Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Saudades de um Fogo de Conselho.

Lembranças da meia noite.
Saudades de um Fogo de Conselho.



“Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”. Kipling.

Já era noite alta e da fogueira restavam apenas algumas brasas, que aqui e ali iam adormecendo. Algumas fagulhas ainda se arriscavam a subir aos ‘céus’, mas lânguidas e serenas perdiam sua força e desapareciam na escuridão. Alguns metros além, podíamos ouvir o piar da coruja no grande carvalho frondoso e que a noite dava arrepios com sua figura fantasmagórica. Bem próximo à lagoa de águas azuis naquela hora da noite,  eram apenas sombras cinzentas e não permitia ver os sapos e rãs que coaxavam seus cantos noturnos...

     Até a melodia doce e suave da bica de água límpidas, trinavam sons repicantes e intermitentes na audição de um velho mateiro. Em volta daquele calor que aumentava a sensação da amizade existente, chefes e pioneiros ainda respiravam o sabor do ar fresco vindo da pequena floresta a sudoeste do acampamento. O “Fogo do Conselho” terminara há algum tempo e a alegria, as canções, o folclore das tropas masculinas e femininas, ainda permaneciam como “fantasmas” amigos que prometiam manter aceso pôr toda a eternidade o espírito que reinou naquela “festa” de moças e rapazes, no seu mais puro e inocente lirismo, de uma tradição de anos e anos naquela terra sagrada de “São Lourenço”.

                Feito este introito, onde eu sei que todos nós do escotismo temos uma história para contar, o fogo do conselho marca. Não existe nada é mais lindo para um Escotista como olhar para os rostos dos jovens. Escuro ainda e a fogueira aos poucos deixando a chama subir aos céus, os olhinhos fixos as fagulhas brilhando e aumentando a luminosidade, eles com aquela ansiedade, a espera do contexto, olhar fixo no fogo, cada um sonha ao seu modo o que vem a seguir. Um sonho de uma vida que só os escoteiros podem ter. A felicidade suprema e a alegria de poder estar ali. De poder cantar, representar, jogar, bater palmas, pular, desafiar em um quebra coco impossível. Serão historias a serem contadas por muitos e muitos anos. E no final a Canção da Despedida. Uma despedida que marca, mas que promete ser breve. Muito breve. Não tem quem não se emociona. Eu perdi a conta de quantas vezes chorei. Lágrimas que eu derramei sobre a terra sagrada desde a mais tenra idade até hoje. Um "Velho" chorão.

               Fogo do Conselho. Esquecer jamais! Lembrar sempre e sempre, pois assim como as estrelas no céu brilhando no escuro da noite ou da lua enluarada eu sei assim como aconteceu centenas de vezes comigo também aconteceu com todos. Não há como esquecer. O Fogo do Conselho vive para sempre em nossos corações. Acho que pode ser ele um dos motivos para muitos estarem até hoje no escotismo.


Boa noite meus amigos, um lindo e maravilhoso sono. Até amanhã!

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