Lembranças da meia noite
Fim do dia.
Mais um dia. Assim eles vão
passando. Cada um uma experiência nova. Novos amigos, novos contatos e saber
que o mundo gira e não para. Dizem que estamos sempre aprendendo. Não importa
se os anos estão passando, se eles são como as escunas que navegaram os setes
mares no passado e no presente. O presente de hoje já é passado quando eu
terminar de escrever. Planos? Muitos. Escrever o quanto puder. Meu legado? Não
sei. Quem sabe minhas historias que aqui deixei poderão servir no futuro aos
novos membros escoteiros? A cada dia descubro coisas novas.
Chego à conclusão que os amigos
as amigas estão fazendo um bom escotismo. Gosto disto. Se Deus quiser mês que
vem começarei minhas visitas a uns poucos grupos que me convidaram.
Interessante de fora do estado mais de cem e da capital oito. Risos. Mas vou
fazer tudo para atendê-los. Preciso colocar minhas asas enquanto a vida me
sorri. Preciso voar novamente e sentir a alegria de uma Alcateia, de uma tropa.
Não posso demorar, pois tenho medo que as mudanças aconteçam rápidas demais e
posso chegar a um grupo e a saudação e o aperto de mão estejam alterados. –
Chefe não tem jeito, agora é SAPS! Ordem dos homens lá de cima! Se isto
acontecer dou meia volta e vou chorar as magoas em minha morada.
Mas chega dos entretantos e vamos
aos finalmentes. Não tem jeito tenho que esticar o esqueleto na cama. Hora de
dormir. E quem não dorme? Eu conheci um Preto Velho que morava nas barrancas do
Rio das Velhas que não dormia. Quando ia a cidade passava pela fazenda (eu era
um administrador, espécie de gerente) e ficava horas contando causos de sua
vida. Eu gostava de ficar ouvindo. Um preto Velho que não sabia assinar o nome,
mas tinha tantas coisas a me ensinar. E como aprendi com ele a lidar com a
fazenda. Não acreditei quando me disse que tinha mais de 110 anos. Contou-me
que tinha mais de vinte anos que não dormia quase nada. Perguntava por que Deus
lhe deu aquela missão. Não sabia responder. “Sabe seu Osvardo, quando eu morrer
eu vou para o céu e lá quero dormir muito. Não sei se os anjos vão deixar”.
Um dia bem de tardinha passei de
barco em frente a sua casa de taipa e o vi pescando. Ele tirou o chapéu de
palha e fez uma reverencia. Sorri e gritei uma boa tarde. Ele desde que Dona
Aninha falecera a mais de trinta anos morava sozinho. Nunca me falou de filhos
e nem perguntei. À noitinha vieram me dizer que ele estava morto. Morrera
sorrindo na noite de terça feira e estava sendo velado na casa do Totonho Peixe
Grande (contava pataca que pescou o maior dourado do Rio das Velas com quase
oitenta quilos. Putz! Dourado danado). Impossível eu disse, eu o vi na barranca
da sua casa hoje à tarde! Todos me olharam como eu fosse louco. Falar o que? Bem eu hoje estou sem sono, mas o corpo pede
cama. Vamos atendê-lo. Ele merece. Que a segunda feira de todos vocês tenham
sidos maravilhosos. Que tenham lindos sonhos e que Deus esteja com vocês
sempre.
Vi uma estrela tão
alta, vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo na minha vida vazia.
Era uma estrela tão
alta! Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha luzindo no fim do dia.
Por que da sua
distância para a minha companhia
Não baixava aquela estrela? Por que tão alta luzia?
E ouvi-a na sombra
funda responder que assim fazia
Para dar uma esperança mais triste ao fim do meu dia.
Boa noite meus amigos e amigas.
Uma feliz semana cheia de sucessos!
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