Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um tributo aos amigos que partiram.

Lembranças da meia noite.
Um tributo aos amigos que partiram.



Tem dias que fico pensando, pensando e quem não fica? Risos. Mas só pensando em um assunto? Claro que não. São vários. Sempre penso em escotismo, em escoteiros, em lobinhos, em seniores, guias, pioneiros, em boy Scout, em Sempre Alerta. Portanto são muitos assuntos não? Risos. Mas porque penso tanto? Acho que o tempo passa, as horas passam e costumamos esquecer fatos importantes em nossa vida Escoteira. Quem já viveu tanto no escotismo ainda acredita que viverá muito ainda pela frente. As horas passam, os dias passam, vêm os meses os anos, e quando assustamos os cabelos ficam brancos muitos amigos novos chegando e outros partindo. Agora os passos não são os mesmos, ficaram trôpegos, a respiração já não é a mesma e porque não desistimos? Porque não procurar outro motivo para sentir o pulsar da vida?

Não sei. Acho que sei que não quero pensar em outra coisa. Claro minha família, meus filhos e finalmente porque não quero reconhecer que o escotismo foi tudo para mim? Assim como para milhares que como eu passaram e estão passando nas fileiras deliciosas de uma vida ao ar livre, dormindo sob as estrelas, molhando os pés na água gelada, escalando montanhas incríveis e fazendo deliciosos acampamentos? Mas chega uma hora que não podemos fazer mais isto. O corpo não ajuda. Não importa a mente, pois ela a cada dia mais amadurece. Ainda bem. Tem dias que a gente fica olhando a parede como se ela fosse uma tela gigante, a nos mostrar num ritmo de marcha escoteira o filme de nossa vida. As alegrias que tivemos em pertencer a este formidável movimento.

Ali naquela tela aparece à primeira promessa, o primeiro grande uivo, vestir o uniforme tão desejado, sentir cada peça colocada, colocar o chapéu ainda novo dando um toque aventureiro e sorrir. Ver a cores do meu lenço naquela tela, os acampamentos, cada um mais formidável que os outros. Ver os amigos que fomos colhendo pelo caminho, e o tempo vai passando, o filme é longo, tem histórias alegres, tristes e a gente até pensa e acredita que não é um filme real, um sonho gostoso que nunca existiu. Mas a realidade está ali viva. A força de um movimento está encravada em um coração que sonhou com ele e sabe que nunca vai esquecer.

Nesta seara que colhemos, os amigos vem e se vão. Faz parte da vida. Faz parte do nosso crescimento. Nada é imutável. Foram milhares de amigos, mas só uns poucos tivemos noção do que eram, do que fizeram do que sentimos por eles e os instantes de convivência quando os perdemos. Tive alguns em que a coexistência foi mais próxima. Uma viagem juntos, almoços, acampamentos longínquos, noitadas, convivência familiar, enfim são fatos que marcam e quando passa o tempo e ficamos sabendo de sua partida dá um nó na garganta, vontade de voltar atrás e dizer, não podíamos ter nos separado. Devíamos estar juntos até hoje, mas quem pode prever o seu destino?

A gente sabe que a vida passa e nos passamos pela vida como quem colhe rosas e espinhos. Na maioria das vezes o jardim das flores cujas fragrâncias nos inebriaram uma época agora são espinhos que nos machucam de leve como a dizer: O adeus da partida nem sempre tem o aceno do lenço, a lágrima que cai de mansinho, o livro aberto contando coisas gostosas sobre nós não existe mais, pois o vento forte fechou as páginas da vida. Não adianta dizer que fazemos parte de uma multidão que vai e vem e que o crescimento individual faz parte do viver, morrer  e nascer de novo. Sabemos disto, mas uma saudade angustiante vem de mansinho a machucar nosso interior que reluta em aceitar os fatos que são reais e imutáveis.

Sempre Alerta amigos de outrora que se foram. Sempre Alerta. Que os ventos que estão soprando do norte, do sul, do leste e oeste, levem a chama deste fogo que está firme em nossos corações, pois a canção é clara, não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus! Ao nosso lado sempre vai haver um Escotista novo ou não a dizer que quem foi Escoteiro nunca vai deixar de ser. Este movimento nos joga na corrente da vida e sabemos que mesmo nadando seremos levados pela correnteza. Pois ele é um movimento que não nos dá oportunidade de esquecê-lo. Não dizem que o escotismo é uma filosofia de vida? Viver, morrer e ser Escoteiro para sempre.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Boa sexta feira. Durmam bem. 

Nenhum comentário: