Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sou um simples Escoteiro e não um escritor.


Hora de dormir. O corpo cansado do Velho Chefe Escoteiro vai repousar.
Sou um simples Escoteiro e não um escritor.

“Fantástica história”. Viajei nela como não fazia desde criança. Parabéns pela excelente criatividade e pelo tom nostálgico da narração. Não pude deixar de ler outros contos também. De agora em diante seu blog estará gravado nos “meus favoritos” para que possa prestigiar, ou seria saborear seus “causos”. (de um amigo leitor no meu blog histórias maravilhosas Escoteiras).

               Acho que ele não sabe. Sou um Escoteiro e não um escritor. Meti-me nesta seara pensando em transmitir o que sei aos que gostariam de conhecer este movimento escoteiro. Entretanto nem sei se valeu a pena. Costumo viajar pelas estrelas vagando em pensamentos abstratos. Fecho os olhos e uma sombra passa sobre mim me dizendo o rumo a seguir. Meus dedos engatilham minha arma perfeita, um teclado mágico. As letras vão se juntando como se fossem abelhas a procura do mel. Não é difícil, percorri caminhos inesquecíveis, andei por terras impossíveis, fiz da minha um Escoteiro de corpo alma e coração. Quando escrevo resigno-me em voltar a minha condição de Escoteiro, ou melhor, um Velho Chefe Escoteiro. Algumas vezes ofereço meus préstimos aqueles que sentem alguma dificuldade na sua seara Escoteira. A minha maneira tento ajudar. Não deixo ninguém sem resposta, mas nem sempre a tenho pronta para explicar e sugerir. Setenta e quatro anos e sessenta e seis de escotismo, estudando, fazendo, participando lembrando e escrevendo. Valeu a pena?

                   Baden Powell no livro Guia do Chefe Escoteiro menciona textualmente “os objetivos do Movimento (...) para serem sentidos em sua verdadeira grandeza, devem ser avaliados por seus efeitos no futuro e por um prazo nunca inferior a 10 anos. Esta é a real unidade de medida que deve ser usada no Movimento”. Assim, nossa responsabilidade como educador é garantir a permanência do jovem por um lapso de tempo suficiente para que possa extrair do Escotismo os efeitos benéficos. Isto acontece? É claro que não. Ainda não existe uma preocupação em saber qual o tempo de permanência dos jovens no escotismo de hoje. A própria direção nacional se mantém no anonimato e nunca em tempo algum nos deu através dos seus registros onde estamos e como estamos na permanência Escoteira na associação. Alguém se preocupa? Quantas vezes eu escrevi sobre evasão e até hoje ficamos na mesma seara, no mesmo caminho.

                    Eu sei que sou somente um Escoteiro, um Velho Escoteiro desde tempos idos da década de quarenta. Escritor? Pouco tempo, nem quarenta anos se passaram quando escrevi meu primeiro conto. Hoje perdi a conta, são milhares. Escrevo acreditando que muitos estão assimilando o Escotismo verdadeiro de BP. Meus contos sempre têm um motivo, uma interpretação de como deveria ser o movimento Escoteiro. Meus artigos muitas vezes são ferinos em suas palavras, mas o intuito é um só. Incutir bondade, amor respeito e fraternidade entre todos nós do movimento. Dez anos é pouco comparado a muitos que ficaram muito mais. Não é difícil passar pelas fileiras Escoteiras por dez anos. Sei que para muitos isto é uma utopia. Conta-se a dedo jovens que permanecem por dez anos. Uns poucos Chefes voluntários sim. Nos meus escritos tento mostrar um escotismo de aventuras, motivar o jovem para ser um herói, fazer dele um mateiro aventureiro a viver nas florestas de sonhos e quem sabe amar para sempre o escotismo que lhe deu tantas alegrias.

                  Eu escritor? Nunca. Escoteiro? Sou sim de coração. Como dizia BP somos um movimento que cresce a cada dia e isto devido justamente a sua simplicidade e ao prazer dos rapazes que tem sido contínuo. Bem hoje não é mais assim. Acreditaram em outra filosofia mais moderna. Verdade seja dita o que John Thurman antigo Chefe de campo de Gilwell Park que escreveu um dia – “Os únicos capazes e possíveis de pôr o escotismo a perder são os próprios chefes e dirigentes”. Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento. Pois é, como Escoteiro eu sei disto, como escritor não sei me fazer entender. Muitos quando leem o que escrevo não entendem onde quero chegar. Quem sabe e é por isto que eu tenho quase a certeza que não sou um escritor, sou sim um Escoteiro de coração!


Boa noite meus amigos e amigas. Um sábado feliz uma ótima reunião e muitas alegrias no coração. Durmam com Deus.   

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