Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Lembranças da meia noite. Hora de dormir.

Lembranças da meia noite.
Hora de dormir.


Hora de dormir. Agora ir mais cedo. Uma semana carregada de consultas médicas, exames e tentar marcar outras consultas. E vocês sabem como é conseguir pelo SUS é um trabalhão e, portanto não se pode faltar. Dizem para não chegar atrasado. A gente sempre chega meia hora antes e sai sete ou oito horas depois. Faz parte, afinal é de graça não? De graça? Humm! Dizem que não mas vá enfrentar os médicos do SUS. Eles olham para você como se fossem devorá-lo. Você entra ele pede para fechar a porta, não diz nada, está vidrado no computador (antes não tinha e ele escrevia, o que não sei). Passado minutos que você está ali sentado na cadeirinha, encolhido a olhar para ele humilde e o bonitão nem liga. Em dado momento ele pergunta – O que você tem? – Eu doutor? Dói aqui, dói ali, dói acolá, desmaio, sangue nas fezes, olhos vermelhos, coração palpitando. – Ele levanta e olha para você e diz – Leve este Atestado de Óbito. Vai evitar me procurar depois da sua morte.

Ele entrega o papel e diz – Até nunca mais. Você se levanta e pergunta – Tem receita Doutor? Ele fica puto. Não quer ser interpelado. Ele é o rei e você um súdito dos piores do reino. – Não está vendo que ainda não saiu na impressora? Plac, plac, plac e aos poucos a papelada sai. Faça estes exames e depois volte aqui. Você levanta e diz – Bigado Doutor. Sua santidade nem olha para você e diz – Chame o próximo. Paulo Pela Hora da Morte. E abaixa a cabeça. Você sai da consulta pior do quando entrou. Ele nem mediu a pressão, não olhou sua respiração mas quá... Pelo menos vai fazer exames. Exames? Estás brincando! A moça que lhe atende, que também nem olha para você diz – Por enquanto não tem vaga. Aguarde. Vamos ligar para o senhor. E grita: Próximo. Lembrei-me da minha sogra. Marcaram um exame para ela. Já faz três anos que ela esperava ser chamada. Morreu há três meses. Eu mesmo tenho dois aguardando há seis meses. Ah! Será que é de graça?

E nas eleições aparecem os “me engana que eu gosto”. Candidatos a deputado que promete mundos e fundos. Sabe que não é papel dele. Mas eles gostam de prometer, pois sabem que tem eleitores que acreditam. Senadores idem. E os candidatos a presidentes? Meu Deus! Quanta promessa. Vou fazer isto, vou fazer aquilo e assim como o governador e o prefeito vão prometendo. Como somos cordatos votamos nestes homens de valor e ficamos esperando. Afinal a Suécia e a Suíça que se preparem. O Brasil vai mudar e vai ultrapassá-los. Entrando nas filas, aguardando um oi do médico que não vem um sorriso da atendente, uma enfermeira cantarolar. Velhos ou não. Brasileiros já acostumaram com isto. Quando alguém reclama vai preso. Fica lá cinco dez vinte dois meses preso. E o Doutor deputado e senador? O supremo os condena dez anos depois dizem que vão para a cadeia. Cadeia? Só rindo. O tempo passa, o supremo toca acordeom ou melhor dizem que é acordon e mais prazos e mais prazos e ninguém vai preso.

Lembrei-me da gosação do saudoso José Vasconcelos a muitos e muitos anos atrás: - “Brasil já vai à guerra, comprou um porta aviões, Setenta e dois milhões, Brasil ó pátria amada! Que palhaçada”! Desculpem. Amo meu pais, mas quando vamos mudar? Quando vamos escolher gente de caráter, de ética de honra? Vamos aguardar. Quem sabe no dia de São Nunca depois das doze. É só aguardar a volta dos que não foram que teremos mudanças.


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Não é um desabafo. Para mim é uma realidade. Já aprendi a esperar. Sei cochilar sentado na cadeira por horas. Pressa? Para que? Um dia vou morrer mesmo! Risos. 

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