Conversa ao pé do fogo.
Os pais e o Grupo Escoteiro
Muitos escotistas comentam
comigo sobre as dificuldades encontradas quando procuram os pais para
colaborarem em diversas situações no Grupo Escoteiro. Claro, sabemos que vários
grupos não têm este problema, portanto nos dirigimos àqueles que nos lêem e
gostariam de algumas sugestões a respeito. Alguns dos comentários recebidos:
Alguns
jovens participam com idealismo, mas nunca vi seus pais e quando peço uma
reunião com eles, poucos aparecem. - Em época de eleição da diretoria é uma
luta para que alguém se ofereça para ajudar, e isto nos poucos que comparecem. -
Para qualquer atividade que for necessário uma taxa, isto sem falar na
mensalidade, a maioria (os pais) não colaboram e não ajudam em nada. - Quando algum escotista pretende participar
de alguma atividade ou cursos para aprimorarem seus conhecimentos, sempre arcam
com todas as despesas de transporte e taxas, com isto muitos desistem de prosseguirem
na trilha escoteira. - Enfim, sem eles ficamos sem condições de manter o Grupo
Escoteiro, e até o registro anual é prejudicado. Ou fica sem fazer ou se
registra poucos membros do Grupo.
É, é uma situação constrangedora.
Claro tudo isto não existiria se na entrada do jovem, algumas providencias
fossem tomadas. Se o Grupo já está com vários destes problemas, (sugiro que
leiam outros artigos tais como “onde está o erro” aqui neste blog) só existe
uma solução e esta infelizmente tem de ser tomada para que possamos ter os pais
de volta. Vou dar um exemplo de vários grupos escoteiros que são exigentes na
admissão do jovem. Vejam como tratam o assunto:
- Os pais devem vir acompanhados
dos filhos interessados; (se não vierem não tem admissão) - Não aceitar pais de
jovens inscritos no grupo trazendo filhos de vizinhos ou parentes. - É feito uma ficha de inscrição, onde consta
que os pais também vão pertencer ao Grupo e é explicado a eles o que se espera
após a aceitação do filho e o que o movimento escoteiro tem a oferecer a ele. -
Eles ficam automaticamente inscritos no primeiro Curso Informativo (pode ser
feito pela própria chefia no grupo ou então ver no Distrito ou Região se existe
algum a respeito) este curso não deve ser maior que 4 horas e menor que 2
horas. - Enquanto estas formalidades não forem cumpridas, o jovem não participa
diretamente. Ele pode ficar por um tempo observando a movimento das tropas sem
interferir. - Depois de feito os quesitos acima, quando da Cerimônia de
Bandeira, o jovem e os pais são apresentados à tropa/alcatéia, aí sim o jovem
começa na sua patrulha ou matilha que vai recebê-lo do chefe da seção
correspondente, onde então se fará alem do grito da patrulha ou similar na
alcatéia, saudando o novo membro.
- Os pais são convidados à sede
para que o chefe do grupo (diretor técnico, acho eu) mostre a eles o calendário
anual das atividades e as reuniões dos pais alem do Conselho anual (congresso).
Também deverão preencher uma pequena ficha, com nome, telefone e endereço e
dizendo como podem colaborar no grupo, semanal ou mensal. Uma lista de funções
deve ser apresentada pelo chefe. Do Grupo (diretor técnico acho eu), e a partir
deste momento, o Chefe não deve deixar de fazer contato telefônico, pessoal ou
mesmo lembrar a eles que precisam de sua presença conforme foi acertado
anteriormente.
O mais importante é que a
falta de duas ou três atividades marcadas nenhum deles comparecerem, e após
contato telefônico e pessoal sem resultado, o jovem leva um aviso aos pais que
ele só continua se eles vierem ao grupo para conversarem novamente. Claro,
vocês podem dizer que isto é muito radical, mas é bom lembrar que somos um
movimento voluntário, sem fins lucrativos e nosso intuito é colaborar com os
pais, a escola e a igreja. Sem a presença destes nada podemos fazer em
benefício do jovem. Muitos escotistas ainda não chegaram à conclusão que é os
pais é que precisam de nós e não o contrário.
É importante que o Grupo
Escoteiro mantenha algumas atividades para os pais em seu programa, a fim de
motivá-los e sempre acontece que muitos deles passam a se interessar mais pelo
movimento, oferecendo seu tempo para colaborar como escotistas. Existem
exemplos que em pouco tempo, surge um grande número de chefes resolvendo de vez
a falta de adultos tão reclamados por muitos.
Algumas
atividades sugeridas:
Uma vez por ano, com ajuda de
alguns pais, escolher um local onde todos possam passar um dia inteiro, em
confraternização (se possível um sítio fora da cidade, que tenha instalações
necessárias para os participantes). Nesta confraternização executar um programa
nos moldes escoteiros, formando patrulhas junto com os filhos, competições
entre elas, com grito próprio, cerimonial de bandeira e encerramento com a
Cadeia da Fraternidade.
Nas atividades de Alcatéia,
sempre ver com a chefia quantos pais serão necessários e convidar aqueles que
se propuseram a isto. Comissões internas para em conjunto com a Comissão
Executiva (diretoria) desenvolver tarefas tais como: Arrecadação financeira
compras para acampamentos – transporte para atividades de seções – instrutores
de especialidades e outras de comum acordo com o Conselho de Chefes e Diretores
do Grupo Escoteiro.
Finalmente, agindo conforme aqui sugerido,
os resultados serão sempre alcançados, e os chefes poderem ter mais tempo com
suas famílias, pois agora o trabalho é dividido por todos aqueles que são
responsáveis também pelo Grupo Escoteiro. Conheci diversos grupos, que a
participação de pais é tão grande (seus efetivos superam 200 membros
participantes), que quando realizam as atividades extra- sede com os pais,
superam em mais de 400 participantes (vão avós, tios, tias, primos e amigos que
eles também convidam).
É necessário que o Conselho
de Chefes seja regularmente informado de tudo, para evitar atritos e sentirem
responsáveis também pelos pais presentes. Espero ter colaborado, mas se
quiserem mesmo ter os resultados esperados, mãos a obra. Um poeta já dizia:
Quem quer anda, quem não quer manda! E não deixe para amanhã o que pode fazer
hoje!
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