Lembranças da meia noite.
Os cursos técnicos são adoráveis.
Outro dia vi um comentário de uma Chefe
sobre um curso técnico de Arte Mateira que fez e mostrando as fotos. Ela estava
muito feliz e tinha um belo sorriso estampado no rosto. Pensei comigo, como é
bom participar de um curso assim. Acredito quer devem ter uma procura imensa
por parte dos nossos Escotistas. Quando vemos tropas em atividade ao livre
fazendo tais atividades sinto que ali está a verdadeira essência do escotismo. Fico
triste quando vejo uma tropa tentando passar em uma Falsa Baiana feita pelo
Chefe, ali junto ao jovem como a pensar que ele pode cair. Um por um os demais
fazem o mesmo. Seria isto o Sistema de Patrulhas? Não seria melhor dar uma
corda para cada Patrulha e dizer – Façam vocês mesmo. Depois um jogo com todas
tentando atravessar? Que não estiquem bem as cordas, não importa. Não é
isto que diz nosso método? Por isto acho válidos os cursos técnicos.
Sempre ouço dizer que nosso movimento
pretende a formação e o adestramento de lideres. Não só dos chefes como dos
jovens. Fazendo isto iremos fornecer não só a boa cidadania, iniciativa e
desenvolvimento de suas potencialidades físicas mentais e espirituais. Se as
atividades ao ar livre fosse como pensou BP a procura dos jovens para participar
do movimento seria grande e a evasão iria diminuir. Infelizmente sem querer
ofender a quem quer que seja, temos uma grande maioria de Escotistas-não
formados atuando como amadores. – O adulto só atua com supervisão. Se Isto é
feito, se o jovem participa de uma sequencia de atividades adaptadas a sua
idade, exercitadas é claro ao ar livre o sucesso é real. Bons programas para o
jovem faz com que ele aprenda a cooperar e liderar.
Chamam-nos de saudosistas, mas vejam que a
rápida expansão do Movimento Escoteiro durante os primeiros anos, foi devido ao
método novo de educação, que se apresentava de uma maneira simples e que atraia
os jovens pela sua simplicidade. Recorria a uma linguagem fácil, muito afastada
dos termos técnicos utilizados no mundo pedagógico e sociológico de hoje. Dizem
alguns e eu confirmo que talvez seja esse um dos motivos para não citarem Baden
Powell ou o Escotismo como fonte originária dessas ideias e técnicas. Nosso
movimento tem uma finalidade tão séria que exige em alguns casos uma abordagem
de qualidade profissional.
Acredito que vocês sabem que nos países
avançados, a prática da demonstração e a da descoberta, às atividades ao ar
livre, a aprendizagem em pequenos grupos de fazer para aprender, são técnicas
escoteiras que conhecemos de outra maneira. Por nossa culpa e pela repetição
pura e simples destas técnicas, dos jogos e até a ausência do método nas
atividades praticas da tropa, trouxe aos olhos do público um desinteresse e em
alguns casos alguns educadores nos consideram um Movimento excessivamente
infantil e nos domínios da educação somos vistos como atrasados e ineficazes.
- Quando BP reuniu
em 1907 na ilha de Brownsea na Inglaterra 20 jovens de diferentes meios
socioeconômicos e educativos, ele trouxe uma enorme contribuição educacional
que, na época estava estagnado. Assim o Escotismo veio dar uma visão mais
abrangente às escolas e estas é que estão tirando partido das técnicas
escoteiras de demonstração, observação e dedução, aplicando-as às suas classes.
Às técnicas de aprender fazendo e tentar fazer sem saber, até descobrir o certo
através do erro, sempre foram partes do método Escoteiro. Confiar no rapaz para
que ele próprio seja responsável pela sua autoeducação e disciplina sempre fez
parte do Escotismo. Dar liberdade ao espírito de competição e da aventura,
através de jogos, acampamentos e excursões. Este é o Programa Escoteiro e que
bem realizado se mantém na liderança das técnicas até hoje empregadas.
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