Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Já? Já, hora do Velho Chefe Escoteiro ir dormir! Não deixe a esperança morrer.


Já? Já, hora do Velho Chefe Escoteiro ir dormir!
Não deixe a esperança morrer.

                   Ah! Como é difícil seguir os conselhos que damos aos outros. É tão simples resolver quando nos contam seus problemas e os nossos? Quando a tempestade chega muitas vezes ficamos desnorteados, sem equilíbrio e dificilmente pensamos que a bonança sempre vem depois dela. Tenho certeza que todos vocês que me leem passaram por situações difíceis e alguns se safaram sem maiores problemas. Os outros sofreram na pele por dias e dias até que aquele problema se foi. Ele o nosso amigo disse que tudo passa. As dificuldades passarão. As dores iram passar. Fácil de dizer, mas difícil de entender.

                         Eu tive muitas tempestades em minha vida. Algumas eu achei que o pior ia acontecer. Tempestades profissionais, tempestades sentimentais, tempestades aventureiras. Foram tantas! Depois que elas se foram pouco me lembrava delas. Ficaram aquelas que me marcaram profundamente a mente e o coração. Uma vez, a muitos e muitos anos atrás resolvi conhecer uma gruta lá para os lados de Lagoa Santa, mas depois confirmei ser em Cordisburgo. Fui só. Fiz centenas de atividades sem companhia. Eu me chamava “Escoteiro” aquele que anda só. As mais difíceis nunca fui sozinho. Esta eu achava que seria simples. Sábado cedo partida e domingo à tarde retorno. Final dos anos cinquenta. Mochila nas costas, uma corda de três oitavo de vinte metros, lanche para dois dias e pé no caminho.

                 Ninguém conhecia a gruta desconhecida. Fui acompanhando um riacho procurando a nascente, quedas d’águas lindas, até que encontrei um jovem pescando e ele me disse que a dois quilômetros acima iria encontrar uma gruta que ninguém conhecia. Meia hora depois a vi. Difícil acesso. Precisava usar minha corda e descer uns dez metros até uma plataforma e depois mais uns dez onde deveria existir uma grande abóboda, pois calculava ser ali o final da gruta. Foi então que minha corda caiu. Achei que alguém tinha feito uma maldade, pois o nó que dei foi perfeito. Bem assim achei. Tinha água e comida para dois dias. Precisava pensar. Pedir socorro impossível. Procurei um canto da gruta para servir de morada. A gruta era feia. Água pingando em vários lugares. Não tinha mais nada. Pedra lisa.

               Não me desesperei no primeiro dia. Fiz uma exploração completa e nada. Repeti no segundo dia. À tarde comecei a ficar preocupado. Estava com dezenove anos e não era marinheiro de primeira viagem. Dormi naquele segundo dia acordando a cada hora. Durante o dia uma pequena claridade iluminava algumas partes da gruta e a noite uma escuridão profunda. No terceiro dia mesmo economizando lanches, pois a água não faltava achei que não tinha mais uma saída. À tarde daquele dia comecei desesperar. Não sabia o que fazer. Alguém gritar lá do alto por mim seria difícil. Ninguém sabia onde estava a não ser o jovem pescador. A noite de terça meu coração batia com força querendo sair do peito.

                   Próximo a mim vi um pequeno brilho. Lanterna acesa, pois economizava pilha fui até onde achei que brilhava. Em uma pedra vi o que seria a visão mais impossível do mundo. Ali naquele buraco, naquela gruta feia, noite alta iluminei uma linda flor. Amarela, quase do tamanho de uma rosa. Que flor era? Como nasceu ali? Não tinha ramos, folhas nada. Só o broto e ela. Fiquei ali olhando aquela flor e me esqueci do resto. Melhor orar. Orei olhando para a flor. Ouvi um barulho de água. Colhi a flor e fui à procura do barulho. Quatro horas depois achei. Segui o pequeno riacho e sai em uma abertura do outro lado da montanha. Duas da manhã. O céu estrelado. Sentei na grama e rezei. Olhava para o céu e para a flor na minha mão. Rezei muito. Uma paz incrível. A bonança chegou.

Quando o dia amanheceu voltei para minha cidade. Meus pais estavam preocupados. Contei para eles à tempestade que me apanhou e a flor que me salvou. Bem não foi só a flor, tenho certeza que meus amigos lá do alto me ajudaram. Obrigado meu Deus!


Boa noite, hoje vou dormir mais cedo. O corpo do Velho Chefe Escoteiro já não recebe mais ordens. Melhor obedecer. Durmam com Deus e os anjos do Senhor.

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