Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O “martírio” de um Chefe Escoteiro.

Lembranças da meia noite.
 O “martírio” de um Chefe Escoteiro.



Quando Comissário Regional em Minas em viajei muito pelo interior. Muito mesmo. Visitei dezenas de cidades. Dois chefes sempre me acompanhavam, mas muitas vezes fui só. Nem sempre de carona na rural do compadre, ou o fusquinha do DCB. Precisava convencer grupos Escoteiros da necessidade do registro e autorizar outros tantos a começarem suas atividades, além de cursos diversos. Consegui anualmente uma verba do governo para ajudar sem pagar os registros na UEB e nos cursos. Precisava também melhorar o adestramento dos chefes. Foram sete anos. Anos que muitas coisas aconteceram. De vez em quando escrevo sobre uma e publico em meus blogs outras ainda não chegaram a hora de contá-las. Como hoje dei boas gargalhas lembrando com a Celia de muitas histórias do passado separei duas para contar. Cuidado. Não tenham mal entendidos. Sempre procurei ter em mente que o Escoteiro é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações.

Esta aconteceu em uma cidade há mais de 600 quilômetros da capital. Varias cartas e muitos telegramas me levaram a ela. Queriam começar um grupo. Tinham uma diretoria e muitos interessados em serem os chefes. Tudo combinado peguei um ônibus em uma sexta à noite. Cheguei lá às nove da manhã. Ninguém me esperando. Perguntei onde encontraria o doutor Nando (nomes fictícios). No hospital não estava me mostraram sua casa que era perto. Fui atendida pela esposa. Linda, nova, uns vinte ou vinte e um anos. Recebeu-me com um lingerie azul clara sem nada por baixo. Não sabia o que fazer. – Entre, ele vai chegar logo! Fazer o que? Entrei. Ela sentou ao meu lado, e passou o braço no meu ombro. Vermelho estava vermelho levantei. – Desculpe, vou tomar um café reforçado – Vou à padaria que vi na praça – Nem pensar. Eu tenho tudo isto e muito mais! Sai quando ela foi buscar o café. Seu marido me procurou no hotel. Foi um bom curso. Quando saí de Minas o grupo ainda existia. Nunca mais voltei lá.

Outra cidade. Não tão longe. Nada que três horas de viagem no fusquinha do DCB resolvesse. Seria uma Indaba. Inicio às dez da manhã de sábado e termino as quatro de domingo. Eram quatro grupos. A ideia era discutir a formação de um Distrito e eleger o distrital. Discutir também o que cada grupo sentia mais dificuldade. A Indaba ia de vento em popa. Uma morena de olhos azuis não tirava os olhos de mim. Seu marido um sujeito de bigodes o dobro do meu, usando sempre um chapelão de couro (sem uniforme) e quase um metro e noventa não saia de perto dela. Eu participava na direção e meus pensamentos eram só escotismo. Todos nós ficamos alojados no seminário onde se realizava o evento. Às onze da noite depois de troca de ideias com alguns chefes de grupo fui dormir. Um quarto só para mim. Beleza. Tomei um banho e quando voltei ao quarto lá estava à morena sentada na minha cama. Sorria. Fique tranquilo Chefe. Bertoldo vai dormir em casa! Abri a porta. Gentilmente pedi a ela para sair. Nesta hora o Bertoldo chegou. Gritou com ela – O que faz aí? Ainda bem que entre mortos e feridos se salvaram todos. Nada de errado. Não apanhei. Bertoldo no dia seguinte tomou uma cerveja comigo dando risadas. – Foi combinado? Perguntei. Não Chefe, não. Ela é assim mesmo. Não dizem que se dormir o cachimbo cai da boca?

Tempos que se foram. Quantas histórias nos milhares de quilômetros percorridos na estradas de terra de Minas, Bahia e Espírito Santo. (naquela época – 1968/1975).
Bem hora de dormir – Boa noite a todos. Tenham um sono gostoso e revigorante.


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