Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sábado, 28 de setembro de 2013

Quando eu me for, por favor...

Lembranças da meia noite.
Quando eu me for, por favor...



Quando eu me for eu tenho um pedido. Um pedido simples de amigo para amigo. Não digam que fui para o Grande Acampamento. Não digam que fui para o Acampamento Eterno. Não quero ir e nem ficar lá. Quero ter liberdade de ir e vir. Quero poder ter a alegria de pegar uma carona em um cometa qualquer e ir parar em uma nebulosa azul. E quando me cansar irei parar na Constelação zodiacal de Virgem. Quantas virgens encontrarei lá? Dizem que é um grupo de estrelas fixas, ligadas por linhas imaginarias e formam uma figura pertencente ao campo da imaginação. Dizem que ela sempre foi marcada por histórias míticas. Uma das primeiras a receber uma denominação e representada pela imagem de uma donzela. Dizem que foi Têmis, divindade da justiça insatisfeita com o procedimento da humanidade e ela retorna aos céus. Portanto meus amigos irei encontrá-la e trocar ideias mil.

Assim por favor, esqueçam este tal de Grande Acampamento. Só porque dizem estar lá o nosso fundador e tantos outros que um dia fizeram o juramento a Bandeira? Sim, sim eu fiz o juramento também, mas quero passar por lá de passagem. Será um bivaque. Uma parada sem armar minha barraca. Irei dormir sob as luzes das estrelas do firmamento. Darei um Sempre Alerta, cumprimentarei BP e outros amigos meus que estão lá, cantarei uma canção, posso até fazer um cafezinho brasileiro no meu meião querido que muitos amigos meus adoravam. (risos). Algumas horas somente e partirei célere como um foguete para outras plagas. Voltarei ao nosso planeta. Têm lindos locais que nunca fui. Irei acampar um dia no Monte Kilimanjaro, onde dizem ser a montanha branca de Masai. Quem sabe um dia também para conhecer o Monte Kenya e de lá avistar o Chalé do nosso líder.

Acampamento Eterno? Caramba! Já pensou ficar para sempre em um acampamento desses? Sem possibilidade de explorar novas montanhas, novos vales, picos sem fim, ver e ouvir o vento cantar sua canção de amor preferida? Por favor, quando eu me for me desejem boa viagem, digam a todos que lá vai o Chefe, Mochila nas costas, bandeiras ao vento a cantar o Rataplã por este mundão de Deus, mas nunca para o acampamento Eterno! Sentarei em uma nuvem branca como a neve e com um violão gostoso, tocarei e cantarei as mais lindas canções escoteiras que aprendi cantar. Se olharem para o céu irão me ver sorrindo e cantando até ao luar aparecer. Quando vocês acamparem me procure ao lado da Coruja Buraqueira no Alto do Jequitibá, sorrindo junto aos Pica Paus picotando troncos nas mais altas árvores, montado em uma onça pintada que dominarei como dominei uma vez um potro selvagem e correndo pelas campinas atrás de flores silvestres e dos beija flores coloridos.

Posso pedir um favor? Sorriem quando eu me for, pois eu estarei sorrindo. Não quero que chorem, pois eu não vou chorar. Minha alma estará solta na natureza que amo. Voarei ao lado de uma Águia-da-cabeça-branca, e sabendo que ela me ensinará grandes voltas de idas e vindas no céu azul. E se passar um Gavião do Penacho Amarelo, sorrirei para ele e ao seu lado vamos explorar o Everest porque lá nunca estive e se passar correndo um Falcão Maltês pedirei para me levar até a Pirâmide Carstensz e se possível uma volta no Aconcágua e não vou me apertar. Levo comigo meu bornal, meu cantil francês, um canivete suíço, uma faca alemã, uma mochila brasileira e direi, eu sou internacional. É gente, vou andar como nunca andei. Vou subir e descer picos que sempre estive ou que ainda desconheço. Percorrerei montes e vales e quando cansar irei cantar a canção do Clã – Em uma montanha bem perto do céu, existe uma lagoa azul...

Mas calma meus amigos, ainda vai demorar, não é prá já. Temos tempo e quanto tempo teremos ainda para jogar conversa fora, conversar ao pé do fogo através da mente, vivermos juntos em volta de uma fogueira dizendo que não é mais que um até logo. Portanto não esqueçam, um dia irei. Todos nós estamos na fila. Eu você e todos os seres que habitam a terra. E torno a insistir, não digam que fui para o Grande Acampamento. Não fui e não vou. Passarei por lá de passagem é claro. Lá tenho grandes amigos que jamais esqueci. E eles sabem que sou um Escoteiro andarilho. E sabem que sem uma mochila, sem um cantil e um farnel em um bornal não sou ninguém. Que o céu me espere. Quando eu me for ele será pequeno para mim!


Boa noite, que o sábado tenha sido lindo. Um domingo alegre é o que desejo a todos.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Era uma vez dois irmãos.

Lembranças da meia noite.
Era uma vez dois irmãos.



Dois jovens mesmo sendo irmãos não se entendiam. Com idade variando de nove e onze anos, cada um achava que ele devia ser quem teria mais direitos nos brinquedos, escolher o lugar de ficar no carro enfim, sempre discutindo e seus pais apesar de tentar tudo estavam preocupados. Um dia o pai deles os chamou. – Vamos passear para ver o trem de ferro entrar na estação. Eles não entenderam, mas como gostavam muito de seu pai lá foram eles.

Quando estavam na plataforma viram o trem de passageiros chegando à estação. Ao mesmo tempo em sentido contrário outro trem de carga a toda velocidade entrando na estação. Estarrecidos viram uma batida iminente. Quase na entrada da área da estação o trem de carga pega um desvio. Passa pelo trem de passageiros sem nada acontecer. Seu pai olhando para eles disse – Que sirva de lição. Nada é impossível de evitar. Sempre na nossa vida existe um desvio. Ele pode ser a compreensão, o amor, o entendimento.

Os dois jovens aprenderam a lição. Dizem por aí e eu não sei que praticamente acabou as brigas e discussões entre eles. E nós? Podemos evitar as coisas ruins da nossa vida? As desavenças, os dissabores, as tristezas... Difícil não? Mas não impossível. Como a história conta nada é impossível de evitar. Os desvios existem e pela compreensão, o amor e o entendimento podemos chegar lá. Basta querer!


Hora de dormir. Muitos irão acampar. Outros irão descansar. E tem aqueles que estarão reunidos nas milhares de sessões escoteiras e lobinhos não só em nosso país como em todo o mundo. Jovens de todas as idades, sorrindo e pensando porque não pegar o desvio para evitar a estrada sem volta? Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem.  

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Deus existe?

Lembranças da meia noite.
Deus existe?



Que pergunta eim? Será que cabe aqui? Para noventa e nove vírgula nove dirão – Chefe! Claro que existe que pergunta mais idiota! É idiota mesmo. Mas vamos com calma. Resolvi escrever este artigo porque me lembrei das palavras de um grande Chefe que já se foi e que hoje publiquei aqui o artigo dele os Sete Perigos. Ele diz – (palavras também de Baden-Powell) - Somos uma parte complementar na vida do rapaz; complementar na escola, dos pais, da igreja, e, mais tarde, do trabalho. Sempre soube disto. Achava lindo minha promessa e a de todas que um dia tive a honra de tomar e olhe que foram milhares – Prometo pela minha honra, fazer o melhor possível para: Cumprir o meu dever para com Deus e a minha Pátria. Lindo não? E as orações escoteiras? Aquela canção que dizia que – Prometo neste dia, cumprir a lei, sou teu Escoteiro senhor e Rei. Esta deixava a gente tremendo de emoção. E a lei quando o Chefe dizia: O Escoteiro é puro de corpo e alma. O Chefe completava – ai está Deus em toda sua plenitude!

O tempo foi passando e as maravilhas de um Escoteiro leal, honesto, amigo dos animais e das plantas, sorridente, uma palavra sagrada onde à honra vinha em primeiro lugar, onde tirar o chapéu para uma senhora ou um mais Velho era sagrado. Quando o Chefe nos dizia isto sem querer nos amedrontar, pois amar a Deus por causa do Inferno não é uma maneira educada de educar religiosamente. Mas a gente quando estava no campo, vendo o vento bater nas arvores, nas folhas, um som que a gente dificilmente encontrava na cidade o Chefe dizia – É a natureza mostrando Deus em toda sua força! Um dia ele nos pediu que plantássemos uma flor. Qualquer uma. Que tentássemos analisar como ela poderia nascer crescer, e ficar tão bonita. Um mês depois perguntava – quem plantou? E a gente via o sorriso da escoteirada levantando a mão e na outra um vasinho com uma rosa, um antúrio, uma bromélia e tantas outras. Deus existe? Poxa, olhe as flores, veja como meninos Escoteiros descobriram como plantar e crescer internamente. Isto não é Deus? 

Não sei se existe ainda o amor à natureza e sentir Deus bem de perto da gente como antes. Acredito que sim. Nós chefes sabemos que o melhor exemplo somos nós mesmos. E quem esquecia a oração após a bandeira? E ao encerrar as reuniões? O orgulho do escolhido em dizer em palavras simples – Senhor ensinai-me se generoso, a servir-vos como mereceis... E na hora das refeições? Uma oração que a gente fazia olhando para o fogão com uma fome de lascar. Risos. Mas será que isto vai acabar? Não sei se vocês estão seguindo muitos países que se dizem modernos e acham que Deus é uma escolha de cada um. Acham eles que quem não acredita tem direito a ser Escoteiro também. Mas quem trouxe isto para o nosso movimento? Os adultos ateus é claro. Deixar que um menino escolhesse entre amar a Deus ou não é como deixar a ele se vai à escola ou não. Se vai sentar a mesa com os pais ou não. Se vai obedecer à hora de dormir e levantar enquanto jovem. Não? Não é assim? Mas se ele na idade que está pode escolher algum tão importante como a religiosidade ele não pode escolher tudo que quiser? – Hoje vou escolher falar palavrões, brigar na escola, agora tenho meus direitos!

Estão a discutir em muitos países se deve ou não ser abolido a palavra Deus da promessa. Até tem outro que diz tirar a Pátria da promessa também. Tem países que decidiram que sim. Aqui pouco se fala, mas como todos dizem que somos um movimento moderno e pragmático não duvido nada que breve isto passará a ser discutido ou ser um fato consumado. Eu já vejo muitos adultos falando. Dizem que é democrático. Porque não cobram democracia da nossa direção? Será que algum dia ela irá fazer uma pesquisa seria porque até hoje nunca fez sobre nada que criou ou mesmo temas importantes que envolvem todos os associados? Ou será que ela dirá simplesmente que fez uma pesquisa que ninguém viu e partir dizendo que desta data em diante fica abolida a palavra Deus da promessa? Sei que hoje isto é tabu. Ela a nossa liderança nem fala sobre isto, mas soube que tem um deles que fala as portas fechadas. Não sei. A liberdade da escolha sexual breve deixará de ser tabu. A uma força tremenda da aceitação por parte do escotismo em muitas nações. Dizer que sou contra? Não sou. Sou contra a maneira como vai ser discutido o tema. Tenho medo do autoritarismo da nossa direção.

Quanto a Deus ele sempre vai existir dentro de mim. Lembro que uma vez, dirigi um Curso da Insígnia de Madeira, oito dias no campo, e resolvi em mesmo dar a sessão sobre Deus. Havia uma unidade didática, mas não a segui. Foi uma noite que não esqueço nunca. No final meus olhos estavam cheios de lágrimas. Uma palestra dada a luz de lampião, em uma orla da floresta, somente sons da natureza e ela a palestra me marcou para sempre. Quem esteve lá neste curso acredito eu se não viu Deus naquela noite, nas estrelas do céu, no brilho dos vagalumes e no orvalho caindo pelo menos sentiu Ele no coração. Fico pensando comigo mesmo, um mundo como o nosso bilhões e bilhões de galáxias, a prova viva que a matemática não tem começo e nem fim, e pensar que viemos do nada é um paradoxo. Mas o livre arbítrio é assim. Cada um escolhe seu caminho, é um direito de todos não?


Boa noite meus amigos e amigas. Fiquem com Deus. Quando faço minha oração meu coração parece vibrar de emoção. Fecho os olhos e sinto todo o universo dentro de mim. Durmam bem!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Gente! Assim não dá!

Lembranças da meia noite.
Gente! Assim não dá!



         Não dá mesmo. Desculpe não dá para mim, mas para vocês não vou meter a colher onde não devo. Afinal tem gente que gosta de chocolate e tem outros que gostam de bolinhos de fubá. Não fui preparado para tantas coisas de hoje. É um mundo estranho para mim. Minha vida foi calma, gostosa e cheia de felicidade e mesmo percorrendo grande lagos, rios, montanhas vales e picos neste Brasil imenso tudo sempre foi muito natural. Dinheiro? Meu Deus! Não era e nunca foi nossa preocupação. Dona Nenê ou a mamãe fazia os distintivos e lenços de graça. Com a minha caixa de engraxate dava para tirar uns trocados e comprar linhas e panos. Foi com ela que comprei meu chapéu, minha faca, minha machadinha, meu cantil minha bússola e o meu canivete suíço. Hoje? Só querem faturar em cima do nosso querido movimento Escoteiro. Errado? Para mim sim para outros não. Taxas? Bem teve época que em alguns grupos que dirigi a gente cobrava, mas uma mixaria. Coisinha pouca. Máximo de cinco mangos para quem podia pagar. E aí vão perguntar e como faziam atividades sem dinheiro? Meu amigo, fácil muito fácil e olhe acho que o escotismo que fiz não fica a dever aos que hoje tem rios de dinheiro para gastar.

Ainda agora vi o comentário de um sênior que quer ir ao Jamboree no Rio Grande do Norte. Avião ida e volta, outras despesas e sem considerar a taxa que irão cobrar lá vai andar por volta de R$2.500,00 ou mais. Alguém deu a ideia de juntar uma turma e alugar um ônibus. Quatro ou cinco dias de viagem só ida e com a volta dez dias. Almoço, jantar e coisa e tal. Nem quero entrar nesta polemica. Já coloquei o traseiro dentro de um ônibus por cinco dias e confesso que não foi mole. No Jamboree anterior do Rio de Janeiro perguntei a meio mundo se viram a nossa direção mostrar o balancete. Nada. Ninguém sabia de nada. Comentei que não só aquela atividade, mas tantas outras parece coisa de fazer caixa para aumentar os trocados que eles já têm. Certo ou errado fico com o errado. Transparência minha gente. Transparência! Sei que ali tudo é honesto mas custa explicar? Todos que me leem acho eu que devem conhecer o Grupo Escotismo e suas histórias. Só vendo o número de pessoas que querem fazer seu marketing e faturar. Errado? Para mim sim para outros não. E os que me procuram na minha página? Eu infelizmente tenho que patrulhar. Se o nome é Escotismo e suas histórias faturar em cima do nome não está certo. Mas acreditem, já descobriram que nunca é publicado e passaram agora a utilizar os comentários, pois ali não tem patrulha. Uma mão de obra para apagar.

É gente vendendo óculos, camisetas e balangandãs, outros dizendo que você vai ficar rico se depositar vinte reais, meninos Escoteiros, seniores sendo enganados por charlatões e já tem aquele vendendo lenço do jamboree. E depois me dizem que o escotismo não é para pobres. Coitados dos pobres Escoteiros. Todo mundo quer tirar sua casquinha. Ate fiquei pensando se não dava para eu tirar uma também. Afinal sou aposentado, sem dinheiro, mais duro que carne de terceira e porque não? Não dá. Escotismo para mim não é isto não. Vou continuar pobre e morrer assim. Sou orgulhoso mesmo. Veja os nossos dirigentes como fazem tudo para tirar uma casquinha. Alegam que se você não tem pode ser registrado. São generosos. Mas você pode ganhar o novo uniforme? Pode ganhar a passagem para o Rio Grande? Pode ter de graça a taxa que vão cobrar? Uniforme, setenta e tantos mil rindo e comprando o tal traje. Nem as Casas Bahia tem uma clientela assim. Burras de dinheiro em caixa. Mudando de assunto vejo que muitos dizem que uniforme é uma coisa, traje é outra coisa e farda é coisa com coisa. Risos. Invenção. Tudo para mim é uniforme. Claro os militares falam em farda, mas os nossos lideres não querem nem saber de falar em farda. Um medo danado de que podem dizer que somos um movimento militarizado. Procurei no dicionário:

Significado de Traje - Vestuário habitual; vestuário próprio de alguma profissão; roupa etc.
Significado de Uniforme - Que tem a mesma forma; idêntico: Que não varia; que é sempre o mesmo; regular, idêntico, conduta uniforme. Traje comum a toda uma categoria; farda: uniforme escolar.
Significado de farda: - Traje uniforme para uma categoria de indivíduos; uniforme. Fardamento.

Agora me digam qual a diferença? Bem chega por hoje. Um dia conto para vocês como viajei no lombo de uma bicicleta, ou no meu querido “Vulcabrás” por tantas estradas da vida, com dois ou três tostões no bolso. Impossível hoje? Se fosse menino como fui dava um chute nesta palavra impossível e partir para grandes aventuras que só os Escoteiros sabem fazer. Claro ia fazer um escotismo aventureiro, uma mochila nas costas, um sorriso nos lábios, um farnel levado de casa e o destino? Explorar serras, montanhas, vales e ver o nascer e o por do sol. Correr atrás da cotovia, chegar próximo da Raposa cinzenta sentir o som do seu ronronar. Explorar bosques e matas que acho ainda existe neste mundão brasileiro. Quem sabe pegar uma estrada de terra onde nunca passei com olhos firmes na curva para ver o que tem ou o que vou encontrar no seu final. Gastar o que não tenho para uma atividade caça níquel? Nunca. Isto não é o escotismo que penso e acredito.

Boa noite meus amigos e minhas amigas. Uma feliz quarta feira para todos vocês!





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Quanto é preciso ser homem.

Lembranças da meia noite.
Quanto é preciso ser homem.



Hoje comecei a escrever uma história, nada de escotismo, será para o meu blog especial. O titulo era este – Quando é preciso ser homem. Enquanto escrevia me lembrei de uma coletânea de frases e poemas que guardo com carinho na memória.

– Você não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto da Cotovia, dos ventos e das canções da brisa.

E então me aparece o Velho Drummond para cantar em meus ouvidos e seus Conselhos de um Velho apaixonado:
- Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
- Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
- Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
- Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se à vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR.
- Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
- Se por a algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
- Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
- Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas - velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
- Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
- Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado.
- Se você tiver a certeza que vai ver à outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
- Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
- Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais. Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR!!!
Se descobrir esse amor cultive-o.
(Carlos Drummond de Andrade)

Boa noite meus amigos e minha amigas. Uma ótima segunda a todos.

domingo, 22 de setembro de 2013

O tempo passa e nós passamos com ele.



Lembranças da meia noite.
O tempo passa e nós passamos com ele.

De vez em quando dou umas “rebuscadas” no passado deste que entrei nesta onda “Facebookana”. Risos. Onde andam eles e elas? Aquela turma que dizia que nunca deixaria o escotismo? Tenho alguns anos aqui no face que faziam juras de amor para toda a vida. Comecei minha jornada de fazer amigos virtuais no Orkut. Ainda estou lá, mas não frequente. Mas voltemos aqui no Facebook. E lá também claro. Quantos me juraram que seriam Escoteiros e escoteiras para sempre? Centenas. Moças, rapazes, jovens pioneiros, chefes enfim uma gama enorme. Sempre dizia para eles – Cuidado com falsas promessas, estou de olho, vou cobrar. Risos. Quando do termino do Jamboree do Rio de Janeiro eram centenas deles aqui. Falando maravilhas. Pensava comigo será que vai durar para sempre? Eu sabia que era uma fogueira de “Pata Tenra”. Ao terminar esta fogueira nem brasas sobrariam delas. Diferente de boas atividades escoteiras, bons programas, grandes jornadas, acampamentos, bivaque e muitas e muitas atividades ao ar livre que amarra a gente no escotismo para sempre. Mas agora me pergunto: - Quem sou eu para exigir ou cobrar deles? Hoje? Não os vejo aqui mais. Sempre aparecendo novos. Como aqueles do passando também fazem promessas mil. Rezo para que eles não abandonem as fileiras escoteiras. Eles dizem – Amo o escotismo em qualquer lugar. Até quando?

Eu gostaria de ajudar. Dizer algumas palavras. Dizer que desistir não faz parte do sangue escoteiro. Mas eu sei que o mundo não gira em função do escotismo. São tantas coisas belas que passam a nossa frente que a chama escoteira vai diminuindo. Poderia enumerar dezenas delas, mas não sou o dono da verdade. Sei que isto é ruim e não poderia acontecer. Sempre disse que tudo neste mundo devemos ir devagar, comer demais um doce enjoa. Correr muito cansa. Escotismo demais não é bom. Tem aqueles que o escotismo fica marcado em seu coração para sempre, mas tem aqueles que o escotismo ficará na lembrança como uma doce lembrança, nada mais. Eu que o diga. Desde 1947 quando entrei várias vezes meu coração balançou. Quantas vezes pensei em sair? Ainda bem que fui insistente. Aprendi que o sol sempre chega depois das tempestades. Deixar a cabeça descansar no travesseiro e esquecer. Um Chefe meu amigo um dia me disse – Chefe Osvaldo, quando a tristeza chegar, quando o desanimo te encontrar não se desespere. Pegue eles e coloque atrás da porta ou trancado no armário e quando a tempestade passar vá até lá, deixe-os ir embora e que o vento do norte o leve para sempre.

Minha Matilha, minha Patrulha escoteira, minha Patrulha Sênior, meus amigos do Clã, meus chefes que nunca esqueci. Seria bom se todos pudessem falar assim. Seria uma jornada gloriosa. Fazendo escotismo sem querer que o escotismo seja um modo de vida. Não é. Ele não dura para sempre, mas pode ficar sempre presente em tudo que um dia formos fazer. Bem vindo àqueles que se foram e quem sabe um dia vão retornar. Parabéns aqueles que participam sabendo pisar em terreno firme. Bem vindo todos, pois não importa, onde cada um de vocês esteja eu tenho certeza que o escotismo está presente na mente e no coração de cada um!


Boa noite meus amigos e minhas amigas, um sono excelente e uma semana melhor ainda.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Coisas da vida.

Lembranças da meia noite.
Coisas da vida.



         Coisas da vida. Assim dizemos sempre. Quem abraçou um credo enfrenta a seu modo as coisas da vida. Eu mesmo já escrevi diversas vezes sobre nossa passagem aqui na terra. Pensamos saber como é como vai ser e até quem sabe imaginamos um futuro em tudo isto. Mas não é fácil envelhecer. Podemos querer mostrar para os outros uma faceta que no fundo não é a nossa. Podemos acreditar que tudo isto tem uma razão de ser, mas no fundo sempre um ponto de interrogação. Quem sabe se com os outros velhos é diferente? Quando envelhecemos é que mais nossa mente trabalha. Incessantemente. Lembrar-se de tudo. Saber as horas, onde estão suas coisas, os remédios, as vozes, os números de telefone e manter uma rotina para que não percamos o caminho tão dificilmente percorrido, mas que vai chegando ao fim. O ontem foi ontem. Vemos agora o hoje e o amanhã melhor não pensar.

         Não sei como é a vida dos outros velhos. Os vejo por aí claudicando e contando suas dores suas vidas alguns dizem ser boa, mas hoje sem esperanças. Estes velhos com seus olhinhos miúdos são verdadeiros. Dizem o que se passa no fundo do seu coração. Sabem que aqueles que estão ao seu redor têm outras preocupações, se ressentem por eles não verem as suas. Agora muito mais do que quando jovens. Eu mesmo não tenho muita paciência em ouvi-los mesmo sendo Velho como eles. Não tenho paciência nem comigo mesmo. Sou um noctívago do dia, da noite, da vida que levo. Não é fácil. Um ar que não ajuda um corpo que não obedece. Sempre cansado. Todos os dias quando levanto, olho pela janela e me pergunto: – Até quando meu Deus? Quanto tempo ainda tenho? O corpo já não é o mesmo. Pudera, sou um "Velho". Reclamar? Nunca. Fui eu quem escolheu este caminho.

           Como é triste ver a indiferença dos médicos, as horas sentadas em postos de saúde, seus olhares em nossa direção como se nós fossemos os culpados por sermos velhos. Não sei se para os mais bem aquinhoados da vida seria diferente. Sem depender da boa vontade de outrem. Ah! O dinheiro. Rege-nos e rege nosso destino. Dói aqui, dói ali, dói acolá. E daí? "Velho" é assim mesmo dizem. Chega à noite, cansado de uma rotina que não muda. À noite a gente sabe que as pernas não obedecem. Corre-se para tomar um remedinho, pois a tremedeira começou. Diabete amiga de todas as horas. Hora de dormir. Sono de meia hora, uma hora, levantar, deitar, dia e noite, semana após semana, meses após meses, anos após anos. Uma hora da manhã, uma e quarenta, duas e vinte e assim vai. Olhando o relógio como se ele fosse responsável pela bexiga desobediente.

          Leio Brian Weiss, um psiquiatra e escritor. Ele escreveu um dos mais belos poemas que já li e que sempre releio - “A chuva cai tanto nas ervas daninhas quanto nas flores, e o sol brilha tanto nas prisões quanto nas igrejas”. A luz de Deus não discrimina e a nossa luz também não deveria discriminar. Não existe um só caminho, uma única maneira, uma igreja ou ideologia. Existe apenas uma luz. “Quando as cercas caírem, todas as flores poderão desabrochar juntas em um jardim de esplendor incomparável, um paraíso na Terra.”

              Poemas, frases poéticas, lindas histórias sobre a vida. Todos estão aí a escrever a dizer que são coisas da vida. Outros não acreditando e tentando esconder a verdade do seu coração. Um dia fui criança, fui adolescente, fui o homem maduro até que envelheci. Dizem que só colhemos o que plantamos. Se hoje tenho minhas doenças, minhas fraquezas, minhas dores e a rotina que não me deixa mudar dos remédios da vida, é claro que fui eu mesmo que plantei. A colheita está aí. Tem que aceitar os frutos. Afinal não fui que escolhi este caminho antes de vir?

              E infelizmente eu nunca deixo de perguntar. Até quando meu Deus! Mas não deixo de completar, até quando Deus quiser!


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Um sábado excelente junto aos jovens desta grande fraternidade. Se lembrar, digam a eles que um Velho Escoteiro está orgulhoso pelo belo escotismo que fazem.           

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A chuva cai mansamente em minha morada.

Lembranças da meia noite.
A chuva cai mansamente em minha morada.



Lá fora a chuva cai mansamente. De vez em quando vou à varanda e vejo o asfalto molhado. Levanto o olhar para o céu e ele volta ao passado como a buscar as milhões de chuvas que um dia molharam meu rosto nos acampamento da vida. Aquela chuva parece uma borrasca de acampamento. Algumas vezes calma e outras como um orvalho que o vento leva para onde quiser. Ao nascer do dia ela resolveu cair mais forte. Levantei e abri a janela para ver. Gosto da chuva. Ela descansa a minha mente. Gosto de olhar ela cair e amo seu barulho forte ou calmo. Lembro-me de muitas chuvas. Não esqueço as chuvas dos lugares onde acampei e excursionei. Muitas vezes elas assustam. Os raios e trovões ensurdecedores a pipocar em nossa volta. Raios já caíram perto de mim. Em matas fechadas grandes árvores foram cortadas ao meio por um raio brilhante. Logo em seguida o trovão querendo entrar na barraca ou nas proximidades para assustar a bicharada e a passarada. Mas ali está a natureza. Ela sempre foi assim não pode ser alterada. Ambos, a chuva e as florestas se entendem. Uma época sem tanta informação como temos hoje. - Cuidado com os raios, fique longe das árvores, fique longe dos descampados, fique longe... Não dava. O jeito era apaziguar a ventania e amar o trovão e o raio. Interessante mesmo sabendo que a ouvir o trovão não tem mais perigo, pois o raio já caiu e não devíamos ter mais medo.

Eu gosto mesmo da chuva. Nunca tive medo seja ela forte ou fraca. Como dizia o Velho Escoteiro temos que amar o perigo e enfrentá-lo. Manter a calma e saber que tudo pode ter uma solução para melhor:
- “Quando tudo vai mal e parece inclinado
A tornar-se pior e mais turvo a seguir,
Não dê coices, nem grite e não fique afobado;
“Apenas basta sorrir”.

Que a chuva caia do céu em cascata. Que a chuva molhe a terra que não vive sem ela. Que a chuva molhe a todos nós para lembrarmos que somos filhos da chuva. Como era bom o vento molhado, a chuva caindo, as barracas dançado e o velho toldo amarelo com alguns furos recebendo a fumaça deliciosa da lenha molhada que agora secando seria usada para nosso jantar. Seis meninos sonhadores de calças curtas em volta do fogão de barro, um lampião a querosene com luz bruxuleante pendurado em um tripé e a gente olhando as chamas que paravam no fundo do caldeirão, um alho socado, um pouco de sal, um pequeno toicinho e que cheiro delicioso. Deus meu! Ah! Que fome. A água fervendo, nosso amado cozinheiro a soltar devagar o macarrão quebrado que vieram nas mochilas da vida. Chamávamos de ração B. Um farnel rotineiro para aqueles Escoteiros acampadores. É eu gosto mesmo da chuva. Saber que dias se passaram e ela não parou de cair. Desarmar acampamento? Nunca. Escoteiros não fazem isto. Protegem-se. Folhas, coqueiros ou bananeiras não importa. Tudo serve para proteção. Telhados rústicos a perder de vista.

Bom isto, o ritmo da chuva a cair sobre a barraca em um acampamento. Som de violino. Som de um violão bem tocado. Som de uma orquestra de fantasmas a tocar para nós naquelas noites escuras e sem luar a ouvir o ribombar dos trovões que pareciam sonetos sem nexo no céu. Um sono profundo, sonhos sonhados. Chuva molhada, quantas e quantas chuvas caíram sobre mim. Depois elas se vão e o vento manso aparece para trazer o orvalho da madrugada. E depois dos trovões e dos raios, das nuvens escuras lá num canto do céu um pequeno brilho, pois como dizem por aí sempre depois dela o sol vai aparecer!

- Eu perdi o meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando prá terra traz coisas do ar.
Aprendi o segredo, o segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar...


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Uma bela sexta feira para todos vocês. Com ou sem chuva! Risos. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ler, pensar e...

Lembranças da meia noite.
Ler, pensar e...



Enviado pelo meu amigo Israel, juntos eu e ele na mesma patrulha quando sênior.
Perguntaram numa ocasião a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem o ser humano, ele respondeu assim:
"A Política sem Princípios, o Prazer sem Responsabilidade, a Riqueza sem Trabalho, a Sabedoria sem Caráter, os Negócios sem Moral, a Ciência sem Humanidade e a Oração sem Caridade. A vida tem ensinado a mim, que as pessoas são amáveis, se eu sou amável; que as pessoas estão tristes se estou triste; que todos me querem bem, se eu quero bem a eles; que todos são maus, se eu os odeio; que há rostos sorridentes, se eu sorrio para eles; que há rostos amargurados, se estou amargurado; que o mundo é feliz, se eu sou feliz; que as pessoas têm nojo, se eu sinto nojo; que as pessoas são gratas, se eu tenho gratidão. A vida é como um espelho: Se sorrio, o espelho me devolve o sorriso. A atitude que tomo na vida, é a mesma que a vida tomará ante mim”.

De Baden Powell.

Vocês já leram por acaso o “Pássaro Azul” de Materlick? “É a história de uma menina chamada Myltyl e de seu irmão Tytyltyl, que resolveram achar o Pássaro Azul da Felicidade”, e andaram por todo o país, procurando-o sem jamais encontrá-lo, até no final descobrirem que jamais houvera a necessidade de andar tanto.
– Felicidade, o Pássaro Azul, estava lá, onde resolveram fazer bem aos outros, em seu próprio lar.
Se você meditar no profundo significado dessa lenda e aplicá-la, ela o ajudará a encontrar a felicidade, bem perto, ao seu alcance, quando estiver imaginando que ela esteja lá na Lua.

Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam bem e você Israel tenha sonhos mil são meus desejos. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Assim escreveu Baden Powell.

Lembranças da meia noite.
Assim escreveu Baden Powell.



Amizade.
“A amizade é como um boomerang, tu dás a tua amizade a um dos teus companheiros, e depois a outro e a outro ainda e eles retribuem-te com a sua amizade. Assim, a tua amizade e boa vontade iniciais vão-te fortalecendo a medida que vão sendo transmitidas aos outros, e acaba por regressar a ti, em retribuição, tal como o boomerang regressa à mão de quem o lança”.
“Se não tiveres medo das pessoas que encontras nem sentires antipatia por elas, também elas, da mesma maneira, não te recearão nem desconfiarão de ti e terão tendência para gostar de ti e serem tuas amigas”. (Impele a Tua Própria Canoa).

Fraternidade Mundial
“Se todos os homens tivessem” desenvolvidos em si mesmo o sentido da fraternidade, o hábito de pensar em primeiro lugar nas necessidades dos outros, e de subordinarem a elas as suas ambições, prazeres ou interesses pessoais, teríamos um mundo muito melhor onde viver.
Um sonho utópico, diriam alguns, mas não passa de um sonho, por isso não vale a pena tentar.
“Mas se, ao sonharmos, nunca estendêssemos as mãos para agarrar a substância dos nossos sonhos, jamais conseguiríamos progredir”.


Boa noite meus amigos e minhas amigas durmam bem. Feliz quarta feira.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Os cursos técnicos são adoráveis.

Lembranças da meia noite.
Os cursos técnicos são adoráveis.


    
Outro dia vi um comentário de uma Chefe sobre um curso técnico de Arte Mateira que fez e mostrando as fotos. Ela estava muito feliz e tinha um belo sorriso estampado no rosto. Pensei comigo, como é bom participar de um curso assim. Acredito quer devem ter uma procura imensa por parte dos nossos Escotistas. Quando vemos tropas em atividade ao livre fazendo tais atividades sinto que ali está a verdadeira essência do escotismo. Fico triste quando vejo uma tropa tentando passar em uma Falsa Baiana feita pelo Chefe, ali junto ao jovem como a pensar que ele pode cair. Um por um os demais fazem o mesmo. Seria isto o Sistema de Patrulhas? Não seria melhor dar uma corda para cada Patrulha e dizer – Façam vocês mesmo. Depois um jogo com todas tentando atravessar?  Que não estiquem bem as cordas, não importa. Não é isto que diz nosso método? Por isto acho válidos os cursos técnicos.

Sempre ouço dizer que nosso movimento pretende a formação e o adestramento de lideres. Não só dos chefes como dos jovens. Fazendo isto iremos fornecer não só a boa cidadania, iniciativa e desenvolvimento de suas potencialidades físicas mentais e espirituais. Se as atividades ao ar livre fosse como pensou BP a procura dos jovens para participar do movimento seria grande e a evasão iria diminuir. Infelizmente sem querer ofender a quem quer que seja, temos uma grande maioria de Escotistas-não formados atuando como amadores. – O adulto só atua com supervisão. Se Isto é feito, se o jovem participa de uma sequencia de atividades adaptadas a sua idade, exercitadas é claro ao ar livre o sucesso é real. Bons programas para o jovem faz com que ele aprenda a cooperar e liderar.

Chamam-nos de saudosistas, mas vejam que a rápida expansão do Movimento Escoteiro durante os primeiros anos, foi devido ao método novo de educação, que se apresentava de uma maneira simples e que atraia os jovens pela sua simplicidade. Recorria a uma linguagem fácil, muito afastada dos termos técnicos utilizados no mundo pedagógico e sociológico de hoje. Dizem alguns e eu confirmo que talvez seja esse um dos motivos para não citarem Baden Powell ou o Escotismo como fonte originária dessas ideias e técnicas. Nosso movimento tem uma finalidade tão séria que exige em alguns casos uma abordagem de qualidade profissional.

Acredito que vocês sabem que nos países avançados, a prática da demonstração e a da descoberta, às atividades ao ar livre, a aprendizagem em pequenos grupos de fazer para aprender, são técnicas escoteiras que conhecemos de outra maneira. Por nossa culpa e pela repetição pura e simples destas técnicas, dos jogos e até a ausência do método nas atividades praticas da tropa, trouxe aos olhos do público um desinteresse e em alguns casos alguns educadores nos consideram um Movimento excessivamente infantil e nos domínios da educação somos vistos como atrasados e ineficazes.

     - Quando BP reuniu em 1907 na ilha de Brownsea na Inglaterra 20 jovens de diferentes meios socioeconômicos e educativos, ele trouxe uma enorme contribuição educacional que, na época estava estagnado. Assim o Escotismo veio dar uma visão mais abrangente às escolas e estas é que estão tirando partido das técnicas escoteiras de demonstração, observação e dedução, aplicando-as às suas classes. Às técnicas de aprender fazendo e tentar fazer sem saber, até descobrir o certo através do erro, sempre foram partes do método Escoteiro. Confiar no rapaz para que ele próprio seja responsável pela sua autoeducação e disciplina sempre fez parte do Escotismo. Dar liberdade ao espírito de competição e da aventura, através de jogos, acampamentos e excursões. Este é o Programa Escoteiro e que bem realizado se mantém na liderança das técnicas até hoje empregadas.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O nostálgico toque do “Silêncio”.




Lembranças da meia noite.
O nostálgico toque do “Silêncio”.

Em Silêncio Acampamento,
Este canto vinde ouvir,
São fagulhas da fogueira que nos dizem
Escoteiros a Servir...

Um toque de clarim é mágico. Lindo. Marca profundamente para que já tocou ou ouviu seus sons calmos e tranquilos em uma noite de luar ou sem luar. Dizem que é um toque choroso, machucado, que dói fundo no coração. Sua história até que diz isto. Conta-se que na guerra civil americana um soldado gemia em uma trincheira. Um oficial confederado achou que era alguém do seu batalhão. Com dificuldade o trouxe até onde estavam. Não era um confederado e sim do exercito do norte. Todos o queriam morto e ele morreu. O oficial agora sobre uma luz bruxuleante nota que o morto parece com alguém. Sim, era seu filho que deixara sua fazenda no sul da Geórgia há muitos anos e foi para o norte. Queria enterrá-lo com honras. Não deixaram. O General confederado com pena chamou um corneteiro. – Toque qualquer coisa quando forem enterrá-lo. Ao retirar os objetos do bolso de seu filho morto viu um pedaço de papel onde ele havia escrito um hino. Surgiu assim a lenda que se transformou em realidade. Hoje esse hino é conhecido como o “Toque do Silêncio”.

Nunca me foi estranho. O toquei diversas vezes no exército onde servi e muitas outras vezes em acampamentos que fiz neste mundão de Deus. O toquei algumas vezes na partida de alguém que foi se juntar ao criador. Toque triste, não era o que eu gostava de tocar. No acampamento sim. Tocava sorrido. Ao terminar gostava de olhar a noite escura. Olhar para o céu estrelado. Olhar as barracas onde dormiam os Escoteiros, onde ao terminar de um dia, onde a fogueira apagou, onde as brasas adormecidas se escondiam em cinzas deixando aqui e ali algumas centelhas que subiam aos céus e tentavam os moleques vagalumes e pirilampos que se divertiam na orla da floresta. Gostava disto. Amava mesmo o Toque do Silêncio. Sabia que a noite seria longa, que sonhos mil iriam habitar a mente da escoteirada que dormia. Hora de ir dormir. Meu clarim guardava com orgulho. Sabia que na manhã seguinte, quando o sol despontasse no horizonte eu iria usá-lo novamente. O Toque da Alvorada.

Mesmo com sono, sentava na porta da barraca. A pequena fogueira era acesa. Nas brasas um bule de café esquentando. Um pão do caçador perdido no meio do fogo. De uma ou outra barraca saia um noctívago. Eram velhos amigos que sempre participavam desta deliciosa conversa ao pé do fogo. Eles sabiam que ali iriam surgir piadas, contos e causos, alguém iria trazer um violão e iriam surgir canções deliciosas e muito mais. Um amor que só os Escoteiros sabem ter um pelos outros. Algumas vezes, perdidos e vindos do meio da floresta, um tatu bola aparecia espantado, uma coruja buraqueira a nos olhar curiosa e até mesmo um antigo amigo um Lobo Guará mais conhecido como O “Anjo Amarelo” esperava seu quinhão de carne que sempre lhe dei. Coisas de um Velho corneteiro. Hoje não toco mais, tocar onde e como? Dizem os Grandes Chefes que isto não se faz. É para os militares. Adoro ser Escoteiro, adoro meu clarim que tanto toquei e que hoje não posso mais tocar. Eu os perdoo estes pobres velhos lobos que não sabem o que dizem. Sei que eles nunca passaram por isto. Não sabem como é lindo um toque de um clarim no seio de uma floresta, em uma noite escura e sem luar, estrelas cintilantes como a aplaudir, o som se espalhando pela mata, um silêncio respeitoso dos animais e da passarada e sentir aos poucos o sorriso da madrugada a chegar.

“O espírito da Coruja mora neste acampamento”!


Boa noite meus amigos e minhas amigas, uma esplêndida reunião neste sábado. Procurem sorrir e ver que este mundo é maravilhoso. Como é belo viver, como é magnifico ser Escoteiro. Duram bem com as graças do Senhor! 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Afinal nós somos a maioria!

Lembranças da meia noite.
Afinal nós somos a maioria!


             
Nunca antes na Humanidade houve tantas pessoas fazendo o bem e amando o próximo como em nossos dias. À primeira vista, a frase parece fora de contexto e mesmo alienada das coisas que vemos. Temos a impressão de que todos estão fazendo o mal, que poucos são honestos, que ninguém respeita o próximo. Vemos as notícias na televisão, lemos manchetes nos jornais, escutamos conversas no trabalho e na condução. Tudo parece convergir e se dirigir para a maldade, para o prejuízo alheio, para gerar dificuldades.

Porém, o que ocorre é que escutamos meias verdades, ou às vezes um pedaço bem pequeno de verdade e, apenas com isso, concluímos ser o todo. O que não vemos nos noticiários são os milhares de heróis anônimos que ganham sua vida no trabalho honesto e que, com responsabilidade, criam os seus filhos. Não é notícia as mães e os pais que velam horas a fio o sono de seus filhos para terem certeza que estão bem; que acompanham seus deveres escolares e os educam com amor e carinho. Poucos comentam a respeito da multidão de voluntários que dedicam horas e horas para minimizar dores, dificuldades e problemas do próximo que, na maioria das vezes é alguém desconhecido. E tudo isso fazem pelo prazer de ajudar.

Esquecemos que se há muitos que transgridem as leis, nunca tivemos tanta proteção legal para as crianças, os idosos, as mulheres e tantas outras minorias na sociedade. Se ainda existem políticos que não honram seus cargos e missões públicas, há muitos funcionários públicos que trabalham além do que seus contratos preveem, pelo ideal de melhorar a vida da população. São inúmeros os pesquisadores e cientistas, que dedicam suas vidas para solucionar problemas, encurtar distâncias, salvar vidas, oferecer conforto e bem-estar a todos. Debruçam-se nos laboratórios, utilizando-se de sua inteligência e ciência, no ideal de conseguir algo que beneficie a Humanidade.

Esquecemos que incontáveis são os médicos, professores, ou ainda garis e pedreiros, que cumprem muito mais que sua missão e seu dever profissional. São muitos aqueles que se doam generosamente, que oferecem o melhor que possuem, para também contribuir por um mundo melhor. Há muito mais pessoas honestas que desonestos no mundo. Há muito mais bondade que maldade no coração da maioria de nós. Há muito mais pessoas fazendo o bem do que prejudicando.

Assim, ao olharmos nossa sociedade, lembremos que não estamos sós nem somos minoria aqueles que fazemos o bem, que somos honestos e idealistas. Apenas somos, aparentemente, transparentes uns para os outros. Não nos vemos, porém, estamos todos agindo para que os dias, um após o outro, tornem-se melhores e mais felizes. Dessa forma, não devemos jamais desistir do nosso ideal. Ao nos imaginarmos sozinhos, basta que olhemos para o lado, e logo perceberemos que somos uma grande maioria, uma multidão mesmo aqueles que semeamos o bem, a justiça e a paz nas estradas da vida. (momento espírita)


Boa noite meus amigos e minhas amigas. Durmam com os anjos.