Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Revivendo o início do Escotismo.


Conversa ao pé do fogo.
Revivendo o início do Escotismo.

Em Janeiro de 1908, Baden-Powell lançou nas bancas inglesas seis fascículos quinzenais intitulados “Scouting for Boys”, num total de quase 400 páginas, com o subtítulo de “Manual de instrução de boa cidadania”. Em poucas semanas, estes fascículos entusiasmaram centenas de milhares de jovens ingleses, que se organizaram em Patrulhas e puseram em prática as sugestões de B-P. Aqueles seis fascículos eram, nos seus conteúdos, um pouco diferentes da versão que conhecemos e lemos do “Escotismo para Rapazes”. No entanto, foram suficientemente atrativos para lançar, num ritmo de crescimento impressionante, este Movimento do qual fazemos parte. Como já passamos do Centenário do Escotismo, deixamos a sugestão de te colocares no papel dos jovens ingleses que, em 1908, leram pela primeira vez o “Escotismo para Rapazes” e saíram pelas ruas e florestas para viverem o ideal do “Boy Scout”. Fica aqui uma seleção de propostas, para começares a reviver o lançamento do Escotismo!

 Jogo do Kim
Bem conhecido de todos. Quando foi a última vez que jogaste? Durante um minuto, cada escoteiro tenta memorizar entre vinte e trinta objetos diferentes, alguns destes variando apenas na cor, à semelhança do treino que Lurgan proporcionou ao Kim, na Índia. Findo o minuto, cada escoteiro é chamado à parte, para enumerar todos os objetos. Mais do que um jogo, este é um treino de memória e observação que todos os escoteiros deveriam praticar. 

 Rebocar uma pessoa inconsciente 
Na edição de 1908, B-P sugeria, para se rebocar uma pessoa inconsciente no caso de um incêndio, onde há muito fumo, que se fizesse sugeria um Lais de Guia em torno do peito, outro em torno dos tornozelos e outro em torno do pescoço de quem fosse rebocar, o qual caminharia em cima dos quatro membros, mantendo a cabeça baixa, arrastando a pessoa inconsciente. A pessoa seria arrastada com os pés no sentido do deslocamento. Pratica esta operação, por exemplo, sob a forma de uma competição entre pares de elementos da mesma Patrulha ou entre Patrulhas.

 O assobio do Escoteiro (vide na foto anexo)
Para além do Inegoniama, a canção guerreira Zulu, e do grito de animação “Zinga zing! Bom! Bom!”, B-P sugeria um chamamento feito por assobio, para um escuteiro chamar a atenção de outro escuteiro, que também podia ser usado para o chefe chamar a reunir o seu grupo com um cornetim. Se não souberes ler uma pauta, pede a alguém que te ajude e experimenta ensinar este assobio lá no agrupamento.

Jogos de observação
B-P insistia muito na importância da capacidade de observação que o escoteiro devia possuir, sugerindo alguns jogos para treinar essa mesma capacidade. Num deles, “Procurando o dedal” a Patrulha entrava numa sala onde estava um dedal ou outro objeto pequeno, visível, mas que não dava nas vistas, tentando descobri-lo. Noutro jogo, um escoteiro, à vez, entrava numa sala durante meio minuto e, depois de sair, procurava enumerar todas as peças de mobiliário e objetos de que se recordasse, ganhando o que apresentasse uma lista maior. Bastante conhecido, embora infelizmente não muito usado, é o “Enfarruscado”, em que os escoteiros procuram identificar, ao longe, os pontos de uma grelha, ganhando o que o fizer corretamente a maior distância.

Identificar pegadas
A capacidade de identificar e seguir rastos está associada à arte de dos exploradores e batedores, pelo que B-P dava bastante importância a este treino, nos escoteiros. Num dos jogos que propunha, os elementos de uma Patrulha sentavam-se com os pés no ar, para que os elementos de outra Patrulha pudessem observar durante três minutos; depois, sem a outra Patrulha ver, um dos elementos da primeira Patrulha saía para uma zona de terra e deixava várias pegadas; a segunda Patrulha iria observar o terreno e tentar descobrir de quem eram as pegadas. Noutro jogo, uma pessoa iria fazer pegadas num terreno; depois, juntamente com outras pessoas, fariam mais pegadas em frente de uma Patrulha, que tentaria adivinhar a qual das pessoas pertenciam às pegadas que tinham observado inicialmente.

 Jogos de aproximação
Aproximar-se de alguém sem ser visto era uma capacidade muito treinada pelos primeiros escoteiros. O jogo “Aproximação ao alce” ajuda a este treino e é bastante divertido. O Alce é representado por um dos escoteiros, que pode ficar quieto ou movimentar-se um pouco. Os outros, os caçadores, tentam aproximar-se sem serem vistos. Se o alce vir um dos caçadores, aponta-o e este tem de se levantar e sair do jogo. Ao fim de algum tempo (estabelecido), termina o jogo e ganha o escoteiro que estiver mais próximo do alce.

Jogo da Caça ao Leão
O leão é representado por um dos escoteiros, que parte para o mato com seis bolas de ténis, um saco de milho e calçado com solas que deixem marcas profundas na terra. Tem meia hora de avanço sobre o resto da Patrulha, que partirá no seu encalço, seguindo-lhe o rastro. Cada elemento “armado” com apenas uma bola de ténis, para disparar contra o leão, quando o encontrarem. O leão pode esconder-se, ou correr, conforme lhe apeteça, mas, quando o terreno for duro e as botas não deixarem marcas, deverá deixar um rastro com o milho. Se os caçadores não lhe conseguirem descobrir o rastro, ninguém ganha. Mas, quando conseguirem aproximar-se do leão, podem tentar matá-lo com as bolas. Um caçador que seja atingido por uma bola do leão, é imediatamente morto. O leão atingido por uma ou duas bolas fica apenas ferido, precisando de três “tiros” para morrer. Cada bola de ténis pode ser usada uma única vez durante o jogo.

Peças de Teatro.

Embora o Escotismo envolvesse ação e jogos, B-P considerava bastante importante a representação teatral, ou não fosse o teatro também palco de muita ação. Ao longo dos fascículos, eram dadas sugestões para peças de teatro para as Patrulhas representarem, algumas delas baseadas em histórias conhecidas, tais como a de Pocahontas, as aventuras de Sherlock Holmes ou o Rei Artur e a Távola Redonda. B-P dava, também, muita importância aos adereços a usar pelos atores, chegando a descrever em pormenor as vestimentas de alguns personagens. Quando foi a última vez que participaste numa representação teatral com a tua Patrulha?

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