Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ser Escoteiro é padecer no paraíso. Risos.


Conversa ao pé do fogo.
Ser Escoteiro é padecer no paraíso. Risos.

                  Ali estavam os dois em carne e osso na minha frente. Insistiram na minha presença e eu um Velho Chefe escoteiro que não tem onde cair morto fui obrigado a aceitar o convite dos dois. – Precisamos de você! Falou o Renan. – Olhei para ele assustado, precisa de mim? Mas sou um Velho Escoteiro que não respira direito, não tem voz e anda claudicando senhor Presidente do Senado. Ele me olhou com aquele Velho sorriso de deboche e cutucou o Cunha. – Não te falei? Esta escoteirada não está com nada! O Cunha fechou a cara. – Comigo não tem disso não. Ou ele ajuda a gente ou o entrego na Lava Jato! – Deus meu! O que o Juiz Moro vai dizer? Quem sabe ele já foi Escoteiro e me ajuda? Comecei a rezar. – Renan gritou – Deixa de papagaiada, preste atenção nas instruções, precisamos de um velho Escoteiro metido a sabido para entrar no Palácio do Planalto!

                 - Mas eu Doutor Renan! Já fui um bom explorador, já entrei em grutas enormes, matas fechadas, já prendi bandidos nos jogos escoteiros, mas isto foi no passado! Hoje sou um traque de uma bombinha que nem tiro tem! – Senhor Osvaldo disse o Cunha raivoso. Não vou lhe chamar de Chefe Osvaldo, é muita pompa, você de Chefe é um réptil que fica na sola dos meus pés! – Cheguei à conclusão que desta vez não ia escapar. O Renan ainda dava para enganar mas o tal do Cunha era osso duro. - Doutor Cunha! Eu disse. Juro que não vou dizer para ninguém que o senhor tem cara de tanajura! Vou sempre dizer que o senhor é lindo de morrer e nem sei por que a Dona Dilma não deu umas piscadas para o senhor não? Vai ver ela quer namorar e o senhor não entendeu. – Benavides! Ele gritou. Era outro deputado puxa saco que estava ao seu lado. – Pegue este Chefe de araque e lhe dê uns cascudos!

                   Comecei a chorar. Parei logo pois afinal estava lá de uniforme caqui, aquele tradicional lindo de morrer e meu chapelão Escoteiro. Tinha de dar exemplo, afinal o que diriam os da vestimenta? – Benavides se aproximou e deu um enorme pisada no meu pé. Dei um berro de dor. Maldito puxa saco. Sua alma está encomendada. Saindo daqui com vida vou chamar o Zé Caixão, quero ver você no inferno pisando no pé do capeta! – Calma Benevides, disse o Renan. Precisamos dele vivo! - Vivo? Daquele jeito eu já estava morto. Gritei por Baden-Powell pedindo socorro. Os dois começaram a rir. Benavides o malvado me olhou e disse: - Aqui se aquele Velho babão metido a general aparecer, entrego ele de uma vez por todas ao Procurador Geral de Justiça! O Doutor Janot vai dar um jeito nele e em você! – Cala a boca Benevides, você sabe que eu não gosto dele e se passar na minha frente vai virar linha de tiro de treinamento no exercito!

                   Renan sempre naquela calma, naquele sorriso matreiro que até pensei que ele poderia ter sido Escoteiro! Cruz Credo! Pelas barbas do Profeta! Onde foi que amarrei minha égua? – Ele por a mão em meu ombro. É fácil chefão. Você entra no Palácio, rapta a Dilma e traz ela para nós aqui! Acho que os dois ficaram malucos. Como eu um pé rapado, sem eira nem beira, sem forças e sem respiração iria raptar madame Dilma, presidenta do Brasil? – Não fique com medo Escoteiro de araque, disse o Cunha. Seja homem, parece um mariquinhas do Facebook! Se porte com um Badeniano, a UEB disse que vai fazer de você farinha de mandioca para comida da Polícia Federal! Nossa! A coisa tá preta! Eu pensei. Concordei, quem sabe ao subir a rampa os Dragões me metem na cadeia e eu escapo depois?

                 E eis que me vi, bengala e tudo subindo a rampa do Palácio do Planalto, e eis que a Presidenta veio correndo me abraçar. – Chefe, descobrimos o plano dos Congressistas. Sabemos que foi obrigado. Vamos fingir que você me rapta e me leva para Granja do Torto. Não serei eu, vai ser a linda Graça Foster. Ela concordou. Quer redimir-se da cambada que ela acreditou e roubou a torto e a direito na Petrobrás. – Pensei com meus botões, não dou sorte com mulheres. As bonitas me adoram de longe e as feias ricaças querendo me abraçar! Putz! – Sem dizer nada concordei. Vi o Mercadante batendo palmas. – Dizia baixinho – Desta vez este chefinho de araque desaparece no ar. Vai voar com as gaivotas que vivem no além. O tal Adams advogado geral da união ria sem parar. A Ideli Salvati fingia que não era com ela. Ainda bem que dona Presidenta escolheu a Graça e não eu ela dizia.


                Me entregaram Graça Foster amarrada em um tapete vermelho. Deram-me um carrinho de pedreiro para levá-la até os congressistas. Ao descer a rampa um grito se ouviu, Aécio Neves, Fernando Henrique, Serra e Alkmim lutavam ferozmente com o Renan, o Cunha e de lambuja o Color! Joguei a Graça Foster no lago e me mandei. Olhei para trás e centenas de dragões da Independência apontando seus fuzis para mim. Fechei os olhos e entreguei minha alma a Deus! Acorda marido! Acorda! Para com esta gritaria. Afinal você é um homem ou um rato? Olhei para ela engasgado, melhor ser um rato que ficar a mercê destes congressistas. Levantei, fui respirar ar puro e disse para a Celia, nas próximas eleições não vou votar em ninguém. Tenho 74 anos e tenho este direito. Célia bateu palmas, conte comigo amor da minha vida!          

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