Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

terça-feira, 31 de março de 2015

De novo? Putz grila. Chefe; Pare, por favor!



Conversa ao pé do fogo.
De novo? Putz grila. Chefe; Pare, por favor!

             Risos e muitos risos. Não dá. Sou insistente, teimoso e perseverante. Sei que me chamam de Velho senil, ancião que faz horas extras na terra, chato de galocha e outros bichos. E daí? Não dizem que os velhos podem tudo? E então não posso dizer o que penso? Sei que é malhar em ferro frio, mas está apresentação da vestimenta está mais prá lá do que prá cá. Não dá para vestir esta tal vestimenta corretamente? Que figura é essa de camisa para fora, de meinhas brancas, e de inventar chapéus que não existem? Pense comigo – O que vai pensar uma autoridade que vai recebê-lo a seu pedido para falar de escotismo? Ou que você vai fazer uma palestra ou então fazer um pedido qualquer? A nossa mãe UEB que agora se diz ser a EB (?) criou estas séries de escolhas só para você. Não para mim. Nem morto! Tudo bem você escolheu, mas e a sua sessão? Eles também vestem o que querem e como querem? Você veste igual aos seus jovens e suas jovens? E vem me dizer que a apresentação faz parte de uma organização? Eu tento faço esforço, engulo em seco para aceitar está imposição uebeana. Como dizia Odorico Paraguaçu no Bem Amado: "Vamos dar uma salva de palmas a esta figura trepidante e dinamitosa vestimenta. Esta obra entrará para os anais e menstruais de Sucupira e do país”.

                   Ontem, uma neblina tomou conta da minha rua à tardinha. Uns pingos aqui outros ali e me lembrei da canção do Alvarenga & Ranchinho, Êh São Paulo. Dizia ¶ ~Eh, êh, êh São Paulo, Êh São Paulo, São Paulo da garoa São Paulo terra boa! Gosto de reviver a São Paulo do Passado. Corri para minha varanda e me estiquei na minha cadeira olhando a rua molhada os pingos caindo e fiquei pensando. Logo adormeci. Sonhei um lindo sonho. Eu e meus amigos da patrulha entrando em uma floresta linda, escura, facão e machadinha a mão para abrir a trilha. Uma neblina uma chuvinha fria não nos impediu de alcançarmos nosso destino. Molhados cantávamos baixinho uma canção. Um pé de jaca! Jacas enormes, dois subiram na árvore. Uniforme “marrento” o caqui. Molhou, pois faz parte da rotina dos caqueanos. Comemos de bedel. De novo em frente, espinhos, mata cerrada facões subindo e descendo no ar. Chegamos, uma clareira foi aberta.

                   Barracas duas lonas foram montadas. Um campo de patrulha logo tomou forma. O uniforme? Firme em nossos corpos juvenis. Três dias e o retorno. Uma lavada e lá estava ele novinho em folha guardado no guarda roupa. Meu primeiro eu o usei até o quatorze anos e meio. Foram mais de três anos quase quatro. Não dava mais para usar porque cresci os ossos a mostra, de menino a sênior um pulo. Fiz outro. Este durou mais. Dez anos. O terceiro fiz de tergal. Vi um Chefe com ele e gostei. Durou trinta e cinco anos. O último fiz a menos de dez anos atrás. Quase sessenta e sete anos de escotismo e só cinco uniformes cor caqui. Voltemos ao passado na floresta negra. Uma onça cinzenta, não tão grande a nos olhar atrás de um pé de Jequitibá-rosa. Não teve jeito. Eclipsamos os seis para cima de outra árvore. Subir e descer e a chuva miudinha caindo. A onça foi embora e nós também. Minha madorna foi desfeita pela Célia. Hora de Jantar. Uma sopa de Mandioca no ponto.

                   Jantei desbragadamente pensando: - Será que a vestimenta aguenta tudo isto? Quanto tempo para trocar novamente por uma nova? Quando fizeram alardearam que o tecido era especial. Durabilidade mais que as pilhas Duracell e a prova de tudo. Mas eu como bom mineiro tenho cá minhas dúvidas. Já ouvi alguém dizer que duas lavadas e pronto ela começa a branquear. Uma Escoteira disse que pega fogo com facilidade. Engraçado que um dos “çabios” da UEB ensinaram a ela como cozinhar e evitar chegar à vestimenta próximo ao fogo. E durma-se com um barulho deste. Outro que rasgou em vários lugares e olhe me disse – Era novinho em folha! Bem não sei se é verdade ou não. Nem sei se fizeram tantos estilos pára faturar. Um chefão um dia gritou comigo: Chefe, você tem que ver que o Brasil é imenso! Tem o frio no Sul e o calor no norte! As peculiaridades foram feitas para isto. – Não disse nada, queria que ele com sua peculiaridade me acompanhasse em uma atividade em uma floresta por dez dias! Eu com meu caqui e ele com a vestimenta. Aí sim, iriamos tirar a limpo sua braveza.

                     Enfim, pelo sim e pelo não, não vou brigar com ninguém. Sou um Escoteiro de paz. Já dei uns bufetes no passado, mas hoje se alguém encostar em mim caio no chão como uma abobora e me arrebento todo! Risos. Tudo bem que eles escolheram sem consulta, sem transparência e impuseram a família Escoteira brasileira. Tudo bem que esta família é ordeira e disciplinada. Tudo bem que só uma fábrica até hoje tem os direitos de confecção, tudo bem que a UEB aumentou seu caixa. Tudo bem. Mas se esta vestimenta não tiver a durabilidade do caqui então estão enganando a muitos mil que compraram a vestimenta. Isto para mim não é próprio de dirigentes que são amigos de todos e irmãos dos demais Escoteiros.


                    Minha janta ontem foi supimpa. Adoro uma sopa. Não importa qual. De macarrão, de batata, de inhame, de mingau de couve, de feijão ou cebola. É sopa? Estou dando e tomando sopa! Risos. E a vestimenta? Chega por hoje. Mas vistam-na com orgulho, por favor. Seria bom se pelo menos os donos do poder que decidem sozinhos colocassem lá um item dizendo para usar o meião. Ficaria bem mais apresentável escoteiramente. Mas não comparem os dois. O caqui dá de dez a zero em durabilidade na vestimenta. Duvida? Vamos então acampar e vou mostrar para você! Acampar? Só em sonhos meu amigo, o Velho Escoteiro já deu o que tinha de dar. Kkkkkkkk. 

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