Molhado, e achava que era menos de dez léguas (sessenta quilômetros). Se fossemos pela Rio Bahia seria mais de duzentos quilômetros. Era como perguntar se peixe quer minhoca. Claro que topamos.

Quatro da tarde de sexta feira partimos em nossas bicicletas. Ração A, material mínimo para eventualidades. Sete da noite e pegamos a tal Serra do Sapo Molhado. Quase matou todo mundo de cansado. Quase duas horas só de subida. Na descida devagar, muito buraco na estradinha de terra. Na beira de um regato resolvemos pernoitar. Enquanto Fumanchú fazia uma sopa armamos duas barracas de duas lonas. Quase meia noite, estávamos jantando quando chegou dois homens mal encarados, a cavalo e apearam dizendo – Cabe mais dois nesta comida? Estamos mortos de fome. Falar o que? Sentaram e nós mesmo demos nossos pratos a eles.

 Enquanto comiam ouvimos alguém gritando: - Zé Peixada e Pato Branco dou dois minutos para saírem daí se não vamos abrir fogo! Cacilda! Deitei no chão e todos meus amigos fizeram o mesmo. Os dois pistoleiros abriram fogo. Um tiroteio dos infernos. Mais de meia hora. Eles correram descendo o riacho e o tiroteio não parou. Duas horas depois um homem que se identificou como o Capitão Maneco da Polícia de Captura nos disse que escapamos por pouco. Os dois nunca deixavam vivos alguém que poderia dizer onde estavam. Minha calça estava molhada. Toda molhada. Já sabem. Sou mesmo um Zé Mijão. Uma de nossas barracas de duas lonas estava crivada de balas, mais de vinte tiros. Ficou como recordação na sede para contarmos a quem quisesse conhecer a história. E a festa? Mais maió de boa, tamanhuço e biteleza! Um pitaco de bom Até arrumei namorada! Mas esta é outra história!


Boa noite meus amigos e minha amigas. Um excelente domingo para todos! 

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