Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

terça-feira, 31 de março de 2015

De novo? Putz grila. Chefe; Pare, por favor!



Conversa ao pé do fogo.
De novo? Putz grila. Chefe; Pare, por favor!

             Risos e muitos risos. Não dá. Sou insistente, teimoso e perseverante. Sei que me chamam de Velho senil, ancião que faz horas extras na terra, chato de galocha e outros bichos. E daí? Não dizem que os velhos podem tudo? E então não posso dizer o que penso? Sei que é malhar em ferro frio, mas está apresentação da vestimenta está mais prá lá do que prá cá. Não dá para vestir esta tal vestimenta corretamente? Que figura é essa de camisa para fora, de meinhas brancas, e de inventar chapéus que não existem? Pense comigo – O que vai pensar uma autoridade que vai recebê-lo a seu pedido para falar de escotismo? Ou que você vai fazer uma palestra ou então fazer um pedido qualquer? A nossa mãe UEB que agora se diz ser a EB (?) criou estas séries de escolhas só para você. Não para mim. Nem morto! Tudo bem você escolheu, mas e a sua sessão? Eles também vestem o que querem e como querem? Você veste igual aos seus jovens e suas jovens? E vem me dizer que a apresentação faz parte de uma organização? Eu tento faço esforço, engulo em seco para aceitar está imposição uebeana. Como dizia Odorico Paraguaçu no Bem Amado: "Vamos dar uma salva de palmas a esta figura trepidante e dinamitosa vestimenta. Esta obra entrará para os anais e menstruais de Sucupira e do país”.

                   Ontem, uma neblina tomou conta da minha rua à tardinha. Uns pingos aqui outros ali e me lembrei da canção do Alvarenga & Ranchinho, Êh São Paulo. Dizia ¶ ~Eh, êh, êh São Paulo, Êh São Paulo, São Paulo da garoa São Paulo terra boa! Gosto de reviver a São Paulo do Passado. Corri para minha varanda e me estiquei na minha cadeira olhando a rua molhada os pingos caindo e fiquei pensando. Logo adormeci. Sonhei um lindo sonho. Eu e meus amigos da patrulha entrando em uma floresta linda, escura, facão e machadinha a mão para abrir a trilha. Uma neblina uma chuvinha fria não nos impediu de alcançarmos nosso destino. Molhados cantávamos baixinho uma canção. Um pé de jaca! Jacas enormes, dois subiram na árvore. Uniforme “marrento” o caqui. Molhou, pois faz parte da rotina dos caqueanos. Comemos de bedel. De novo em frente, espinhos, mata cerrada facões subindo e descendo no ar. Chegamos, uma clareira foi aberta.

                   Barracas duas lonas foram montadas. Um campo de patrulha logo tomou forma. O uniforme? Firme em nossos corpos juvenis. Três dias e o retorno. Uma lavada e lá estava ele novinho em folha guardado no guarda roupa. Meu primeiro eu o usei até o quatorze anos e meio. Foram mais de três anos quase quatro. Não dava mais para usar porque cresci os ossos a mostra, de menino a sênior um pulo. Fiz outro. Este durou mais. Dez anos. O terceiro fiz de tergal. Vi um Chefe com ele e gostei. Durou trinta e cinco anos. O último fiz a menos de dez anos atrás. Quase sessenta e sete anos de escotismo e só cinco uniformes cor caqui. Voltemos ao passado na floresta negra. Uma onça cinzenta, não tão grande a nos olhar atrás de um pé de Jequitibá-rosa. Não teve jeito. Eclipsamos os seis para cima de outra árvore. Subir e descer e a chuva miudinha caindo. A onça foi embora e nós também. Minha madorna foi desfeita pela Célia. Hora de Jantar. Uma sopa de Mandioca no ponto.

                   Jantei desbragadamente pensando: - Será que a vestimenta aguenta tudo isto? Quanto tempo para trocar novamente por uma nova? Quando fizeram alardearam que o tecido era especial. Durabilidade mais que as pilhas Duracell e a prova de tudo. Mas eu como bom mineiro tenho cá minhas dúvidas. Já ouvi alguém dizer que duas lavadas e pronto ela começa a branquear. Uma Escoteira disse que pega fogo com facilidade. Engraçado que um dos “çabios” da UEB ensinaram a ela como cozinhar e evitar chegar à vestimenta próximo ao fogo. E durma-se com um barulho deste. Outro que rasgou em vários lugares e olhe me disse – Era novinho em folha! Bem não sei se é verdade ou não. Nem sei se fizeram tantos estilos pára faturar. Um chefão um dia gritou comigo: Chefe, você tem que ver que o Brasil é imenso! Tem o frio no Sul e o calor no norte! As peculiaridades foram feitas para isto. – Não disse nada, queria que ele com sua peculiaridade me acompanhasse em uma atividade em uma floresta por dez dias! Eu com meu caqui e ele com a vestimenta. Aí sim, iriamos tirar a limpo sua braveza.

                     Enfim, pelo sim e pelo não, não vou brigar com ninguém. Sou um Escoteiro de paz. Já dei uns bufetes no passado, mas hoje se alguém encostar em mim caio no chão como uma abobora e me arrebento todo! Risos. Tudo bem que eles escolheram sem consulta, sem transparência e impuseram a família Escoteira brasileira. Tudo bem que esta família é ordeira e disciplinada. Tudo bem que só uma fábrica até hoje tem os direitos de confecção, tudo bem que a UEB aumentou seu caixa. Tudo bem. Mas se esta vestimenta não tiver a durabilidade do caqui então estão enganando a muitos mil que compraram a vestimenta. Isto para mim não é próprio de dirigentes que são amigos de todos e irmãos dos demais Escoteiros.


                    Minha janta ontem foi supimpa. Adoro uma sopa. Não importa qual. De macarrão, de batata, de inhame, de mingau de couve, de feijão ou cebola. É sopa? Estou dando e tomando sopa! Risos. E a vestimenta? Chega por hoje. Mas vistam-na com orgulho, por favor. Seria bom se pelo menos os donos do poder que decidem sozinhos colocassem lá um item dizendo para usar o meião. Ficaria bem mais apresentável escoteiramente. Mas não comparem os dois. O caqui dá de dez a zero em durabilidade na vestimenta. Duvida? Vamos então acampar e vou mostrar para você! Acampar? Só em sonhos meu amigo, o Velho Escoteiro já deu o que tinha de dar. Kkkkkkkk. 

domingo, 29 de março de 2015

O Pernilongo, a Muriçoca, o carrapato e outros bichos.



Conversa ao pé do fogo.
O Pernilongo, a Muriçoca, o carrapato e outros bichos.      .

           Isto é coisa do demônio, dizia a Chefe Mercedes. Chefe “gente boa” a Chefe Mercedes. Entrou com idade avançada e logo conseguiu sua Insígnia de Madeira. No entanto ela detestava estes insetos que ela chamava coisas do Demônio. No primeiro acampamento os pernilongos se deliciaram. Em outro uma “tropa de carrapatos fez dela seu ninho”! Risos. Eu dizia a ela que pernilongos muriçocas e maruins parecem ser da mesma família, mas não são. Risos. São escolados e cada um tem sua maneira própria de morder e chupar o sangue dos pobres dos escoteiros, escoteiras e lobinhos; e chefes é claro. Coitada da Chefe Mercedes. Seu braço ficou todo mordido e suas pernas também, pois achou que podia usar calças curtas. Risos. Danado de insetos chupa sangue. Adoram o “sanguinho” escoteiros e escoteiras quando vão acampar. Dizem que os jovens ficam tão encantados com o campo que se esquecem de tudo e os pernilongos e carrapatos se deliciam.

          Acampei muito em minha vida. Sem falsa modéstia quase 800 noites de acampamento. Nunca gostei muito destes “bichos”. Insetos chupa sangue não é o meu forte. Mas fazer o que? Ainda bem que só fui chupado por um morcego em uma gruta próximo a Maquine. Bebeu pouco sangue, menos de um litro! Eu sei que hoje a modernidade trouxe o repelente, na minha época não tinha. Dava cinco e meia da tarde lá nos íamos ver onde soprava o vento e com ele a favor no campo de Patrulha colhíamos folhas verdes, estrumes de gado leite de vaca, leite tirado das árvores e ovos podres que encontrávamos em ninhos. Um bom fogo cheio de folhas verdes, uma frigideira em um fogão estrela e ficávamos livres deles. Tínhamos que ficara junto à fumaceira e mesmo chorando e respirando o ar puro da fumaça dava para quebrar o galho. Assim os demoniozinhos fugiam a espera quando pudessem voltar.

                 Uma vez descobri que existe diferença do pernilongo da cidade e o do acampamento. O do acampamento ataca, morde e você sente logo. Nós os antigos os chamamos de maruins. Com um raminho na mão a gente os espanta, mas tem de ficar abanando sem parar. Os da cidade não. São covardões. Vivem escondidos em baixo da cama ou de um móvel qualquer.  Primeiro zumbem no seu ouvido e somem. Você acorda com uma coceira danada. Pronto, ele já encheu a pança di seu sangue e vai se refastelar na parece do quarto sala ou cozinha.

           Lembro-me de um acampamento sênior próximo as barrancas do Rio das Velhas, bem perto da Barra do Guaçuí onde se podia avistar o São Francisco. Lugar maravilhoso. Cheio de peixes e lindos pássaros migratórios a fazerem acrobacias fantásticas no rio e nas lagoas próximas.  Era uma fazenda enorme e tinha uma bela floresta nas suas margens. O local era de tirar o queixo. Lindo mesmo. Perfeito para um grande acampamento.  O capataz da fazenda nos preveniu. Olhe Chefe, lá a noite é um inferno. De cinco e meia as sete ninguém aguenta, as muriçocas são sedentas de sangue. Rimos dele. Não sabia que éramos da tropa dos valentes e intrépidos seniores Escoteiros aqueles que cantam dizendo serem os tais etc. Primeiro dia, barraca, algumas pioneirias, uma mesa e deixamos do lado centenas de boas folhas verdes. Que venham estes malditos demônios, dissemos. Vão enfrentar uma tropa que não tem medo de nada! Quem vier morre!

           Seis horas o inferno desceu do céu e ficou entre nós. Não era um, não eram dois e sim mais de cem mil. Milhões quem sabe. Você olhava e via aquela nuvem cinzenta e preta e não havia onde correr. Mas nós corremos. Primeiro pulamos no rio e não dava para cobrir o corpo todo, então corremos até a sede da fazenda, mais de quatro quilômetros. O capataz riu a valer. Voltamos ao campo lá pelas nove da noite. A paz desceu a terra! Mas desistimos de dormir ali. Procuramos uma área próxima à fazenda e lá ficamos. Mas querem saber de uma coisa? Pernilongo e muriçocas avisam quando vão atacar e quando não avisam pelo menos a gente só coça. Risos. Mas e o danado do carrapato? Este sim é o satã em pessoa. Não grita, não canta, não fala e procura o pior lugar no seu corpo para se esconder. Fica lá dias e dias sem dar bandeira. O danado sabe como chupar o sangue. A principio uma coceira gostosa. Você coça e para. Até o dia que descobre o bicho gordo, cheio de sangue como a dizer a você – Seu Escoteiro idiota chupei seu sangue e você nem viu! Agora posso morrer feliz! Risos. E morre mesmo. Você tira o bicho gorducho, mete unha com unha o sangue espirra e o danado morreu. Você é sênior, não perdoa, mata!

             Para dizer a verdade nunca levei repelente. Achava que se os heróis da floresta, os índios os bravos sertanejos ou os mateiros não usavam isto eu também não o faria. Mas dizem e não sei quem disse que isto não é coisa de escoteiros. Quem ainda não enfrentou saudáveis pernilongos, alegres muriçocas, carrapatinhos gentis, e aranhas negras e lindas nas suas teias nas florestas à noite no rosto, dançando ou rindo de você? Se não você ainda não foi batizado Escoteiro da Floresta. Meus amigos, quantas coisas contamos para nossos escoteiros para reafirmar aquilo que ele é. – Escoteiro não anda voa! Escoteiro não ri, dá gargalhadas! Escoteiro não chora, dá pernadas na dificuldade! Escoteiro não tem medo, luta até a morte! Escoteiro não corre dos insetos ou animais peçonhentos, enfrenta-os com seus caratês e golpes mortais. Eu eim?  

              Não sei não. Coitado do Escoteiro quando dizem isto para ele. Ele vai ficar assustado. Sabe que nem seus super heróis são assim. Sabe que ele é humano como os outros. Eu prefiro dizer calmamente que ele não se preocupe com as dificuldades, elas passam e reafirmo a eles – Se você tem amor no coração, sabe ser fraterno, se você sabe sorrir com o zumbido da noite, sabe apreciar o orvalho de madrugada, você é um Escoteiro. E quem venham os malditos carrapatos e pernilongos filhos de Satã!


Até outro dia meus amigos e minhas amigas. Quanto a Chefe Mercedes hoje mora no céu. Nunca desistiu e a gente se divertia a noite com ela de tantos tapas que ela dava na perna, nos braços e no pescoço. Chegava em casa toda marcada. A gente oferecia um raminho e ela dizia que aquilo não era coisa de escoteiro. Então tá! Tantas coisas a dizer o que seria um bom Escoteiro que prefiro um dia fazer outro artigo. E viva os pernilongos! Viva as muriçocas! Bem vindos os carrapatinhos espertos! No fundo no fundo sou Escoteiro e adoro-os!  Bichinhos do Senhor. E quem vive sem eles?

sábado, 28 de março de 2015

Seu nome é Ângela. Uma pioneira.



Conversa ao pé do fogo.
Seu nome é Ângela. Uma pioneira.

                    Um recado para mim no face: - Chefe eu vou a São Paulo no próximo mês, gostaria de conhecê-lo pessoalmente. – Uma honra para mim Ângela. Quando chegar me avise para combinarmos de você vir a minha simples morada. Alguns dias depois lá estava ela a me avisar que chegou. – Quando podemos encontrar? Tenho vontade de conhecer o Senhor e família. Bem minha voz no telefone não é suave. Muitas vezes atendo rispidamente. Quem não me conhece desliga logo. Risos. Gosto disto é o dia inteiro alguém querendo me vender às tecnologias do mundo moderno que eu não quero. Quando ganhar na Mega Sena vou contratar umas vinte atendentes Escoteiras para telefonar: - Olá somos Escoteiras, estamos convidando você e seus filhos para serem como nós! – Já pensou? Assim tenho certeza que passaremos em breve dos cem mil Escoteiros. Mas isto são planos utópicos. Agora é pé no chão porque a Ângela chegou.

                    Se me perguntarem vou ser sincero. Eu não acreditava muito que ela tinha coragem de me visitar. Moro longe, tenho pé grande e uma tosse de matar. Muitas vezes recebo de amigos por todo o Brasil recados que dizem ter muita vontade em me conhecer. Não sei se é verdade, mas sinto-me orgulhoso. Sempre respondo que ficaria feliz em abraçá-lo. Alguns até dizem que já estão em Sampa, e dou meu telefone. Quando digo que não tenho como buscá-los e como poderia vir a minha choupana de ônibus ou trem a maioria desiste. Sempre tento ser servil, amigo, fraterno e Escoteiro com quem me liga e me escreve. Sei que muitos se decepcionam quando digo que não tenho motorista, sou eu mesmo que dirijo, minha carta está vencida e uma linda catarata está tomando conta dos meus lindos olhos negros. Não querem arriscar. Ainda bem que dirijo por instinto sem bússola, mapa ou percurso de Giwell para me orientar. Risos. Ângela não. Hã! Esqueci, outro amigo de Brasília se arriscou e veio. Mais três também. Sem citar nomes, pois me esqueci de um deles e falar dos outros três pega mal. Kkkkkk.

                    Celia sabe ser anfitriã. Perfeita minha linda esposa. Se alguém disser o contrário ligo para Chico Boa Morte um amigo meu pistoleiro do Vale do Rio Doce. Chico era o máximo. Acampamos juntos ele fugindo da policia de captura e eu da civilização. Disse-me ter matado mais de trinta! Putz Grila! Bem continuando, Fomos na Lapa buscar a Ângela. Ela vinha de trem. Estava em casa de parentes no Jaraguá. Ops! Não o pico o bairro. “Custemo”! Mas nos “incontremo”. Parei meu carrinho em local proibido. Acho que não houve multa. E lá vamos nós para minha cabana localizada Na Montanha do Vale Feliz do Marieta. Desculpe Jardim Marieta. Ângela tem aquele estilo simples, ela é da Bahia de todos os Santos (dizem que são milhares deles) Escoteira do mar e agora pioneira. Mora na Ilha de Itaparica, muito falada por androides que vão lá à procura de uma praia e lugar para descer os viajantes do espaço. Bem chegamos. Só eu falava. O primo que a acompanhava não abria a boca. Pobre de mim! A tosse veio arrasando. Corri para o meu xarope. Melhorou.

                      Conversamos. Célia fazendo aquela comidinha mineira. Claro, um almoço dos deuses! Ela contou causos do seu grupo, de sua vida Escoteira, do seu grupo e de Salvador. Eu botei a boca no mundo falando das minhas histórias, da minha meninice, da minha escoteirice da falta de crendice dos nosso Lobos Velhos da UEB. Não perco uma! Almoçamos e logo uma sessão de fotos e uma visita a minha mansão. Conheceu a Caverna do Compadre Marreco onde me escondo para falar com o mundo Escoteiro no Facebook. Mostrei a ela meu recando onde se avista boa parte de São Paulo. Ora de partir. A levei no primeiro ponto de trem e ela e seu primo se foram. Quanto tempo conhecia a Ângela no Face? Acho que ficamos amigos em 2.011. Muito tempo. Ela era Escoteira. Sempre conversamos. Pena que muitas outras jovens amigas daquela época se foram ou acharam melhor ficar longe deste chato, caricato, aborrecido, azucrinante, cansativo, maçante e monótono Velho Escoteiro.

                       Valeu a visita. Gostei de conhecer a Ângela pessoalmente. Alma simples e singela e melhor ama o escotismo como eu. Um sábado diferente quem sabe uma volta ao passado e um pulo no futuro que ainda não conheço. Dizem que bons amigos são amores que nunca morrem. Que seja. Muitas vezes me sinto só mesmo tendo a melhor esposa do mundo. Sinto falta de amigos e amigas Escoteiras, mas quem não sente? Melhor ficar com o Mario Quintana que dizia - o tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...


Obrigado Ângela, volte sempre! Já sabe “Me casa es su casa!

terça-feira, 24 de março de 2015

Apenas um poema Escoteiro.



Hora de dormir, amanhã é outro dia.
Apenas um poema Escoteiro.

Quem são eles?
Ei você, por favor, me diga, quem são eles?
Estes sorrisos cantorias são mesmo deles?
Aonde vão com essa tralha no costado,
Partem em bandos nem parecem assustados
Dizem que vão para os campos e montes,
Cheios de esperanças a beber água na fonte.

Sei que são meninos cheios de esperanças
A correr com bandeiras nas andanças,
Param no regato de águas límpidas e formosas,
Contam casos contam prosas.
No lusco fusco do sol da tarde
Armam barracas sem fazer alarde.

Usam mochilas, distintivos e chapéu.
Usam lenço amarrados ao arganéu.
Na ravina eles adoram o perfume das flores
Orgulham da promessa e dos seus valores.
São patriotas, arvoram bandeiras.
Carregam uma moeda no bolso da algibeira.

Ei você jovem, me diga quem são?
Vejo vocês sempre fazendo boa ação,
Moço, sou menino, sou faceiro,
Olhe bem, sou Escoteiro,
Amo a Deus, amo meus amigos,
Amo a pátria e da lei os seus artigos.

Pensei que eram simples meninos
Enganei-me, eram divinos.
Batutas a energia que consomem
Sem duvida em breve serão homens.
Nunca seriam esquecidos forasteiros
Pois ali estavam verdadeiros Escoteiros.

Se um dia perguntarem aonde vão
Diga com calma com amor no coração.
Eles? Meu amigo são alegres faceiros
São meninos, eles são Escoteiros.
Vivem de sonhos correndo neste céu cor de anil,
São sinceros, são amigos, Escoteiros do Brasil!  


Boa noite, durmam com Deus!

quinta-feira, 19 de março de 2015

O valor de um sorriso.



Hora de dormir, amanhã é outro dia.
O valor de um sorriso.

                  Não custa nada e rende muito. Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá. Dura somente um instante, mas seus efeitos perduram para sempre. Ninguém é tão rico que dele não precise. Ninguém é tão pobre que não o possa dar a todos. Leva a felicidade a todos e a toda parte. É o símbolo da amizade, da boa vontade. É alento para os desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes, consolo para os desesperados. Não se compra nem se empresta. Nenhuma moeda do mundo pode pagar seu valor. Você já sabe do que se trata?

- Trata-se de um sorriso. E não há ninguém que precise tanto de um sorriso como aqueles que não sabem mais sorrir. Aqueles que perderam a esperança. Os que vagueiam sem rumo. Os que não acreditam mais que a felicidade é algo possível. É tão fácil sorrir! Tudo fica mais agradável se em nossos lábios há um sorriso. Tudo fica mais fácil se houver nos lábios dos que convivem conosco um sorriso sincero. Alguns de nós pensamos que só devemos sorrir para as pessoas com as quais simpatizamos.

- São tantas as que cruzam nosso caminho diariamente. Algumas com o cenho carregado por levar no íntimo as amarguras da caminhada áspera. Poderemos colaborar com um sorriso aberto, no mínimo para que essa pessoa se detenha e perceba que alguém lhe sorri, já que o sorriso é um alento. Sorrir ao atender os pequeninos que acorrem nos semáforos à procura de moedas. É tão triste ter que mendigar e mais triste ainda é receber palavras e gestos agressivos como resposta.

- Se for verdade que essa situação nos incomoda, não é menos verdade que não gostaríamos de estar no lugar deles. Eles são tão pequeninos!
- Se tiverem a malícia dos adultos é porque os adultos os induzem a isso. Mas no íntimo são inocentes treinados para parecer espertos, em meio às situações mais adversas. O sorriso é uma arma poderosa, da qual nos podemos servir em todas as situações. Se, ao levantarmos pela manhã, cumprimentarmos os familiares com um largo sorriso, nosso dia certamente será melhor, mais alegre.

- Se, quando chegamos ao Grupo Escoteiro, saudarmos com um sorriso os que seguem conosco, ao invés de fecharmos o rosto e olharmos para cima ou para baixo, na tentativa de desviar os olhares, com certeza o nosso dia será mais feliz. Porque todos nos verão com simpatia e nos endereçarão energias salutares. O sorriso é sempre bom para quem sorri e melhor ainda para quem o recebe. O sorriso tem o poder de fazer mais amena a nossa caminhada. Dessa forma, se não temos o hábito de levar a vida sorrindo, comecemos a cultivá-lo, e veremos que sem que mude a situação à nossa volta, nós, intimamente, nos sentiremos mais felizes.

- O cenho carregado, ou seja, a cara amarrada, como se costuma dizer, traz ao corpo um desgaste maior que o promovido pelo sorriso. Isto quer dizer que, quando sorrimos, utilizamos menos músculos e fazemos menos esforços. Assim sendo, até por uma questão de economia, é mais vantajoso sorrir.


Boa noite e um sono reparador para sorrir muito no fim de semana que começa.

segunda-feira, 16 de março de 2015

As sete maravilhas do escotismo no mundo.



Crônicas de um Velho Escoteiro.
As sete maravilhas do escotismo no mundo.

“As sete maravilhas do mundo antigo são uma famosa lista de majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica, cuja origem atribui-se a um pequeno poema do poeta grego Antípatro de Sídon. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje praticamente intacta é a Pirâmide de Quéops, construída há quase cinco mil anos”.

                     Em meio a um enorme tapete de árvores, espremido em meio aos prédios, vinha eu absorto na Rua Gonçalo de Carvalho, na região central de Porto Alegre, e que tem a fama de ser “a mais bonita do mundo”. Eis que uma senhora de uns setenta anos, simpática, cabelos brancos prateados, com um sorriso daquele de conquistar corações me parou em frente ao numero 650 e perguntou de chofre: - Chefe! Quais as sete maravilhas do Escotismo no mundo? Não esperava por aquela pergunta e nem conhecia a Senhora. Fiquei pensando como ela sabia que eu era Escoteiro. Ban Ban! Claro eu usava meu distintivo de flor de lis na lapela. – Senhora! Não seria as sete maravilhas do mundo? – Não senhor Osvaldo, eu disse em alto e bom som: - As sete maravilhas Escoteiras do Mundo! Parei com um sorriso sem graça. Além de saber que era Escoteiro também sabia meu nome. Minha cuca fervia e não sabia o que dizer. – Não pense muito Chefe, diga logo, não quero que poetize o que todos sabem o que é!

                     Que seja. Não pensei duas vezes e comecei a desfiar o que pensava ser as sete maravilhas Escoteiras no mundo. – Só sete senhora? São tantas! – Quero sete, quero responder aos meus netos que são lobinhos. O senhor sabe ou não sabe? – Vamos ver eu disse, e sem pestanejar comecei:

- Primeira - A Promessa Escoteira. – Por quê? Ela perguntou, porque ela fica para sempre em nossa mente e em nosso coração. É o dia mais bonito de um Escoteiro!
- Segunda – O cerimonial de bandeira – Por quê? Porque ele é quase igual em todo mundo. Ele transmite para cada jovem o amor à pátria!
- Terceira  -  Acampar – Por quê? Não tem quem não diz que acampar é a melhor coisa do mundo!
- Quarta – Fogo de Conselho – Por quê? Senhora, quem participa de um Fogo de Conselho não esquece nunca mais!
- Quinta – O nascer e o por do sol em um acampamento – Por quê? É lindo. Nenhum Escoteiro pode ser chamado assim se ainda não viu o nascer e o por do sol!
- Sexta -  Fraternidade – Por quê? Porque somos o único movimento de jovens sem fronteiras que diz sermos irmãos em qualquer lugar do mundo!
- Sétima – Parei. Fiquei pensando – Chefe e a resposta? Senhora estou em duvida, tem tantas que não sei como fechar à última. Ela sorriu. Quem sabe poderia ser A Canção da Despedida? – A senhora já participou? Não mas meu filho que é Chefe Escoteiro diz que é a hora mais linda do mundo quando se canta a Canção da despedida!

                Olhei para ela espantado. Uma família Escoteira a me perguntar quais são as sete maravilhas escoteiras do mundo? Ela em um fechar de olhos desapareceu. Lá ao longe ela virava uma esquina de volta ao seu lar; Continuei a andar a procura do Shopping Total. Disseram-me que era em frente à Rua Mais Bonita do Mundo. Moço! Pode-me dizer onde fica... Ele me olhou e respondeu educadamente.  – Senhor Escoteiro, as ruas que circundam o Shopping Total são de fundamental importância para a capital gaúcha. Entre elas está esta que o senhor atravessa, a Gonçalo de Carvalho. Saiba que ela recebeu o título da “Rua Mais Bonita do Mundo”. O senhor está vendo, um verdadeiro “túnel verde” de inigualável beleza. Primeira Rua no Estado a receber esse título, a arborizada Gonçalo de Carvalho sagrou-se como o patrimônio histórico, paisagístico, cultural e ecológico de Porto Alegre em 2006!


                  Não tinha mais nada a dizer. Sorria comigo mesmo. Olhei para ele de novo, me piscou um olho e apontou em sua lapela uma flor de lis em ouro. Risos. Escoteiros não dão bobeira, disse para mim mesmo fazendo uma mesura como se estivesse com meu chapéu de três bicos. Agradeci e parti ao destino que havia escolhido. Escolhido? Acho que não, foi o porteiro do Hotel Deville Prime que quando perguntei me olhou e disse: - Escoteiro mineiro! Quer conhecer minha cidade? Va a Rua Gonçalo de Carvalho e nunca mais esquecerá minha amada Porto Alegre! E não é que ele também estava com uma flor de lis de lapela?

segunda-feira, 9 de março de 2015

E os homens brancos julgam-se mais civilizados...


Crônicas Escoteiras.
E os homens brancos julgam-se mais civilizados...

Preceitos definidos e praticados pelos Índios Cherokke, Blaklfoot, Comanche, Mohawk, Tuscarola, sioux e Cheynne.

- Levante-se com o sol para orar, ore sozinho, ore com frequência, o grande Espírito o escutará se você ao menos falar...
- Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza originam-se de uma alma perdida. Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito...
- Procure conhecer-se por si mesmo, não permita que os outros façam seu caminho por você. É suas estrada e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você...
- trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os com o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra...
- Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa da comunidade, da natureza ou da cultura. Se não lhe foi dado não é seu...
- respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais...
- respeite o pensamento, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem os ridicularize. Nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito de expressão pessoal...
- Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados...
- Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o otimismo...
- A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte de nossa família terrena...
- As crianças são a semente de nosso futuro. Plante amor em seus corações e regue com sabedoria e lições de vida. Quando forrem crescidos, dê-lhes espaço para que continuem crescendo...
- Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada aos outros retornará a você...
- Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para nossa herança do universo...
- Mantenha-se equilibrado. Seu corpo espiritual, seu corpo mental, seu corpo emocional e seu corpo físico, todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe seu corpo físico para fortalecer o seu corpo mental. Enriqueça o seu corpo espiritual para curar o seu corpo emocional...
- Tome decisões conscientes de como você  será e como reagirá. Sejas responsável por suas próprias ações...
- Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido...
- Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar aos outros...
- Respeite outras crenças religiosas. Não force as suas crenças sobre os outros...
- Compartilhe sua boa fortuna, participe com caridade...


É os índios e suas sabedorias... Temos muito a aprender com eles... 

sábado, 7 de março de 2015

Conversa ao pé do fogo. Porque sou Escoteiro?


Conversa ao pé do fogo.
Porque sou Escoteiro?

             Quer saber? Muitas vezes eu não sei. É difícil explicar. Tantos têm a resposta na ponta da língua e eu fico a pensar em uma resposta que me satisfaça. Mas afinal um Velho Escoteiro como eu não devia ter todas as respostas? Parece fácil responder. Tão fácil que qualquer lobinho tem a resposta e eu não tenho. Dizer o que todos dizem é copiar e nem sei se eu poderia sentir o que eles sentem. Como explicar as batidas no meu coração quando visto o meu uniforme? Seria este um motivo? Pode ser... Mas não seria a vida ao ar livre? As excursões, as escaladas, os bivaques ou os acampamentos? Bem que poderia, mas ainda não tenho a resposta exata. Há tempos venho procurando uma resposta que me agrade. O céu azul, nuvens no céu, o alto de uma montanha, o cantar dos pássaros, um riacho sedento correndo para o mar. Quem sabe é o vento balançando as árvores? O orvalho da madrugada caindo e molhando minha face em uma linda noite de acampamento? Pode ser até o piar de uma coruja no carvalho dizendo coisas que não entendo. Seria por isto? Pode ser que sim, pode ser que não.

             Quantas vezes meu corpo tremeu por um fato Escoteiro qualquer, irrelevante para muitos, mas tão importante para mim? Seriam então estes fatos que explicam porque sou Escoteiro? Quem sabe... Eu penso que talvez possa ser as canções Escoteiras que tantas saudades me trazem. As de Gilwell, as tradicionais e eu gosto muito de cantar o Guinganguli, Stoldola, a Árvore da Montanha, o Cucu a canção da promessa elas não são todas lindas? Claro que sim, mas não sei se explicam porque sou Escoteiro. Quem sabe foi quando fiz a minha promessa? Afinal um dia eu jurei fazer o melhor possivel, olhando para minha Bandeira, sentindo o orgulho de ser brasileiro, pensando em Deus que se fez presente, na minha patrulha, no meu Monitor e no meu Chefe. Dia incrível que nunca esqueci. Mas seria este dia que explicaria porque sou Escoteiro? Ainda tenho dúvidas. Procuro uma resposta sincera, bonita, simpática e verdadeira que me satisfaça e ainda não encontrei. Quem sabe a resposta não está em um Fogo de Conselho? O lenho ardendo, as fagulhas seguindo o vento e sumindo na escuridão não seria um motivo para explicar melhor porque sou escoteiro? Ou então as divertidas apresentações das patrulhas, quem sabe foi naquele dia que resolvi representar sozinho para toda a tropa? Foi bacana. Emocionei-me com as palmas Escoteiras. Acho que talvez ali eu possa entender porque sou Escoteiro.

            Pensando melhor e quem sabe foi o dia que chorei. Chorei? Olhe quantas vezes eu chorei um dia. Foram vários. Chorei na partida de um amigo Escoteiro, chorei na ida para o céu de um Chefe Escoteiro, chorei naquele dia no Pico da montanha com aquela vista deslumbrante, vendo nuvens escuras no céu com respingos de chuva nos vales que avistava. É eu chorei também tantas vezes a cantar minha canção preferida... Porque perder a esperança... Canção que marca que entra na gente que explora nossos ideais, nossas fraquezas, nossos sentimentos... Pode ser que tenha sido ela, a Canção da Despedida é um marco em minha vida.  Poderia ter sido a canção que explicaria porque sou Escoteiro. Muitos dizem que tem um bichinho que morde a gente e mesmo contra as adversidades ele não sai. É não sei se foi apenas um “bichinho” até que pode ter sido. Mas sei de muitos que foram mordidos pelo bichinho e já não estão mais aqui. Ainda matuto e fico pensando porque sou Escoteiro. Procuro uma resposta que me satisfaça que me explique tudo por passar uma vida pensando em escotismo. Fraternidade? Sorrisos? O Rataplã? Até que poderia ser. Não dizem que somos a maior fraternidade no mundo? Não dizem que somos todos irmãos? Pode ser um motivo suficiente para que encontre a minha resposta. Penso muito, penso no nosso lema, no aperto de mão, na minha patrulha querida, nos amigos que fiz, por acreditar em BP e cantar alegremente que ele está em minha mente, no meu peito e no meu coração.

            Sabe meu amigo e minha amiga, minha resposta não vai explicar o que escrevo do meu passado, no que fiz ou no que faço e farei. De uma coisa eu tenho certeza, tudo que fiz foi por amor a um movimento que me cobra a cada segundo tudo que faço. Aqui sentado na varanda da minha morada estou a procurar uma resposta. Qual? Porque amamos a Deus se não podemos tocá-lo? Porque amamos alguém sem ter este amor seguro por uma mão invisível que não podemos ver? Tente você segurar o vento. Consegue? Ele não deixa, ele lhe escapa entre os dedos e vai pelos vales, pelas campinas a alegrar os seres vivos que vivem na natureza. Pense no nascer do sol, não é lindo? E o por do sol? E o ar puro de uma floresta, os pássaros soltos que voam em bandos e cantando onde quer que eles vão. Isto até que poderia explicar porque sou um Escoteiro... São tantas as coisas lindas que acontecem conosco que a dúvida vai aos poucos se dissipando. A resposta está próxima. Quem sabe eu já sei por que sou Escoteiro?

            Sim, eu agora eu me lembro porque sou Escoteiro. Eu consegui ver coisas inimagináveis. Eu tive a honra de ver uma flor a desabrochar. Uma flor? Isto mesmo, só quem é Escoteiro pode ver o nascimento de uma rosa vermelha, uma tulipa amarela ou uma cerejeira em flor. Só quem é Escoteiro pode ver o exato momento em que uma borboleta se liberta de sua crisálida e ganha os céus. Só quem é Escoteiro pode ver os vagalumes brilhando nas noites escuras dançando um ballet inesquecível. Só mesmo quem é Escoteiro pode sentir as estrelas cintilantes no céu, ver um cometa cruzando o espaço sideral. Só quem é Escoteiro sabe como é gostoso dar um sorriso ao sentir a brisa do amanhecer. É isto mesmo. Só quem é Escoteiro sabe do companheirismo em uma patrulha, na hora do silêncio a rezar e dormir esperando o nascer do sol para começar tudo de novo. Só quem é Escoteiro pode sentir no peito um enorme amor pelo seu semelhante.

                   Agora eu entendo bem por que sou Escoteiro. Deus me deu os olhos para ver o mar, as ondas beijando a praia, as gaivotas dançando no ar. Deu-me as pernas para explorar as mais altas montanhas pular as dificuldades e poder correr por belas planícies. Deu-me os ouvidos para ouvir o som da natureza, o cantar da passarada. Deu-me o nariz para que eu pudesse respirar a fragrância suave do ar. Sou mesmo um Escoteiro porque tive a honra de ver e ouvir o cantar de uma Cotovia em uma serra distante. Sou Escoteiro porque vi música linda na cascata cristalina jorrando sobre as pedras que sonham viver no vale dos amores. Sou um Escoteiro porque amo este paraíso, as belezas naturais, o ar que parece perfumado, os raios de sol mais dourados e a vida abundante desta maravilhosa natureza!    

                   E você meu amigo já descobriu porque é um Escoteiro?