Lembranças da meia noite.
O amanhã nunca morre.
Não digo que os sábados
são tristes. Não são. Mas ponham-se em meu lugar. Mais de sessenta anos onde
todo sábado preparava meu uniforme, checava meu programa, imaginava cada jogo cada
adestramento e via em minha mente via a preocupação de um Monitor, o sorriso de
um noviço ao ser apresentado a Tropa, as bandeiras farfalhando ao vento, olhos
voltados para o cerimonial, peito arfante e sentimento patriótico e hoje isto
não mais existe. Não posso mais. Não tenho nenhuma tristeza por não ir. Mas
sempre me lembro de um ou outro fato e quem sabe é isto que deixa meus sábados um
pouco tristes.
Quantos e quantos
sábados os problemas apareciam, corria daqui, corria dali, resolvia um pedia
ajuda de outro Chefe para resolver, um pai choroso, uma mãe com o olhar para o filho
que corria num belo jogo mostrando uma alegria que poucos jovens podem ter. Era
bom. Era ótimo. Virou rotina para mim. Quantos e quantos sábados! Mil? Dois mil?
Com sol? Com chuva? Risos, chuvas? Não, não, chuvas não, meu Deus! Lá vinha o
tal do Lampião do Conselho. Improvisar esquetes, canções, jograis e no final
contar uma história – Era uma vez, um lobinho e um Escoteiro ambos valentes,
aventureiros, saíram para acampar...
Os sábados com saída para
o campo – Monitores podemos partir? Nos dê cinco minutos Chefe, temos
atrasados. Ah! Os atrasados. Eles estão sempre ali. Mas no ônibus os sorrisos,
as canções a vontade da moçada em chegar, sentir o vento, o sol quente,
descobrir e preparar sua nova morada, cada um altivo, facão ou machadinha na
mão (eles adoravam isto) um bambu aqui, passar a mão no rosto, tirar o suor era
bom demais.
Hoje nas tardes quentes
ou chuvosas, sentado em minha varanda, eu fico pensando quantos amigos meus estão
vivendo todos os sábados o que vivi. E quando retornam as suas moradas eles
sabem que outros sábados virão. E os perseverantes sabem que serão milhares e
milhares de sábados. Sem saber eles são felizes. Pois só quem tem a honra de
estar perto de nossa juventude, fazendo estripulias, correndo, brincando e
cantando é que fazem o escotismo que encanta e sempre os encantou em um Grupo Escoteiro.
E você meu amigo e minha amiga, pense bem no que o Dalai Lama nos brindou com
suas palavras:
“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem
e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar,
fazer e principalmente viver”. E eu aproveito para dizer que tenho orgulho de você,
do seu trabalho, de sua perseverança em colaborar e ser mais um de nós neste
luta sem trégua e sem fim. Parabéns!
Boa noite meus amigos e minhas amigas. Um ótimo domingo cheio de paz e
alegria.
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