Conversa ao pé do fogo.
O fundo de cena e a história de Mowgli.
Todos
os escotistas, mesmo aqueles que não trabalham com Alcatéias, sabem que o Ramo
Lobinho tem como fundo de cena a história de Mowgli, conhecendo o seu valor;
porém, fora a nomenclatura, pouco vemos na prática a utilização do fundo de
cena na Alcatéia. Daí vem o valor na qual devemos minuciosamente explicar como
aplicá-lo. A importância da utilização do fundo de cena está embutida em todo o
conteúdo do curso, aliás, é o próprio fundamento do curso e, está enfatizado na
sessão “Os valores contidos no Livro da Jângal”, porém, é útil que recordemos
objetivamente o que é o fundo de cena, como aplicá-lo e o seu valor dentro do
programa Lobinho.
Em
caráter introdutório poderíamos apenas dizer que é através das histórias de
Mowgli que penetramos no mundo romântico e aventuresco do Lobinho para
levar-lhes as mensagens educativas do caráter, incentivar lhes o adestramento
físico e dos sentidos, enfim, formar uma base sólida para o adestramento escoteiro.
Porém, este fim não vale por si só, é preciso criar-se a atmosfera para
podermos atingir este objetivo. Ou, seja o menino não se sentirá na Jângal,
apenas porque se tornou um Lobinho e o Ramo assim o requer: o menino deverá ser
conduzido a esta aventura!
Em
auxílio a esta tarefa lançamos mão dos seguintes recursos:
Gruta
de Alcatéia
É
absolutamente indispensável que a Alcatéia tenha o seu canto e falamos nisso
sabedores das dificuldades inúmeras que enfrentam os Grupos Escoteiros em busca
de sedes, porém, dificuldades não podem justificar uma omissão; é fundamental
que os Lobinhos tenham a sua Gruta! Um local, mesmo que pequeno, deverá ser
rigorosamente limpo e organizado, contendo mobília simples e somente o
necessário para as atividades da Alcatéia (Certos Grupos Escoteiros têm suas
sedes como verdadeiros depósitos de coisas velhas, inúteis e absolutamente sem
valor).
A
Gruta deverá ser o reduto primeiro que transporte os Lobinhos a Seeonee,
portanto, a sua decoração deve levar ao Jângal. As Grutas de Alcatéia ficam
bonitas quando nelas se retratam cenas da selva, trazendo em destaques e
retratar uma verdadeira Gruta, podendo inclusive ter uma entrada rebaixada
imitando uma caverna.
Os
chefes devem levar a sério o fato de decorar o seu lugar, procurando desta
forma torná-lo aconchegante, mostrando assim, o seu carinho e atenção à
Alcatéia, além do que formará a harmonia necessária com o fundo de cena. A
gruta deverá retratar a história da Alcatéia; para isso, deverá conter os
quadros de etapa, frequência, de pontos, avisos e caçadas, matilhas de serviço,
além de quadros demonstrativos acerca de especialidades, nós, áreas de
interesse, etc.
História
da Jângal
É
óbvio que o que mantém a atmosfera é o fato de continuamente contarmos as
histórias da Jângal. Devemos contar todas
as histórias, e claro que preferencialmente vão sendo relatadas as histórias
proporcionalmente ao progresso do Lobinho na Alcatéia, mas devemos nos
assegurar que ao sair da Alcatéia todos os Lobinhos tenham ouvido todas
as histórias. As histórias devem ser contadas com ênfase e alternando-se as
técnicas. No decorrer do curso serão apresentadas diversas técnicas diferentes,
bem como teremos uma sessão destinada a como contar histórias.
Bastão
Totem
Segundo
a regra 055 do POR: “O símbolo representativo da história da Alcatéia é o
bastão-totem, encimado por uma cabeça ou corpo inteiro de lobo, usado
principalmente nas cerimônias e no Grande Uivo”. Tradicionalmente, sempre que
um Lobinho/Lobinha alcançar um distintivo (progressão, especialidade ou
especial) ou outros fatos importantes da Alcatéia acontecerem, afixamos marcas
indicativas desses fatos no Bastão-Totem. Notamos assim que o Bastão-Totem além
de ser um marco simbólico de Alcatéia e um elemento auxiliar do fundo de cena é
um instrumento de incentivo na formação da Alcatéia, e uma forma originalíssima
de contar a sua história!
O
Bastão Totem tem cerca de 1,50 m de altura e deverá ser leve para ser
transportado. No seu topo deverá conter uma cabeça de lobo ou um lobo de corpo
inteiro esculpido em madeira, recortado em compensado, modelado em gesso ou
papel marche e interessante (mas não indispensável) que ele tenha um tripé para
ficar em pé sem auxilio, ele deve ter uma pequena plataforma para que se fixem
tiras ou fitas, uma para cada Lobinho da Alcatéia. Estas fitas é que são os
elementos importantes de estímulo do Bastão-Totem, pois deverá haver uma para
cada Lobinho e sempre na cor da matilha. A fita deverá conter o nome do Lobinho
e as datas que lhe são importantes; as especialidades poderão ser escritas ou
desenhadas, não importa como cada distintivo será representado, o importante é
que a tira represente o estágio atual do Lobinho, consequentemente, o Totem
representará o estado atual da Alcatéia: quanto mais “enfeitado”, mais
capacitada é a Alcatéia.
É
claro que uma Alcatéia capacitada terá grande orgulho de seu Bastão-Totem e
assim gostará de levá-lo a todos os lugares e, assim deverá ser. Ele deverá se
tornar um elemento da Alcatéia, a sua tradição! Ele deve ser usado nas Cerimônias,
principalmente na investidura quando o Lobinho fixa a sua fita, e naquelas de
entrega de especialidades e mudança de etapa de desenvolvimento, quando os
marcos são agregados, como também no Grande Uivo, mas ele poderá acompanhar a
Alcatéia onde ela quiser levá-lo, em acantonamento ou excursões, por exemplo.
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