Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 4 de janeiro de 2014

Nó górdio.


Lembranças da meia noite.

Nó górdio.

            Sempre fui um apaixonado de técnicas escoteiras. Nada eu deixava passar sem aprender. Lembro que treinei tanto Morse em uma cigarra que um Chefe de Estação conhecido do meu pai disse que eu quando crescesse seria um ótimo telegrafista. Não fui graças a deus. Risos. O Morse foi meu caminho por anos. A patrulha tinha nos dedos a maneira correta de conversar por Morse. Um segredo que ninguem nunca contou. Não deu muito certo o Morse por sinais de fumaça. Demorava demais. Semaforas eu gostava também, mas nem tanto como o Morse. Dificilmente saimos para acampar sem um bom par de bandeirolas de semaforas e uma boa lanterna. Naquela época as lanternas não duravam como hoje. Era comum quando acampavamos em patrulha cada uma tinha em seu campo um portico para transmitir o Morse e a semáforas em cima dele. Era obrigatório sempre ter dois membros nas transmissões. Um para transmitir e outro para orientar o transmissor.

           Mas um dia a patrulha ficou “encucada” quando soube que existia um nó que ninguem nunca desatou. Chamava-se Nó Górdio. Qualquer um da patrulha fazia tranquilamente com os olhos fechados ou com as mãos as costas pelo menos dezoito nós escoteiros e mais quinze de marinheiros. Nonõ da Patrulha Morcego tinha um irmão marinheiro. Era ele visitar a familia e lá estavam todos da patrulha encostados nele para aprender nós que ainda não sabiamos. Foi ele quem contou sobre o tal nó Górdio. Era uma lenda que envolveu o Rei da Frigia e Alexandre, o Grande. Ficou famoso como metáfora de um problema insolúvel (desatando um nó impossível). Bem a historia é longa e não vou contar todos os detalhes, mas só para saber tudo começou com o aviso de um Oráculo que um sucessor do rei da Frigia iria chegar. Chamava-se Górdio. O moço chegou e foi coroado Rei. Chegou em uma carroça, pois era pessoa humilde e amarrou a carroça em uma coluna com um nó que ninguem conseguiria desfazer.

       Dizem que Górdio reinou por muito tempo e deixou como herdeiro seu filho Midas que expandiu o império, mas ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo ouvido novamente declarou que quem desatasse o nó seria o rei. Quinhentos anos se passaram e ninguem conseguiu. Muitos anos depois Alexandre o Grande ouviu esta lenda ao passar pela Frígia. Foi até o templo de Zeus e viu o nó Górdio. Não conseguiu desfazê-lo. Pegou a espada e cortou o nó. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou o Rei de toda a Ásia Menor. O marinheiro riu depois de contar e completou – E daí também que deriva a expressão “cortar o nó górdio” o que significa resolver um problema complexo de maneira eficaz. Achamos a história interessante, mas e como fazer o tal nó? O marinheiro não sabia. Muitos anos depois me mostraram a foto do nó. É este perguntei? Quem me mostrou riu e disse não ter certeza.

        Sei não, mas nunca fui tão severo como São Tomé que dizem dizia só vendo para crer. Mas uma coisa eu tenho certeza naquela época se aceitava todo tipo de desafio. Muitos demoraram anos para desvendar, mas outros as patrulhas buscavam “céus e terras” e nunca desistiam. Nós e amarras, costuras de arremate, armadilhas de todos os tipos, conseguir tirar uma pena de um gavião vivo, transportar por corda um doente na maca por cima de um riacho, transmitir Morse e Semaforas deitado, de costas, e até pendurado por uma corda de cabeça para baixo eram desafios normais. Mas quer saber? Até hoje não desvendei como fazer e desmanchar o manhoso Nó Górdio das longiquas terras da Frigia.

Boa noite meus amigos e amigas mais um sabado que se foi, e eu aqui falando de nó Gordio eim? Que o domingo seja perfeito em tudo, no rancho, na siesta e que as minhas visitas sejam breves. Rarará! 

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