Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Programas de reuniões de Tropa.


Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.

                  Você gostaria que eu fizesse cem programas de reuniões de tropa para você? Será isto mesmo correto? Bem amanhã é sábado e quem sabe sua tropa espera um estupendo programa do seu Chefe. Lembro que em muitos cursos quando os alunos chefes discutiam em bases sobre tais assuntos, eram tantas ideias que ao debater em plenário ficávamos abismados com tantas ideias. Daria para escrever um livro de duzentas ou trezentas folhas. Mas se quer mesmo saber este não é o caminho. Afinal se todos receberem de mão beijada hoje o programa pode ser ótimo, mas com o tempo não chegaremos a lugar algum com o que pretendemos na formação dos nossos jovens Escoteiros.

                  Não gosto muito de dar muitos pitacos em programas de reuniões de tropa. Bem eu sei que fiz várias centenas deles e participei como jovem em outros tantos. Não dou porque sempre confiei nos monitores e deixava tudo nas mãos das patrulhas. Se eu não gostava não importava não era importante. Eles é que sabiam o melhor e se isto acontecia então eu sabia que estava no caminho certo. Não foi assim que BP criou o método escoteiro? Eu não se como são preparados os chefes nas UD (unidades Didáticas) de hoje de cursos de formação que se referem ao tema – Programando o Programa. Pode ser que diferem muito do que eu acredito como devia ser. Como sei que tem muitos chefes que estão acertando não posso dizer para mudar. Vejamos o que a maioria dos escotistas da tropa hoje em dia estão fazendo para montar seus programas:

- Na semana ou no mês, com auxilio de assistentes (ou mesmo só) em casa de um deles, prepararam o programa, um ou vários, determinando as funções de cada um, horários e adestramento progressivo; Tem aqueles que resolvem sozinhos o quer fazer e mandam via e-mail aos seus assistentes o programa sem dizer qual seria a responsabilidade deles. – Tem aqueles que em um sábado, quase na hora de ir para o Grupo, o chefe corre para rabiscar um programa, meio sem eira nem beira, somente para ter em mãos e não esquecer o desenrolar da reunião, pois o contrário ele iria se perder e não seria nada bom. Muitas vezes são estes que chegam atrasado e alguns ainda vão vestir seu uniforme na sede;

- Tem aqueles que jactam-se de ter tudo na memória. Claro ele sem tempo acredita que é um bom Escotista e não precisa de programa. E a improvisação faz parte do dia. A garotada se diverte com um “racha” de bola, ou jogos já batidos, mas que fazem sucesso sempre que colocados em ação. No sábado seguinte ele verifica que alguns não vieram e sempre mandam um aviso ameaçando os faltosos disto e daquilo. A grande maioria dos chefes realizam bons programas dentro do que foi proposto no sistema de patrulhas. Sei que eles sabem que na tropa são coadjuvantes. Se a tropa aplica o sistema de patrulha não tem erro. Sei que hoje em dia em qualquer reunião de tropa é dado tempo para que as patrulhas se reúnam entre elas e os monitores lideram como deveriam liderar. É nesta hora que surge boas ideias e se dá liberdade aos patrulheiros de opinar e divergir. Quem sabe a tropa ainda funciona no verdadeiro sistema de Patrulhas? Vejamos como penso que deveria ser:

 - Conselho de Patrulha - Reunião programada pelo monitor, semanalmente, antes ou depois da reunião, onde se discutirá além de outros assuntos, as sugestões de programas para a chefia, visando o adestramento progressivo, e sugerindo outras atividades extra sede que porventura podem dar mais conhecimentos a patrulha. Muitas patrulhas bem formadas costumam fazer suas atividades ao ar livre sem a presença dos chefes. Aonde eles irão sem supervisão da chefia o local deve oferece condições para isto.

- Conselho de Monitores – Ideal para montar programas de reunião, com sugestões da patrulha. Nada há ver com a Corte de Honra. Pode ser realizada uma vez por mês na sede, na casa de um Monitor ou na casa do Chefe. Sempre haverá a presença do Chefe e seus assistentes. Ali de posse das sugestões dos monitores o Chefe e Assistentes terão condições de montar programas a curto, médio e longo prazo. Poderão também colocar programas surpresa ou jogos ainda não testados. Já vi tropas usando este método e com bons resultados. Os jovens quando participam dão mais valor. A Corte de Honra poderá analisar melhor o que está e o que não está dando certo.

Aprender a fazer fazendo, faz parte do programa escoteiro e talvez um dos principais. Se a patrulha não tem esta liberdade ela não cria, não cresce individualmente e muitos jovens se sentem alijados. Motivo pela qual muitas vezes não participam das reuniões e preferem deixar o escotismo. Isto é importante, pois a experiência sempre mostrou que as tropas que fazem seu próprio programa e em alguns casos atividades ao ar livre sem a supervisão de adultos, mantém em suas fileiras por mais tempo seus membros e isto diminui a evasão e ajuda em muito no futuro. Conheço Grupos Escoteiros que além da ajuda dos pais sempre tem dois ou três chefes oriundos do próprio Grupo.

O Sistema de Patrulhas e o método deixado por BP é enfático em dizer que o escotismo é para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e responsáveis pelo desenvolvimento sadio da tropa. Não cabe a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo. Conheço tropas que em muitos casos os monitores são partes importantes nos programas e em todas as atividades da tropa. Eles valorizam muito quando tem sua própria patrulha de monitores e acampam com seus chefes aprendendo e trocando ideias. Um bom Chefe lidera como irmão mais velho sua tropa e está de mãos dadas com a Patrulha de Monitores. Acampamentos, atividades e passeios com os monitores e subs fazem do chefe um líder amigo cujos benefícios serão conhecidos em pouco tempo.

Lembro que muitos escotistas procedem de outra forma. Não sou contra. Baden-Powell sempre disse que o importante é o resultado. Se ele é o esperado então deve continuar com faz hoje. A melhor maneira de analisar é ver se a evasão é pequena. Ela sim diz se o caminho percorrido foi válido. Aqueles que têm boas patrulhas, bons monitores, patrulheiros/patrulheiras motivados e com mais de um ano de atividade eles sim estão caminhando para o sucesso esperado. A melhor tropa é aquela que está sempre se motivando, procurando fazer o que gostam se sentindo parte do todo e dificilmente deixando as fileiras escoteiras.


Nota - Quando me refiro aqui aos meninos, é claro que também se aplica e muito bem as meninas, que por sua natureza são mais conservadoras, interessadas e sabem organizar o que querem de uma maneira prática e objetiva. Ainda gosto muito de ver tropas separadas e sempre fazendo atividades conjuntas em um programa próprio para ambos os sexos.

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