Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

domingo, 14 de junho de 2015

Piadas de jovens adaptadas para o Escotismo.


Conversa ao pé do fogo.
Piadas de jovens adaptadas para o Escotismo.

Lula estava nadando no Lago Paranoá e começou a se afogar. Uma tropa de escoteiros do mar que estava passando viu e três Monitores saltaram na água para ajudar. – Olhe, estou orgulhoso dos escoteiros. Valentes são vocês! Peçam qualquer coisa!
Um deles, gaúcho falou:
- Meu pai trabalhava na fábrica de sapatos e perdeu o emprego. Pode arrumar um para ele?
- Está mais do que feito, respondeu o presidente.
O outro do Piauí reclamou que estava sem escola.
- Considere matriculado na melhor escola da sua cidade! Falou o Presidente.
O terceiro era um mineirinho, daqueles de cabeça baixa.
- E então meu jovem, o que vai pedir?
- Quero um enterro de estadista, com salva de tiros, muitas flores, banda de música e tudo!
Estupefato, Lula perguntou:
- Mas você tão novo! Porque esta preocupação com a morte?
- Estou perdido presidente. Uai! O que o Senhor acha que vai acontecer comigo quando eu chegar lá em Minas e disser que salvei um politico?

Nildinha, uma lobinha filha de Dona Mortícia.
-Mamãe, eu cansei de brincar com o vovô.
- Tudo bem, escove os dentes, guarde os ossos no caixão e vai dormir.

Estavam 2 lobinhas de 7 anos conversando sobre o Natal:
- O que você vai querer?
- Eu quero um OB.
- Um OB disse a outra assustada, por quê?
- Ora, o homem da TV disse que com ele pode ir à praia, tomar banho de piscina e andar de bicicleta.

O Chefe da tropa perguntou ao Escoteiro novato para fazer um teste:
- Fale três partes do corpo humano com a letra Z. 
Ele respondeu:
- Zoio Zumbigo e Zoreia. 
Então ele perguntou:
- É! Que nota você acha que vai tirar com essa mesma letra.
 Ele respondeu:
- Uns zoito. 

A Bagueera diz para a Alcateia:
- Crianças, hoje vamos falar uma frase onde apareça a palavra evidentemente. Primeiro você, Mariazinha:
- Eu fui brincar com minha boneca, mas ela não tava no armário. Evidentemente, minha irmãzinha tinha tirado ela de lá!
- Muito bem... Agora você, Paulinho!
- Eu fui brincar com minha bola de futebol e ela tava murcha. Evidentemente, ela tava sem ar dentro!
- Muito bem!
Aí, ela olhou para o Joãozinho, que era o capetinha da matilha e disse:
- Sua vez, Joãozinho!
- Meu pai pegou a revista Time Life e entrou no banheiro. Evidentemente, ele foi c..., porque ele não manja p... Nenhuma de inglês!

O professor pergunta aos alunos qual a coisa mais velha do Mundo. Como ninguém sabe, ele explica que é o tempo. Nisso, levanta-se um aluno, que diz:
- Professor, eu sou mais velho que o tempo.
- O que? Isso não pode ser!
- Pode sim, professor. Os meus pais dizem que eu nasci antes do tempo!

Às 3 horas da madrugada, Nany, uma lobinha da matilha cinzenta acorda e vai ate a sala, onde encontra a mãe sentada no sofá.
- Mamãe, me conta uma historinha?
- Não filhinha, espera o papai chegar... Ele vai ter que contar uma historinha prá você e outra prá mim...

Na alcatéia, A Akelá fala para os lobos:
- Hoje, na reunião iremos ter um tempo só para treinar versos e rimas. Lobinha Ângela diga um verso:
E a lobinha Ângela diz:
- Eu tenho uma coisa que é só minha: o coração da minha mãezinha.
- Muito bem. Agora você, Lobinho Nestor.
E o lobinho Nestor:
- Eu fui à praia de Água funda, a maré estava baixa e molhou a minha canela. 
- Ué, que besteira é essa, menino? O seu verso não rimou

- Não rimou porque a maré estava baixa, se a maré estivesse alta seria outra coisa.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Programas de reuniões de Tropa.


Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.

                  Você gostaria que eu fizesse cem programas de reuniões de tropa para você? Será isto mesmo correto? Bem amanhã é sábado e quem sabe sua tropa espera um estupendo programa do seu Chefe. Lembro que em muitos cursos quando os alunos chefes discutiam em bases sobre tais assuntos, eram tantas ideias que ao debater em plenário ficávamos abismados com tantas ideias. Daria para escrever um livro de duzentas ou trezentas folhas. Mas se quer mesmo saber este não é o caminho. Afinal se todos receberem de mão beijada hoje o programa pode ser ótimo, mas com o tempo não chegaremos a lugar algum com o que pretendemos na formação dos nossos jovens Escoteiros.

                  Não gosto muito de dar muitos pitacos em programas de reuniões de tropa. Bem eu sei que fiz várias centenas deles e participei como jovem em outros tantos. Não dou porque sempre confiei nos monitores e deixava tudo nas mãos das patrulhas. Se eu não gostava não importava não era importante. Eles é que sabiam o melhor e se isto acontecia então eu sabia que estava no caminho certo. Não foi assim que BP criou o método escoteiro? Eu não se como são preparados os chefes nas UD (unidades Didáticas) de hoje de cursos de formação que se referem ao tema – Programando o Programa. Pode ser que diferem muito do que eu acredito como devia ser. Como sei que tem muitos chefes que estão acertando não posso dizer para mudar. Vejamos o que a maioria dos escotistas da tropa hoje em dia estão fazendo para montar seus programas:

- Na semana ou no mês, com auxilio de assistentes (ou mesmo só) em casa de um deles, prepararam o programa, um ou vários, determinando as funções de cada um, horários e adestramento progressivo; Tem aqueles que resolvem sozinhos o quer fazer e mandam via e-mail aos seus assistentes o programa sem dizer qual seria a responsabilidade deles. – Tem aqueles que em um sábado, quase na hora de ir para o Grupo, o chefe corre para rabiscar um programa, meio sem eira nem beira, somente para ter em mãos e não esquecer o desenrolar da reunião, pois o contrário ele iria se perder e não seria nada bom. Muitas vezes são estes que chegam atrasado e alguns ainda vão vestir seu uniforme na sede;

- Tem aqueles que jactam-se de ter tudo na memória. Claro ele sem tempo acredita que é um bom Escotista e não precisa de programa. E a improvisação faz parte do dia. A garotada se diverte com um “racha” de bola, ou jogos já batidos, mas que fazem sucesso sempre que colocados em ação. No sábado seguinte ele verifica que alguns não vieram e sempre mandam um aviso ameaçando os faltosos disto e daquilo. A grande maioria dos chefes realizam bons programas dentro do que foi proposto no sistema de patrulhas. Sei que eles sabem que na tropa são coadjuvantes. Se a tropa aplica o sistema de patrulha não tem erro. Sei que hoje em dia em qualquer reunião de tropa é dado tempo para que as patrulhas se reúnam entre elas e os monitores lideram como deveriam liderar. É nesta hora que surge boas ideias e se dá liberdade aos patrulheiros de opinar e divergir. Quem sabe a tropa ainda funciona no verdadeiro sistema de Patrulhas? Vejamos como penso que deveria ser:

 - Conselho de Patrulha - Reunião programada pelo monitor, semanalmente, antes ou depois da reunião, onde se discutirá além de outros assuntos, as sugestões de programas para a chefia, visando o adestramento progressivo, e sugerindo outras atividades extra sede que porventura podem dar mais conhecimentos a patrulha. Muitas patrulhas bem formadas costumam fazer suas atividades ao ar livre sem a presença dos chefes. Aonde eles irão sem supervisão da chefia o local deve oferece condições para isto.

- Conselho de Monitores – Ideal para montar programas de reunião, com sugestões da patrulha. Nada há ver com a Corte de Honra. Pode ser realizada uma vez por mês na sede, na casa de um Monitor ou na casa do Chefe. Sempre haverá a presença do Chefe e seus assistentes. Ali de posse das sugestões dos monitores o Chefe e Assistentes terão condições de montar programas a curto, médio e longo prazo. Poderão também colocar programas surpresa ou jogos ainda não testados. Já vi tropas usando este método e com bons resultados. Os jovens quando participam dão mais valor. A Corte de Honra poderá analisar melhor o que está e o que não está dando certo.

Aprender a fazer fazendo, faz parte do programa escoteiro e talvez um dos principais. Se a patrulha não tem esta liberdade ela não cria, não cresce individualmente e muitos jovens se sentem alijados. Motivo pela qual muitas vezes não participam das reuniões e preferem deixar o escotismo. Isto é importante, pois a experiência sempre mostrou que as tropas que fazem seu próprio programa e em alguns casos atividades ao ar livre sem a supervisão de adultos, mantém em suas fileiras por mais tempo seus membros e isto diminui a evasão e ajuda em muito no futuro. Conheço Grupos Escoteiros que além da ajuda dos pais sempre tem dois ou três chefes oriundos do próprio Grupo.

O Sistema de Patrulhas e o método deixado por BP é enfático em dizer que o escotismo é para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e responsáveis pelo desenvolvimento sadio da tropa. Não cabe a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo. Conheço tropas que em muitos casos os monitores são partes importantes nos programas e em todas as atividades da tropa. Eles valorizam muito quando tem sua própria patrulha de monitores e acampam com seus chefes aprendendo e trocando ideias. Um bom Chefe lidera como irmão mais velho sua tropa e está de mãos dadas com a Patrulha de Monitores. Acampamentos, atividades e passeios com os monitores e subs fazem do chefe um líder amigo cujos benefícios serão conhecidos em pouco tempo.

Lembro que muitos escotistas procedem de outra forma. Não sou contra. Baden-Powell sempre disse que o importante é o resultado. Se ele é o esperado então deve continuar com faz hoje. A melhor maneira de analisar é ver se a evasão é pequena. Ela sim diz se o caminho percorrido foi válido. Aqueles que têm boas patrulhas, bons monitores, patrulheiros/patrulheiras motivados e com mais de um ano de atividade eles sim estão caminhando para o sucesso esperado. A melhor tropa é aquela que está sempre se motivando, procurando fazer o que gostam se sentindo parte do todo e dificilmente deixando as fileiras escoteiras.


Nota - Quando me refiro aqui aos meninos, é claro que também se aplica e muito bem as meninas, que por sua natureza são mais conservadoras, interessadas e sabem organizar o que querem de uma maneira prática e objetiva. Ainda gosto muito de ver tropas separadas e sempre fazendo atividades conjuntas em um programa próprio para ambos os sexos.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Crônica de um Velho Chefe Escoteiro. O poste.


Crônica de um Velho Chefe Escoteiro.
O poste.

                            Ele sabia há quanto tempo estava ali naquela sessão escoteira. Podia chover fazer sol e lá estava ele firme sem reclamar. Afinal aprendeu a ser um mero cumpridor de ordens. Bem não vamos ser tão críticos, mas o poste recebia um tapinha nas costas em seu aniversário e mais nada. Um parabéns e olhe lá. Afinal era um poste e sua utilidade era uma só. Segurar os fios do telefone e força elétrica desculpe esperar as ordens do seu superior hierárquico no Grupo Escoteiro. Mais nada. Mais nada? Ele sabia que ninguém invejava a vida de um poste. Mas cá prá nós, ele se sentia satisfeito, o sorriso da moçada, da lobada e isto o fazia sorrir também. Acreditava piamente que fazia sua parte na formação da juventude no país. Um dia ele se achou mais importante do que era, mas alguém achou que não. Notou que em todos os Grupos Escoteiros que visitava sempre tinha um ou mais postes. Sabia sim que neles muitos foram trocados por se revoltarem com sua condição de poste. Uns por velhice outros por atraírem beijos da meninada e logo o acusavam de tudo. Ele se comparou ao poste da esquina. Os veículos eram atraídos como mel nas flores e soube que o anterior um raio o partiu ao meio. Bem ele sabia que nenhum deles fez falta. Quem sabe pensou se um dia se revoltasse poderia dizer que eles os postes eram de uma casta muito importante?

                     Ele sabia que os demais chefes riam a beça dos postes. Não tinham o mínimo de respeito por eles. - Aqui é o fim da fila? - Uma Escoteirinha perguntou só de gosação. Ele riu e respondeu: - Não, não, é o começo, só que estou de costa. Pois é, ela brincou, tome cuidado com os cães! Adoravam fazer de vocês postes banheiro publico. E olhe que algum “bebum” pode passar e acha que você é um vaso sanitário. Ele ficou pensativo. -  E daí? Ele pensou. Quem poderia se incomodar com ele? Sabia e não tinha dúvida nenhuma que era um poste. Sabia que lhe mandavam varrer a sede, fazer limpeza nos banheiros e quando dos acampamentos lhe davam serviços de segunda categoria. Se o “bebum” escorava nele, se entortava todo e em dado momento caia esborrachado no chão não era seu problema. Ele pensava e ria. O que diria? - Nossa, caiu? - Não, senti atração pela Terra e decidi abraçá-la. Ele ria afinal chorar para que? Ele era apenas um poste. Ele gostava da escoteirada, da lobada e isto o fazia feliz. Fingia não ver os erros que os chefões faziam, e mesmo ele tentando ajudar sabia que sua ajuda não teria valor.

                     Um dia ouviu de o Diretor Técnico chamar os outros chefes e dizer: - Não é melhor o mandar sumir? Afinal é um poste e como tal é um verdadeiro perigo! Nenhum poste poderia ser pretendente a um Chefe Escoteiro. Porque não? Perguntou a Akela mandona. - Porque se vier alguém em alta velocidade impreterivelmente vai bater nele. Era verdade. Ele não sabia por que as batidas eram sempre em cima dele. Quando ouvia um cantar de um pneu fechava os olhos esperando a batida. Tentou tudo para deixar de ser um poste e não conseguia. Por quê? Será que era o seu destino? Interessante que se ele soubesse se existiam estatísticas do SIGUE todos os dias eram centenas de postes que apareciam para ficar em uma esquina da vida esperando uma batida. Afinal e pensando bem, eles os postes não eram imprescindíveis? Será que os Grupos Escoteiros poderiam viver sem um poste? Ele um vez ficou anos pensando nisto. Como fazer para desviar dos chefes e suas ordenanças estapafúrdias. Reclamar? Ele sabia que não podia, afinal era um poste pombas! Ele sabia que desde os primórdios do escotismo existiam os postes.

                        Mesmo de família importante ele não deixava de ser um poste e pensou até em fazer uma Indaba com todos os postes do Brasil. Vamos nos revoltar? Vamos mudar de esquina e ir ser poste em outro lugar? Ele não gostava das eleições. Todos se julgavam no direito de colar cartazes, santinhos e ele ficava uma sujeira só. E depois diziam que eles eram civilizados e ele um poste.  E as piadas? Detestava. Tá lavando a calçada? – Não, tô regando prá ver se nasce aqui um pé de poste. Era assim nos fogos de conselho. A escoteirada e lobada ria a mais não poder. Alguns sentiam pena, mas eram motivados pelos durões chefes Escoteiros. Sonhou um dia que um policial deu um tapa num marginal e o prendeu no poste. Era ele. Não pode fazer isto aqui, ele queria dizer ao policial. Mas ele nem aí. Deixaram o marginal lá por dois dias e depois soltaram. Ele teve de ficar ouvindo o matraquear do marginal que prometeu matar ele, seu pai, sua mãe e todos que tinham seu sangue.


                        É, dizem que é isto mesmo. Poste é poste e não adianta discutir. Está ali para ser mandado, sabe que sua estirpe, sua árvore genealógica sempre foram postes. Quem sabe um dia iriam reconhecer seu trabalho? Afinal poste é poste e ser humano é ser humano. Não diziam que o espelho das sombras é um poste iluminado? Afinal será que você quer passar o resto da vida vendendo ilusões ou quer ter uma chance de mudar o mundo? Isto dê o primeiro passo, deixe de ser poste, educadamente mostre que você pode fazer tão bem como eles fazem e se não acharem assim, o melhor meu amigo é por seu boné e procurar outra esquina e continuar sendo um poste! Cadê o poste? O poste sumiu! E o au, au que queria fazer xixi? Cadê o poste!  O poste já era. O poste foi ser Chefe Escoteiro que era seu destino. Agora ele sabe a diferença de um poste e aquele que amigo de todos e irmãos dos demais Escoteiros.  

domingo, 7 de junho de 2015

Porque usamos o lenço Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Porque usamos o lenço Escoteiro.

                      Se reparares, não são só os escoteiros que usam lenço. Em muitos países os vaqueiros em seus trajes nas fazendas, campeando ou cavalgando têm um lenço (normalmente com adorno, enfeites) Eles se sentem elegantes e gostam de chamar a atenção. (No sul do país é comum e cada um tem suas história) E se pensarmos em figuras que nos são familiares: Além dos cowboys; o 7º Regimento da cavalaria (e o resto do exército americano); os camponeses dos retratos e quadros; os carteiros de certas cidades e infelizmente ou felizmente os guerrilheiros.

                        Em comum temos duas coisas: profissões ao ar livre e em ambientes de poeira e sol (ou cavaleiros). O lenço protege o pescoço do sol, do frio,  dá para limpar o suor e serve para tapar a boca por causa do pó. Não sei se o exército colonial britânico o usava, mas sei que a South-África Mounted Police o tinha no seu uniforme. Ora esta polícia, copiada dos "Mounties" canadianos, foi criada por BP. De raiz, tendo este criado o seu regulamento, implantação, estrutura, uniforme, etc. Desta experiência tirou muitas coisas para o uniforme escoteiro: o chapéu, o lenço e a flor-de-lis são talvez os mais conhecidos.

                  Mas isto de usar lenços ao pescoço é muito mais antigo. Ora se vê nos livros do Asterix os legionários em uniforme de gala. Aliás, do tipo de pano que se usava, do seu uso (prático ou decorativo) e das várias formas de prendê-lo nasceram variantes, como o cachecol, o xaile, o laço, o papilon (gravata borboleta) e as rendas e... A gravata!

                            Podemos completar que a origem do lenço escoteiro esta na participação de Robert Baden-Powell na Segunda Guerra Matabele, em 1896, onde trabalhou com Frederick Russell Burnham, o batedor (scout) americano a trabalhar para o exército inglês. Burnham usava no seu uniforme um lenço triangular ao pescoço que servia para prevenir queimaduras solares, o qual Baden-Powell adaptou, sugerindo também que o lenço triangular aberto deveria ter o tamanho ideal para servir para primeiros socorros.

                              No lançamento do livro “Escotismo para Rapazes”, Baden-Powell propôs que cada grupo/patrulha tivesse a sua cor de lenço e que este deveria ser sempre mantido limpo e aprumado, pois nele estava depositada a honra do grupo/patrulha. Hoje em dia, o uso das cores dos lenços é diferente entre associações e países, mas a honra que lhe devemos será sempre igual. Usado geralmente em cerimônias, o lenço é enrolado, colocado ao redor do pescoço e então preso com um anel. Cada organização escoteira tem liberdade para definir as cores e o emblema de seu lenço. É uma tradição em acampamentos e eventos ao redor do mundo trocar lenços com outros escoteiros, sendo que alguns chegam a formar verdadeiras coleções.

Outro dia tem mais.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Coração Escoteiro.


Conversa ao pé do fogo.
Coração Escoteiro.

                   Para dizer a verdade eu até hoje não sei por que Tiago entrou para os Escoteiros. Até seus pais se entreolharam quando ele disse que iria participar e precisava da autorização deles. Que eu o saiba nunca se interessou. Confesso que muitas vezes o convidei e ele olhava de lado e não respondia. Bem, eu sei que Tiago era diferente de muitos meninos de sua idade. Caladão, nunca encarava ninguém, não discutia e pelo que me informaram não era um aluno com notas altas. Dava para o gasto diziam seus colegas de classe. Como todos os meninos naquela época ele trabalhava para ajudar sua família e comprar o que precisava. Dizem que era o melhor engraxate da cidade. Fazia horrores com a flanela e as duas escovas macias e ele com suas piruetas conquistava a todos seus fregueses, mas sempre de cara fechada. Na estação de trem era proibido engraxates, mas Tomazelli o Chefe da estação abriu para ele uma exceção. Lembro um dia que embarcamos todo o grupo Escoteiro para Nova Lima. Um grupo novo surgia na cidade e nos convidou para a festa de abertura. Hora nenhuma vi Tiago nos olhando. Engraxava o sapato do Tenente Jairo e sério não dizia nada.

                    Isto não era comum pensei. Afinal éramos mais de cento e cinquenta jovens, lobos, Escoteiros, seniores e pioneiros zanzando para todo lado, bateria tocando. Foram dois vagões de primeira classe gentilmente cedido pela Vale do Rio Doce. Uma época que tínhamos regalias não só pela estrada de ferro como também na prefeitura, no Batalhão de Polícia e no Tiro de Guerra. Se ele tinha algum amigo eu nunca vi. Eu morava na Rua Bem-te-vi e ele na Garça. Duas ruas atrás da minha. Quando ia para a escola ou para a sede sempre passava em frente a sua casa. Um dia tomei coragem e bati em sua porta. Sua Mãe dona Noca atendeu. – Queria falar com Tiago senhora. Ela o chamou e ele apareceu na porta de esguelha. Nada disse. – Estou indo ao Campo dos Afonsos. Acampamos lá na semana passava e dei falta de um canivete que preso muito. Quer ir comigo? Não queria ir sozinho. – Ele pensou,  pensou e pulou na garupa de minha bicicleta. Gastamos quase cinco horas para ir e voltar. Ele achou o canivete. Olhou-me com um ponto de interrogação no rosto como a dizer: - Falta de atenção não é Vado! Bem, ele não disse nada. Tentei manter uma conversa com ele e nada.

                         Lembro que um dia o Chefe Ventania comentou que nem todo mundo nasceu para ser Escoteiro. – O Velho chavão que sempre ouvia em grupos que não iam muito bem. – Ser Escoteiro tem de ter sangue, tem de ter vontade, tem de ser homem para enfrentar as dificuldades. O tempo passa, o tempo voa, e eu voei com ele nas andanças que fiz. Isto aconteceu em 1953 quando deixei a cidade de Porto Feliz. Em 1964, fui fazer um curto Básico de Lobo e quando a turma se formou levei um enorme susto. Lá estava Tiago de uniforme do Ar. Olhou-me educadamente, mas não disse nada. Esperei a hora propícia. Quando perguntei, ele me deu um meio sorriso e entre os dentes disse baixinho: - A hora chegou. – Que hora pensei? Ele adivinhou meu pensamento. Entrei logo após você ter se mudado da cidade. - E gosta mesmo do escotismo? – Quer saber Vado, eu ate hoje me faço esta pergunta. Quando via você esbanjando alegria com seu uniforme, esbanjando vontade de vencer nas atividades Escoteiras eu perguntei a mim mesmo – Porque não? Vamos olhar e ver como é que fica! Faz onze anos que entrei e ainda estou na fase de duvidas e nem sei bem onde vou chegar.

                   Hoje me pergunto se o que disse o Chefe Ventania eram fatos ou somente pensamentos abstratos. Sei que Tiago ainda é Escoteiro. Se o seu coração mudou eu não sei. Sei sim que ele faz tudo pelo escotismo em sua cidade. Mudou muito isto é verdade, pois hoje é Prefeito e respeitado pela população. Já se comenta em fazer dele um deputado ou senador. Pelo menos é um homem Escoteiro que podemos acreditar. Eu brinco com muitos chefes que tive a honra de ter sua amizade quando falam que o escotismo não é para qualquer um. – Não é, mas qualquer um pode ser Escoteiro, basta querer. Se vai ficar ou não é outra história. A vida nos leva a ver e reconhecer que nem sempre podemos afirmar o que pensamos como certeza de vida. Não podemos dizer simplesmente que Coração Escoteiro não é para qualquer um. Ainda acredito que tem muitas maneiras de ver o escotismo. Tem aqueles que veem e sorriem por ser um e tem aqueles que pensam em ser mais um, mas ainda não chegaram a lugar nenhum.


                      Sei que nós os Velhos Escoteiros acreditamos sem sombra de dúvidas que nosso coração é Escoteiro. Como interpretar isto faz parte da individualidade de cada um. Uma certeza eu tenho, conheci milhares de jovens e adultos que ingressaram no escotismo e hoje não estão mais. Conheci outros tantos que nunca foram Escoteiros e eu tinha certeza que seus corações tinham tudo para ser. É como entender o Espírito Escoteiro. O escotismo traz dentro de si uma verdade, se fizermos o caminho corretamente seria como se saltássemos vários obstáculos que a vida nos reserva. Mas acredite, não precisa ser Escoteiro para isto. Muitos nunca foram e tem uma norma de conduta a fazer inveja a qualquer um. Tiago mesmo antes de ser um de nós já tinha seu coração Escoteiro. Faltava um pequeno empurrão para ele se transformar em um verdadeiro homem de espírito que esperamos dos nossos rapazes e moças. Como dizia o célebre poeta, a vida é mesmo assim, tem começo, meio e fim.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Acordemos para a vida...


Hora de dormir, sonhar, esperar o amanhecer para um novo dia...
Acordemos para a vida...

           É sempre fácil examinar as consciências alheias. Identificar os erros do próximo. Opinar em questões que não nos dizem respeito. Indicar as fraquezas dos semelhantes; educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros. Aconselhar o caminho reto a quem passa e receitar paciência a quem sofre; retificar as más qualidades de quem segue conosco...

            Mas enquanto nos distraímos em tais incursões e distâncias de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem levianos, à verdade e a lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior, relegados às trevas... Despertemos a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma benção que passa sem proveito a nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna, é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão! André Luiz.


Boa noite meus amigos e minhas amigas, hora de recolher. Que o dia tenha sido frutífero e que amanhã o feriado para quem não vai trabalhar seja o de muito amor junto às suas famílias. E os que vão labutar que Jesus os acompanhe!