Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 18 de outubro de 2014

Quando termina a motivação escoteira o que fazer?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Quando termina a motivação escoteira o que fazer?

                    É difícil aconselhar. Quem não passou por isto? Tem hora que você desanima. Dá vontade de largar tudo e sair por ai. Outros ainda insistem, mas sabem que o caminho que estão seguindo não leva ao sucesso. Se procurarmos um serviço de autoajuda teremos vários. As belas frases de efeito pululam por todos os lados. Todas com belas palavras, mas que não nos fazem sentir revigorados como antes. O escotismo é interessante. No início tudo são flores, sorrisos, promessas, alguns até deixam as amizades que tinham em troca de novas que conquistaram. Nos primeiros meses, e até nos primeiros anos aqueles mais chegados que não foram catequisados espantam com tanto carisma, com tanta alegria e demonstração de que ele alcançou um novo patamar, uma nova vida. Eles dizem que agora tem uma nova filosofia de vida. Seria assim mesmo?

                  Dizem os poetas que o que mais sofremos no mundo não é a dificuldade, é o desânimo em superá-la. Não é a provação, é o desespero diante do sofrimento. Não seria o fracasso e sim a teimosia de não reconhecer os próprios erros.  Mas o maior poeta já tinha dito que tudo isto são palavras e palavras nada mais são que palavras. Eu já passei por isto. Inúmeras vezes. Os problemas são diversos. Familiar, profissional, falta de ética, de amor, de sinceridade dos que se dizem irmãos de todos e que vontade, que vontade meu Deus de encontrar um buraco e se enfiar nele. Claro tem os mais fortes. Eles não transmitem para ninguém seus desânimos. São fortes. Tem sempre uma explicação para tudo. Mas será que dizem a verdade?

                 Se notarmos bem a matemática Escoteira é simples. Trinta e poucas reuniões por ano. Somando as reuniões de sede, acampamentos e excursões que sabe podemos chegar a aproximadamente quinhentas horas anuais. Claro, prevendo quatro atividades (e aí considerei às vinte horas do dia) e considerando também nove meses de atividade, pois muitos têm férias em julho, dezembro e janeiro. Se eu estiver certo dedicamos cerca de vinte dias por ano ao escotismo. Claro que tem aqueles mais abnegados com o dobro de horas trabalhadas. Para uns uma eternidade para outros muito pouco. Mas porque então o desanimo? Olhem, existem vários motivos, mas para mim o principal deles é a decepção com o ser humano. Querer abancar o mundo e dizer que o líder é aquele que sabe liderar e ser liderar é fácil. Mas nem todos pensam assim. Tem os déspotas, que com o tempo a gente se sente ameaçado por uma força opressora mesmo vindo de alguém que se diz seu amigo e irmãos dos demais.

                Nestas horas é que todos nós sentimos falta de um aperto de mão carinhoso sincero. De um abraço fraterno, de um sorriso gostoso de uma palavra de carinho principalmente daqueles que convivemos em ambiente que achamos familiar no grupo Escoteiro. Tem aqueles que nos olham como se fossemos parte do todo, indispensáveis em todos os sentidos, mas nem sempre é assim com a maioria. Uns poucos nos veem como indesejáveis, subservientes, dispensáveis, e se pudesse diriam: - Vocês estão aqui para servir e mais nada! E então vem aquele desanimo aquela vontade de sumir de mandar todo mundo às favas. Nem sempre fazemos na hora. A promessa que fizemos é um nó que nos atou nos sonhos escoteiros. Insistimos e alguns dão a volta por cima, mas outros, estes não conseguem. Colocam o chapéu na cabeça e até mais. Fiquem com seu escotismo que não era o que pensava, ele diz! Quem sabe está aí um dos motivos da grande perda que temos de adultos que estão nos ajudando como voluntários, mas foram desconhecidos como tal.

                   Não é o programa somente que nos afeta. Nem são nossas finanças que apertam a todos os escotistas nas suas atividades. Não sei e até posso estar enganado, mas se todos que labutam na lides escoteiras, do mais alto escalão a aquele que está dando tudo de si não seriam bom se pensassem diferentes? Se um dia eles com suas carrancas ou seus sorrisos amarelos não poderia dizer:
- Meu amigo ou minha amiga, que alegria em te ver novamente!
- Meu amigo ou minha amiga, aceite meu aperto de mão sincero!
- Meu amigo ou minha amiga, eu posso te dar um abraço?
- Meu amigo ou minha amiga, eu quero que saiba que você é muito importante para nós, não nos deixe nunca, pode contar sempre comigo, pois sem você iremos perder muito na expansão do nosso Movimento Escoteiro.


                     E aí quem sabe, seu desânimo seria guardado lá bem no fundo do bornal, pois agora vamos acreditar que estamos vivendo entre irmãos escoteiros. E você quem sabe iria acreditar que não haveria mais os superiores, não haveria mais aquele sorriso de desdém, não haveria mais a conversa de esquina, a conversa de comadre. Ninguém iria desmerecer seu trabalho. Nós todos sabemos que não é fácil conviver com adultos. Com as crianças isto não existe. Ela queira ou não, são em sua maioria puros no pensamento palavras e ações. Mas olhe, de vez em quando é bom dar um passo a frente. Faça um pouco a sua parte. Seja o primeiro, desmanche o nó górdio e como dizia o nosso fundador e repetido por muitos, a felicidade só é completa quando você também conseguir fazer a felicidade dos outros! 

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