Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 9 de maio de 2015

Conselhos de um Velho Chefe Escoteiro. Parte II.


Conversa ao pé do fogo.
Conselhos de um Velho Chefe Escoteiro. Parte II.

             Outro dia publiquei aqui, alguns conselhos que julgava úteis para os novos chefes que ainda não conheciam bem o caminho do sucesso conduzir com êxito sua sessão Escoteira. Não sei se valeram, pois uma experiência que deu certo não pode ser guardada há sete chaves. Aqui estou publicando a Parte II. Quem sabe vira a III a IV e a V. Foram anos atuando em tropas e porque não passar meus parcos conhecimentos aos meus amigos e irmãos chefes Escoteiros?

-  Uma sessão Escoteira permanece em reunião por um tempo mínimo de duas horas e um máximo de três horas e meia. Isto uma vez por semana. Muito pouco. Portanto não temos o direito de perder tempo. É importante que se observe a pontualidade Escoteira não só no programa, mas em tudo que diz respeito à tropa ou Alcateia. Pontualidade é um dever até dos reis. E você também é responsável.

- É comum se perder tempo demais no cerimonial de abertura e encerramento. Às vezes todos os membros do grupo estão lá, cada um fala um pouquinho, uma explicação quase se transforma em um discurso. Já dizia o meu Chefe que os primeiros cinco minutos os jovens absorvem, dez minutos querem dormir, quinze minutos prometem a si mesmo não voltar mais.

- Promessas são de interesse dos membros da sessão. Promessas onde todos estão presentes desmotivam os que não participam da sessão dos promessados. Cada tropa ou Alcateia deve ter seu tempo para fazer as promessas e distintivos que interessam só a eles em reuniões onde só a sessão estará presente. Somente em casos especiais como Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria, cordões e condecorações devem estar presentes todas as sessões do grupo.

- Quem for convidado para hastear ou arriar a bandeira já deve ter sido instruído antes. Chefes que ficam a li ensinando, explicando e repetindo tomam o tempo deles e dos outros que estão assistindo. Bandeira é coisa seria. Toda sessão deve estar preparada para agir quando chamados. Os monitores são os responsáveis para adestrarem seus Escoteiros.

- Assistentes não estão ali para assistirem. Se não fizerem parte do programa no seu todo claro que irão desistir em pouco tempo. Devem aprender sim, mas deve ter a liberdade de ação em atividades que para eles foram designadas ou escolhidas.

- Aconselho sempre aos chefes que tenham um canto na área de reunião para ser o Canto da Patrulha. Eles mesmos devem fazer seus tamboretes, mini bancos e que ao terminar a reunião são guardados na sede. Nos cantos eles têm liberdade para conversar, treinar, adestrar e discutir temas de interesse da patrulha. Em qualquer ocasião de tempo livre (onde o Chefe deixa que os monitores dirijam suas patrulhas) elas estarão em seus cantos de patrulhas.

- O Chefe como bom observador deve verificar de longe como está agindo o Monitor. Se ele está sendo amigo de todos, se está orientando ou se fica de olho no Chefe aguardando uma chamada. Tudo isto deve ser muito bem conversado e discutido em Corte de Honra. O Chefe que não tem atividades com seus monitores, tais como excursões ao ar livre, acampamentos ou outro tipo de reunião, nunca terão monitores motivados e ou adestrados suficientemente para dirigirem suas patrulhas.

- É importante que os gritos de chamada, apitos e outros sejam esporádicos. Sinais manuais existem para isto e todos devem conhecer cada um. Uma patrulha quando forma não espera o grito do Monitor. Ele em forma faz o sinal de atenção (sem olhar para trás) o de descansar e o firme ou alerta. Aguarda o Sub Monitor que é o ultimo dizer a ele: - Monitor patrulha pronta. Só então ele apresenta ao Chefe.

- Nenhum patrulheiro gosta de ser o intendente, lenhador, aguadeiro, almoxarife, cozinheiro, instrutor, ou mesmo um escriba se não for bem motivado. Não se determina. Tenta-se chegar a um consenso de escolha pessoal. Na última hipótese que seja por sorteio. Nas reuniões o Chefe deve ter um sistema para chamar cada um destes encargos e conversar com eles sobre algum tema do interesse da patrulha. Dois três minutos já é uma boa motivação.

- Eu conheci chefes que tinham bandeirolas pequenas de cada cor para identificar cada um dos patrulheiros e suas funções. Por exemplo: - Azul, chamando o cozinheiro, verde chamando o intendente e assim por diante. Pode ser amarrada em um bastão ou quem sabe utilizar o mastro que quase não se utiliza na sede.

- Jogos onde só tem um vencedor não motivam. Os que erraram ou saíram do jogo não tem o que fazer. Ficam parados assistindo e muitas vezes aproveitam para fazer outras atividades que não são próprias de Escoteiros. Isto serve para Falsas Baianas, Comando Crow e Cabeça de Minhoca que um faz e os demais ficam assistindo. Fogos de Conselho onde só um representa não é certo. A patrulha é quem deve estar a frente de tudo. Os jogos devem na medida do possivel devem ter toda a patrulha disputando. Ou ganha uma ou outra. Esse tal de sou o melhor não pega bem para Escoteiros.

- Existe uma grande preocupação com jogos por parte dos chefes. Porque não experimentar e deixar por conta dos monitores a maioria? Cada patrulha fica encarregada por um ou dois cada reunião. Assista, veja as vantagens e desvantagens. Mas não esqueça, sempre reúna a tropa por um tempo mínimo de dez minutos sentados em círculos deixando a discussão livre. Só assista e tire suas conclusões.

- Cá entre nós, umas duas ou três reuniões de sede são o bastante. Acima disto pode saber que muitos irão desistir e ou não aparecer mais. Não é tão difícil sair da sede, seja de ônibus, de trem e passar um gostoso dia em local afastado. Porque não treinar o Passo Escoteiro? Porque não treinar o Passo Duplo? Porque não fazer um belo reconhecimento de pássaros e insetos? “Afinal siga as palavras de Kipling: - Deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido”.

- E, por favor, escolha uma boa estrada carroçável e quase sem movimento nas suas andanças para o campo. Esqueça a fila, danada de fila que já existem todos os dias na escola. É gostoso demais ter liberdade para andar nos campos, junto a amigos, conversando trocando ideias e aprendendo com a natureza. Deixe um na frente que não pode ser ultrapassado e outro atrás que ninguém pode ser ultrapassado por ele.

- O bom Chefe observa, olha, aprende e vive os sonhos que eles estão vivendo sem interferir. Não grite, não apite demais. Vá viver na natureza e aprenda com ela. Seu silencio vai lhe ensinar muita coisa. Quem disse que a fé move montanhas; pequenas ações movem o mundo e pequenos sentimentos movem o universo?


-"O amanhã é nosso. Somos do mesmo sangue, tu e eu...  Boa caçada”!

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