Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

terça-feira, 23 de setembro de 2014

As coisas boas na vida de um Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
As coisas boas na vida de um Escoteiro.

As coisas boas quando fazemos escotismo à gente não esquece. Quer ver? Vou mostrar, mas sei que você se estivesse aqui ao meu lado teria outras tantas para contar. São coisas boas que todo Escoteiro e Escoteira sabe, pois já passou por isto. E sabem? Esta é a força que o escotismo nos dá. A força de não esquecer. A força de um amor que vai surgindo até estar no sangue, no espírito e no coração.

- Duas horas da tarde, o sol a pino. Montando campo de Patrulha. Uma fome terrível. A fumaça do fogão aparece, a gente dá um breve sorriso. Logo cozinheiro batendo nas panelas – Almoço pronto! Sentamos na nossa mesa, o cozinheiro nos serve. Um belo tutu de feijão com torresmo e ovos estrelados. Puxa!  Um manjar dos deuses. Quer melhor que isto? São coisas boas da vida.

- Jornada noturna a pé. A gente sempre vibrando. Nove da noite, encontro, revisão e partida. Uns doze se muito. Risos, canções nos primeiros quilômetros. Depois um cansaço terrível. Olhos piscando. – Jesus! O que vim fazer aqui? – Chefe grita – trinta minutos de descanso. Ah! Pés para cima. Sangue circulando, começo a cochilar. Sem palavras. E bom demais tudo isto.

- Reunião de sede. Todos formados. Chefe vai à frente e diz – “Com orgulho quero entregar ao Escoteiro “fulano” autorizada pela UEB do Distintivo de Escoteiro da Pátria” Meu Deus! Sou eu. Maior alegria? São coisas boas da vida.

- Um grande jogo. Um sol a pino. Um calor enorme. Corre daqui, corre dali pega um e outro é pego. Cansado, muito mesmo. Damos uma volta no morro, um enorme castanheiro, uma sombra incrível! Deitar, cochilar, refrescar e o jogo? São coisas boas da vida.

- Acampado. Trovões e relâmpagos uma enorme tempestade. Evitem árvores diz o Chefe. A barraca dança com o vento. Nos meus doze anos eu morro de medo. Os pingos fazem um barulhão na barraca. Meia hora depois o sol aparece. Saímos. Olhamos para o céu limpo. A chuva se foi. Melhor que isto? São coisas boas da vida.

- Tarde livre – Pescaria. Não pesco nada. Lindo remanso com peixes pulando. Fico pensando o por que. Ao meu lado meus amigos sempre fisgando. Que coisa! Minha linha corre. Seguro a vara. Puxo devagar, um piau enorme. Todos correndo para ver. Alegria. São coisas boas da vida.

- Caminhada enorme, pés doendo, o sol rindo da gente. Chapéu tentando dar sombra, o suor escorrendo, na curva se avista um regato, águas límpidas, um som imperdível para um Velho mateiro. Vinte minutos! Diz o Chefe. A gente corre, tira o sapato, as meias, pés na água gelada. Putz! Vai ser bom demais lá...

- Uma subida enorme, um pico inalcançável. Longe demais, uma trilha cheia de pedras, a gente escorrega e não desiste. Subida íngreme. A gente usa as mãos na escada de terra. Aqui e ali uma picada de um inseto. Então a gente chega, senta em uma pedra enorme. A vista? Nossa! Espetacular, montanhas, cidades e pequenas estradas parecendo que a gente está no céu a observar. E nem se lembra mais da subida. Bom demais!

- Montando campo de patrulha. Uma mesa sendo construída. Medida exata de cada acha de lenha. Mãos vermelhas mais tarde os calos vão aparecer. Uma amarra quadrada aqui e ali uma paralela. Os galhos pequenos já cortados para o estrado. Uma costura de arremate. Um corte pelo sisal. Terminamos. Uns passos para trás, olhar nossa pioneiria. Linda de morrer. Valeu os calos e o sangue saindo de um dedinho. Bom demais!

- Chegar à sede. Todos correndo. Monitor me cumprimenta. Diz que sou importante na Patrulha. Chefe chega. Me dá sempre alerta. Dá um tapinha nas minhas costas e diz – sabe fico contente em ver você aqui sempre. Olha para mim e dá um sorriso. Obrigado ele diz. É ou não é as coisas boa da vida?

- O Fogo de Conselho, todos brincando, rindo, cantando e alguém distribui um cafezinho, uma bolacha, minha hora com a patrulha do esquete. Palmas, sentamos novamente e o Chefe nos convida para a Cadeia da Fraternidade. Mãos entrelaçadas, olhos fitando o infinito, a canção entra na gente. Dá uma vontade de chorar. Depois termina, olhamos em volta quantos amigos eu tenho! Bom demais, uma emoção que nunca será superada.

- O fogo do Conselho terminou, as brasas vão se apagando. Pequenas fagulhas fujonas ainda se arriscam a subir aos céus. Uns poucos em volta do fogo. Deitados na grama, uma leve brisa, o orvalho começa a cair, a gente de olho no céu. Não pisca milhões de estrelas brilhantes, uma estrada iluminada no céu. Um cometa passa deixando um rabo brilhante e a gente? A gente logo faz um pedido. Meu Deus! Faça todos felizes. É bom demais.

- Um olho aberto depois outro. A voz do Monitor e o apito do Chefe. Hora de levantar. Alvorada! Uma nesga de sol aparece na porta da barraca. Poucos se arriscam a levantar. Um sono incrível. Quem sabe a melhor hora para dormir. Mas o dever vem em primeiro lugar, à física e depois a inspeção. Monitor diz – Senhor obrigado pelo novo dia. Mãos a obra, um café gostoso um pão meio duro, mas nunca comi melhor. Campo preparado, inspeção. Bandeira. Olhar fixo e o Chefe a dizer: Patrulha X tirou o primeiro lugar. Você olha para seus companheiros é putz! É a sua. Vai ser bom demais assim lá...
  

- E quantas e quantas coisas boa da vida acontecem a todo o momento? Quantas alegrias surgem assim sem a gente esperar? Ei você escoteiro! Fique aqui ao meu lado. Conte as suas. Dê um sorriso mesmo se lembrar das ruins. Olhe para mim, sinta nossa sintonia. São coisas que só nós Escoteiros temos afinal se Somos irmãos Escoteiros só isto não são coisas boas da vida?

Nenhum comentário: