Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O contador de histórias


O contador de histórias.

                       Chamam-me de Contador de Histórias. Um elogio? Hosanas ao Senhor.  Nesta hora esqueço meus tempos de menino Escoteiro, brincando por aí uma aventura sem igual. Sei que contar histórias é uma arte, uma arte gostosa, palatável de agrado de todos que ouvem apreciam e vão vivendo a historia como se fosse real. Dizem que as histórias nos Fogo de Conselhos são as melhores. Outros garantem que em um dia chuvoso na sede elas tem seu lugar. Mas em volta da fogueira alta, o Contador de Histórias sorrindo, gesticulando a história surgindo, todos de olhos fixos tentando viver os personagens daquele narrador encanta. Os olhos da moçada não piscam. Até mesmo os grilos e pirilampos com suas luzes brilhantes e saltitantes parecem querer também participar da história. E o ar se perfuma de cheiro de rosas. Um vento gostoso passa para dar novo sabor ao narrador. É lindo estar ali com amigos, vendo um céu de estrelas, ouvindo o piar de uma coruja escondida com seus olhos grandes, negros sem piscar em um galho qualquer da floresta encantada. Quantas historias contei? Quantas eu escrevi? Milhares? São tantas que nem dá para comparar com as estrelas no céu nas noites sem luar.

                       Tem hora que esqueço dos meus tempos de Escoteiro. Das pioneirías fantástica que construímos, das minhas jornadas, das viagens por lugares desconhecidos. Quantas noites olhando o céu de estrelas? Quantas luas eu vi entre árvores frondosas de uma floresta encantada? Não adianta pensar que tudo se foi se esta preso na mente e não sai mais. Não dá para voltar no tempo e ele se foi para manter a esperança e a saudade dizendo que valeu a pena. Eu mudei minhas jornadas feitas com uma mochila um chapelão e deixei de atravessar montanhas e vales para me enveredar com as letras saltitantes aqui e ali, juntado uma as outras até formar uma história ou lenda que até então não tinha imaginado. Alguém um dia me disse que um Escoteiro é sempre um contador de histórias. Ele vê tudo que lhe acontece através delas. E ele tenta viver a sua vida, como se estivesse contando uma história... Ou a sua história...

                       É na força das palavras que eu coloco o que penso e escrevo o que quero: - Eu sei que existem mil motivos para não contar histórias. Mas existem um milhão de outros para espalhar o fato através de doces sementes que podem surgir na mente e ficar para sempre na memória. Dizem que os poços das fantasias sempre acabam por secar e o contador de histórias cansado tentou escapar como podia: - O resto... Ah! O resto só amanhã. E ele respondia: - Meu amigo já é o amanhã! E eu? Eu sou um contador de histórias. E quem sabe não estive em muitas delas?
Bela e linda tarde para todos vocês!






A Morada do Grande Acampamento no céu.


A Morada do Grande Acampamento no céu.

                         Passeando encontrei este artigo sobre a vida de Baden-Powell que pela sua simplicidade mereceu de minha parte toda atenção. Quem escreveu me parecer ser um leigo em escotismo, mas sua maneira de narrar o que conheceu sobre a vida de B-P torna-se para mim um grande artigo e que publico em minhas páginas e grupos.

A maior parte das pessoas que lerem este texto não terá conhecido o personagem desta história, mas também é quase certo que você pelo menos viu em desenho ou na tevê aquelas crianças com um pano enrolado no pescoço. A ideia para tudo isto surgiu de um homem que partiu há exatos 69 anos. Baden Powell (o militar inglês e não o músico brasileiro) foi uma das mentes mais influentes do século XX, e suas ideias já moldaram o pensamento de mais ou menos 400 milhões de pessoas até hoje.

Ainda assim, seu nome não é lá muito lembrado, ao lado de outros figurões, notadamente políticos. Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (ou apenas BP, se preferir e se sentir íntimo dele), nasceu em 22 de fevereiro de 1857, tenente-general do Exército Britânico. Entre tantas habilidades, impossível não destacar que era um brilhante escritor, desenhista, naturalista, e (porque não) um revolucionário, entre outras ocupações, foi o fundador do Movimento Escoteiro.

História
Lutou na Guerra dos Bôeres, na África do Sul, quando delegou algumas tarefas para garotos como entregar mensagens, prestar os primeiros-socorros a feridos e cuidar das provisões durante a batalha. Diante das dificuldades, os garotos cumpriram seu dever com bravura, tão bem, ou melhor, do que os adultos. Depois disto, escreveu a revista “Aids To Scouting”, que se transformou no livro básico para o escotismo, “Scouting for Boys” (Escotismo para Rapazes). Pôs em prática seus pensamentos em um acampamento na Ilha de Brownsea, na Inglaterra, em 1º de agosto de 1907, considerada a data de fundação do Escotismo.

O livro é tido por alguns estudiosos como o mais vendido do século XX na língua inglesa, e está entre os dez mais vendidos de todos os tempos. No livro, ele escreve que passou os melhores momentos de sua vida como “escoteiro-do-mar, em aventuras de jangada em rios quando criança”.

Exemplo
Apesar de inglês, BP amava a África, e no começo da sua carreira militar realmente acreditava estar levando a “civilização” para a população nas colônias inglesas do continente. Porém, ele começou a criar contatos com tribos e a perceber que cada uma tinha sua própria cultura, digna de respeito e que não perdia em nada para um mundo civilizado que os colonizadores tentavam impor. O círculo com um ponto no meio significa “voltei para casa”.

Lápide de BP com o sinal de pista, clássico no escotismo, significa “voltei para casa”. Além disso, as guerras que lutou e os horrores que assistiu o fizeram crer que a paz entre os povos deveria ser alcançada, respeitando-se as diferenças. Desse afeto para com a África, foram absorvidos diversos costumes, em gestos e palavras, que os escoteiros carregam até hoje.


BP expressou em vida o desejo de ser enterrado na África. Seu túmulo está localizado em Nairóbi, no Quênia. Na lápide, está gravado um sinal de pista, símbolo utilizado por escoteiros em trilhas nas florestas, para orientação.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Apenas um esquete em um Fogo do Conselho.


Apenas um esquete em um Fogo do Conselho.

Cena 1 (ela) – Uma Escoteira surge ao pé do fogo dizendo:
- Quem é você? Será alguém que nunca vi e que apareceu na minha vida me trazendo uma nova maneira de viver? O que está a fazer com meus sonhos? Já não os tenho mais, agora são outros.

Cena 2 (ele)
– Você sempre esteve em mim. Mudou por mudar e por acreditar. Você sabe disto, depois de mim voltou a flutuar e agir melhor...

Cena 3 (ela)
– Nunca pensei que chegasse a tanto. Apareceu em um momento que estava na maior confusão, foi chegando de mansinho, me abraçando, ganhou minha confiança e logo após ganhou o meu coração. Toda minha vida esperei alguém como você que me estendesse à mão, e seu carinho me completou me fez feliz...

Cena 4 (ele)
– Eu sou assim. Distribuo amor, amizade e fraternidade. Amo fazer as pessoas felizes. Você acreditou que podia mudar, acreditou que minha filosofia seria importante para crescer e fazer outros acreditarem como você. Sempre estarei em seu espirito na sua mente e sempre estarei em seu coração. Que minha Lei e a Promessa que fizeste um dia a transforme em um melhor ser humano. “Eu acredito em você”

Cena 5 (todos)
– Todos em volta do fogo se levantam. Uma palma escoteira ecoa no ar. No seio da mata pássaros começam a cantar, uma cigarra assustada ecoou seu cântico de amor. O escotismo olhou para o céu, viu estrelas brilhando a festejar aquela fogueira do amor. – Pensou consigo quantos acreditaram. Sempre aparecendo na sua vida e de repente, como uma estrela cadente abraçam a causa de uma fraternidade de amor para nunca mais desistir...

Sempre Alerta!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Pioneirando por aí!


Conversa ao pé do fogo.
Pioneirando por aí!

Ramo Pioneiro.
O Clã Pioneiro é o ramo escoteiro em que ficam os jovens adultos de 18 a 21 anos incompletos de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do pioneiro ou da pioneira visam aumentar a integração do jovem ao mundo, voltando-se ao serviço a comunidade e o exercício de cidadania com base nos valores da Promessa e Lei Escoteira. O lema pioneiro é SERVIR. A unidade onde ficam os pioneiros e pioneiras é chamado de Clã. O Clã Pioneiro pode ser masculino, feminino ou misto. (Clã é um grupo de pessoas unidas por parentesco, que é definido pela existência de um ancestral em comum. Clã significa crianças em gaélico escocês, também chamada de clannad, que significa família).

                O Clã é orientado por um Mestre Pioneiro e/ou uma Mestra Pioneira que podem ter seus assistentes. A Comissão Administrativa do Clã ou o Conselho do Clã é a autoridade para tratar de todos os assuntos internos de administração, finanças, disciplina e programação. O Mestre Pioneiro detém o poder de veto, que deverá exercitar em casos excepcionais de forma a balizar as atividades dentro dos princípios do Escotismo.

Como surgiu.
                  A guerra de 1914, entretanto, impediu que a Sociedade se desenvolvesse. Ao término da guerra, o problema dos jovens assumiu importância maior, por causa dos que descobriram a existência do Escotismo, mas já haviam ultrapassado a idade de 16 ou 17 anos de idade. Assim, em setembro de 1918, foi escrito um folheto intitulado "Regulamento dos Rovers" (Pioneiros), dentro do Movimento Escoteiro. Em 1920 foram publicados, em duas partes, "Notas sobre o Adestramento dos Rovers". O passo seguinte, importante para o desenvolvimento do Pioneirismo, foi à publicação por Baden Powell de seu livro "Caminho para o Sucesso", com o objetivo de estimular, inspirar e aconselhar os Pioneiros.
Objetivos. O Pioneirismo é "uma ação ativa e efetiva sobre todos os componentes da estrutura individual" porque cria condições, no sentido de desenvolver, no jovem, os valores referentes à reflexão, à ação e à avaliação, utilizando, para isso, o Clã como meio.

A Forquilha Pioneira.
                   A "Forquilha Pioneira" encerra, no seu simbolismo, o firme propósito do Pioneiro Investido de continuar enriquecendo o processo de sua vida por pensamentos e ações melhores, razão porque, o Mestre Pioneiro deve incentivar aos jovens que entram no Clã a se tornarem Pioneiros Investidos, possuindo, cada um, a sua Forquilha. A Forquilha é feita de um galho de árvore e se constitui de quatro partes:
Ponteira: na parte inferior da haste, representa, simbolicamente, a base de toda a vida do Pioneiro, ou seja, seu caráter sem mancha;
Haste: representa o caminho reto que o Pioneiro deve palmilhar, em sua vida, como homem de caráter, consciente de suas responsabilidades;
Nós da haste: são dificuldades, os obstáculos a serem transpostos no seu caminhar pela estrada da vida;

                V da forquilha: simbolicamente, é a vitória, coroando uma vida dignificante, honesta, proveitosa.
Virtudes Pioneiras X Leis Escoteiras.
- VERDADE. O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais do que a própria vida.
- LEALDADE. O Escoteiro é leal.
- ALTRUÍSMO. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
- FRATERNIDADE. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais
- PERFEIÇÃO. O Escoteiro é cortês.
- BONDADE. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.
- CONSCIÊNCIA. O Escoteiro é obediente e disciplinado.
- FELICIDADE. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
- CONSCIÊNCIA. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
- PUREZA. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

A origem do lema “Servir” do Pioneiro.
                      O Lema Pioneiro "SERVIR" foi adotado por B.P. com base no escudo de armas do Príncipe de Gales, título que até hoje é utilizado pelo futuro herdeiro da Coroa Britânica. Se observarmos atentamente o escudo, nos depararemos com um detalhe curioso: a inscrição que se encontra no liste diz "ICH DIEN", que não é um termo da língua inglesa, mas do alemão antigo. Esse escudo pertencia ao rei João de Luxemburgo, filho do Imperador Henrique VII, da Prússia (atual Alemanha). O rei João foi morto na batalha de Crecy quando combatia a Inglaterra, que estava sob o comando do filho do Rei da Inglaterra, chamado de Príncipe Negro.


                    Terminado a batalha de Crecy, os estandartes ingleses anunciavam a vitória do Príncipe Negro, que cavalgando pela arena, encontrou o corpo do Rei morto. Sendo informado dos pormenores da morte do Rei, ficou impressionado com a nobreza e dedicação de João, pelo que decidiu levar seu escudo daquele lugar. Tempos depois, o escudo do Príncipe de Gales estava formado por uma coroa adornada por três plumas de avestruz, em posição assemelhada de uma flor de lis, tendo na parte inferior um listel com os dizeres "ICH DIEN", "EU SIRVO", em língua alemã. B.P. considerou que a herança que guarda a palavra "SERVIR" é digna de ser portada por todos aqueles que, em suas ações e palavras, demonstram, com orgulho e honra o espírito de ser um Verdadeiro Pioneiro.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Era uma vez... Em Seeonee.


Era uma vez... Em Seeonee.

                 Em uma Alcatéia de Seeonee havia um Lobinho que tinha prazer em ferir seus amigos e se mostrava em ter mau gênio. A Akelá cansada de aconselhá-lo um dia lhe deu um saco cheio de pregos e lhe disse que cada vez que perdesse a paciência, que batesse um prego no portão de madeira da sede. No primeiro dia o lobinho havia pregado trinta e sete pregos no portão. Porém gradativamente o número foi decrescendo. O Lobinho descobriu que era mais fácil controlar seu gênio, do que pregar pregos no portão. Finalmente chegou o dia, no qual o Lobinho não perdeu o controle sobre seu gênio. Ele contou a Akelá que lhe sugeriu que tirasse um prego do portão, por cada dia que ele fosse capaz de controlar o seu gênio. Os dias foram passando, até que finalmente o Lobinho pôde contar a Akelá, que não havia mais pregos a serem retirados.

                 A Akelá pegou o Lobinho pela mão e o levou até o portão. E disse: - Você fez bem Lobinho, mas dê uma olhada no portão. Ele nunca mais será o mesmo. Veja o estado que ele ficou. Quando você diz coisas sem pensar ou mesmo irado, elas deixam uma cicatriz como estas. Você pode bater em alguém e não importa quantas vezes você diga que sente muito. A ferida continuará ali. Uma ferida verbal é tão má quanto uma física. Lembre-se amigos são uma joia rara realmente. Eles te fazem sorrir e o encorajam a ter sucesso. Eles sempre te ouvem, tem uma palavra de apoio e sempre querem abrir seu coração para você. Mantenha isto em sua mente, antes de se irar com alguém.


Boa noite!

sábado, 17 de setembro de 2016

Novo rumo, novo Azimute, vamos contar histórias e pegar estrelas no céu?


Novo rumo, novo Azimute, vamos contar histórias e pegar estrelas no céu?

                       Hoje não tem histórias. Não têm poemas, quem sabe algumas palavras para embalar este dia tão agradável. Um poeta disse que quando vier à primavera, se estiver morto às flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes e a estrelas ainda continuarão no céu. Mas e melhor estar vivo, escrever versos alegres e tristes, escrever, por exemplo, que a noite será estrelada, e os azuis dos astros lá ao longe vão olhar o vento que gira no céu e canta. Dizem que nos dias de reunião é proibido rir dos problemas, não lutar pelo que se quer... Abandonar tudo por medo, mas não podemos transformar nossos sonhos em realidade? Porque não demonstrar amor a quem se ama, esperar da vida sem reclamar. A vida não é feita de ilusão, ninguém pode morrer na solidão. Aprender a tirar a pedra do caminho, sentir o perfume da flor sem medo dos seus espinhos. É preciso saber viver.

                       Dizem que tudo de bom na vida tem seu preço. Se pudermos pagar, pagamos se não... Partimos em busca dos nossos sonhos transformando-os na vida real ou imaterial.  Quanto custa ser feliz? Bendito seja quem encontra a felicidade em pequenas nuances que o tempo nos dá a cada segundo que vivemos. Partiremos agora célere a uma felicidade que muitos conseguiram ter neste maravilhoso mundo dos escoteiros. Hã! Deitar na relva, respirar o ar puro do campo, da floresta encantada, sentir a brisa cair suave no rosto, olhos fixos nas estrelas cintilantes no céu como a dizer que seu brilho vai nos fazer felizes para sempre. Quantos de nós não sorrimos nas noites de acampamento em volta de um de um encantador Fogo de Conselho? É surpreendente estar ali, olhar fixos no fogo, ou mesmo quando as chamas vão crescendo parecendo querer alcançar o céu. Os sorrisos, as paixões, a vontade de ficar ali para sempre. Quem sabe ter asas para voar sobre aquela clareira, ver do alto os amigos cantantes, canções errantes displicentemente cantadas por lábios que aprenderam a entoar o Rataplã. Voltar novamente a terra, olhos vidrados no Contador de Histórias. Ah! O Contador de Histórias. Indispensável na vida escoteira de todos nós.

                 Histórias nos encantam. Fazem-nos viver sonhos que ainda não conseguimos realizar. Dizem que contar histórias é uma arte, uma arte gostosa, palatável de agrado geral. Histórias se contam em todos os lugares, mas nos Fogo de Conselhos elas têm seu lugar. A fogueira alta, o Contador de História sorrindo a história surgindo seus gestos acompanhando, todos de olhos fixos tentando viver os personagens daquela história maravilhosa. Os olhos da moçada não pisca. Mesmo aqueles que já estiveram ali por muitas vezes são atraídos como os grilos e pirilampos com suas luzes brilhantes e saltitantes parecem querer também participar da história. É lindo estar ali com amigos, vendo um céu de estrelas, ouvindo o piar de uma coruja escondida em um carvalho com seus olhos grandes, negros sem piscar em um galho qualquer.


Que sua reunião escoteira seja supimpa. Aceitem meu fraterno abraço, meu sorriso e desculpe por não estar presente, pois se estivesse eu seria mais um irmão Escoteiro para dar a todos aquele Sempre Alerta e Melhor Possivel gostoso como todo Lobinho e Escoteiro sabem dar. Estupenda reunião. Alegria de montão e até uma próxima vez! 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Me olhei no espelho e fiquei em duvidas sobre a minha pessoa. Será que depois de Velho fiquei Tantan?


Me olhei no espelho e fiquei em duvidas sobre a minha pessoa.
Será que depois de Velho fiquei Tantan?

Realmente estou em frente ao espelho e fico olhando para mim e pensando. Além de feio depois de Velho gagá também fiquei tantan? Putz grila, não estou aguentando nem ficar em pé, sentado também não e me dá na telha de oferecer aos amigos minhas publicações? Madre Mia! Tem hora que me olho no espelho e pergunto: Velho, tú és bagaço de cana a chover na barraca de duas lonas, furada e sem porta onde um dia dormiu! Pois é. Será que não tenho um pouco de imaginação e chegar à conclusão que hoje eu sou mesmo um monte de capim seco, rodopiando no canto de patrulha a procurar de um fogão de barro para queimar? O pior é que meu PC é das antigas, não tenho um sinal interneteiro que vale por um bom Escoteiro valente e saudável como eu. Serei isto mesmo? Eu já fui e hoje fiquei na história. Adoro quando dizem que sou um exemplo. De que? De velhice? De chatice? Só pode ser. Tento a toda hora ficar de papo pru ar, sem dar bola, sem mexer na cachola e dormir até levantar. Para sempre não! Never! Ainda não chegou minha hora, mas descansar sim.

“Entonse” devia ficar na minha, nas lembranças somente. Afinal eu escoteiramente já dei o que tinha de dar. Fiz tudo que se pode imaginar. Não chega? Ainda querendo ajudar? Sentir-me útil? Será que vale a pena? Já disse outro dia no espelho: Vado Escoteiro seu tempo já era, tu és pipoca velha feita em panela enferrujada em uma noite de acampamento. Chefinho hoje vale o moderno, chega de falar da vestimenta, da evasão escoteira, da falta de técnica, dos meninos e meninas que se esqueceram dos mistérios e da vã filosofia que um dia Shakespeare disse que entre o céu e a terra existe muito mais que se possa imaginar. Tu meu caro Velho Escoteiro é um chato, implica demais. Se acha perfeito com tua farda escoteira, até apelidou quem a veste de Caqueanos, ainda põe o chapéu na cabeça e se acha o tal. Respeite os novos lobos chefões do escotismo. Tem prá todo mundo. Tem presidente, tem pedagogo, tem professores, tem doutores, tem assessores e você não é nada disto. Respeite a nossa Liderança, não os chame de interesseiros, esqueça se eles são snobes, treteiros, esqueça que eles têm sangue nobre e você é um pé no saco um Zé Ninguém!


Puxa! Não vou me elogiar? Será que não mereço isso? Nem pensar. Elogio é coisa de doido, de gente que sabe fazer e caminhar em uma trilha perfeita. Não é o meu caso. Já fui e hoje não sou mais. Afinal foram quase 67 anos labutando e escoteirando por todo lugar, pensando vivendo comendo, fazendo correndo e nunca se esquecendo do meu escotismo que nunca deixei de amar. Mas chega de “babaquice”. Esqueça esta mesmice de só querer ajudar. Eu e você sabemos que fazer o bem sem olhar a quem dá dividendos lá no céu. Dizem que são “Bônus Hora” e vale mais que o dólar brasileiro. E chega de entretantos, vamos para os finalmente. Meu sinal interneteiro está mais para Escoteiro novato que nem sabe cozinhar. Se você é dos que pediram minhas escritas, calma! Se não for hoje vai amanhã! Enfim, tenho de repousar. O Velho Chefe Escoteiro vai prá barraca, é hora de sonhar que virou menino e partiu por aí a escoteirar! E acredite, gosto demais de ajudar...

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Gegê E Seu sonho.


Gegê
E Seu sonho.

Noticia publicada hoje em todos os jornais, TVs e Rádios no Brasil.

Partiram hoje rumo ao Jamboree Mundial, 130 jovens escoteiros, de ambos os sexos. Estes jovens alcançaram pelos seus esforços pessoais, o mais alto grau do ramo Escoteiro Sênior e Guia. Receberam o Lis de Ouro e o Escoteiro da Pátria. Lutaram durantes anos e hoje receberam seu prêmio que a partir de agora irá acontecer sempre, conforme explicação do presidente da União dos Escoteiros do Brasil. Terão as passagens e taxas pagas e irão ao jamboree participar sem nenhum outro ônus.  

Para que os leitores tenham uma idéia, Os Jamborees são considerados o maior evento regular organizado pelo Movimento escoteiro. Ocorrem a cada quatro anos em um país diferente. Sua organização é atribuída pela OMME (Organização Mundial do Movimento Escoteiro) que na Conferência Mundial, escolhe entre as candidaturas que se apresentaram anteriormente.

O primeiro Jamboree aconteceu em 1920 na Inglaterra. Participou o líder máximo e criador do Escotismo o General Inglês Sir Robert Stephenson Smyth Baden Powell. O Sr. Baden Powell esteve presente também nos Jamborees de 1924 na Dinamarca, no de 1929 de novo na Inglaterra, no de 1933 na Hungria. Debilitado passou seus últimos momentos em um chalé que possuía na República de Quênia.  

É a primeira vez que escoteiros são premiados e isto se deve ao esforço da direção escoteira brasileira, do Presidente da Republica Sua Excelência Leogildo Lampazo, que foi escoteiro quando jovem. O Presidente colocou a   disposição um avião da Força Aérea Brasileira e para surpresa de todos os dois dos pilotos também foram escoteiros.

Devemos levar em consideração, que quinze grandes empresários brasileiros, todos advindo do escotismo quando jovem fizeram uma grande campanha e esta será realizada de quatro em quatro anos para custear as despesas desses bravos escoteiros e escoteiras que pelo seu esforço pessoal alcançaram o mais alto grau do escotismo nacional.

Parabéns aos jovens Lis de Ouro e Escoteiros da Pátria. Esperamos que nos próximos tenhamos uma delegação bem maior.

- Nota: Somente cinco chefes os acompanharam. Todos eles arcaram com suas próprias despesas. A delegação da UEB que também irá participar foram por meios próprios e cada um arcando com suas despesas pessoais e das taxas de campo.

                    Nossa! Que despertador barulhento! O sol já nasceu e ainda estou aqui na cama? Preciso levantar. Ligar meu computador e entrar no Facebook. Preciso contar o meu sonho. Um belo sonho. Ainda bem, sonhar é de graça.


                    Mas não dizem que os sonhos podem se realizar?

sábado, 3 de setembro de 2016

Melhor Possivel, e Servir. Sempre Alerta e sorrir...


Melhor Possivel, e Servir.
Sempre Alerta e sorrir...

Porque hoje tem reunião, alegria de montão!
Vamos lá escoteirada, vão chamar a macacada.
Lobinhos de pança cheia, já não estão mais com fome,
Lá vão eles bem ligeiro, para a Alcatéia de Seeonee!

Seniores e guias fizeram sua bela artimanha,
Montaram campo de patrulha bem no alto da montanha.
O cozinheiro já está fritando, um bife prá lá de torrado,
Não se assustem se ele estiver todo queimado.

Na sede a bandeira subiu agora é a nossa oração,
São supimpas os escoteiros, fazem linda apresentação.
Os chefes com seu programa entraram firme no batente.
Têm jogos nós e semáforas, todos estão sorridentes!  

Então, já se fardou e partiu?
Afinal são Escoteiros
Deste formoso Brasil!

E chega de trá lá lá
A patrulha vai formar,
Hoje tem reunião,
Alegria de montão!


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Assim escreveu Baden-Powell:


Assim escreveu Baden-Powell:

A chave que abre o nosso espírito é o romance da vida na natureza. Onde é que existe um jovem (ou até mesmo uma pessoa adulta) sobre quem não exerçam atração, nestes tempos materialistas, o apelo da selva e os caminhos abertos da terra? Isso, talvez, seja um instinto primitivo, mas, de qualquer forma, existe e é real. O Escotismo oferece ao jovem a oportunidade de tomar sua mochila, seu equipamento, e lançar-se a aventura. O ar livre é, por excelência a escola da observação e compreensão das maravilhas deste grandioso universo. Ele revela aos jovens das cidades esse mundo de estrelas que se escondem atrás dos arranha-céus e que as luzes da cidade e a fumaça das fábricas não permitem admirar.

A escola da vida. (de vários autores no livro de B-P. O Caminho para o Sucesso).
_ A vida é bela quando não é complicada. - - Este mundo é duro para conquistar: Cada rosa tem seus espinhos, mas cada rosa tem sua beleza. - Ninguém passa pela vida sem deixar suas pistas, assim como quem passa pela roça. - Somos bobos quando somos jovens! Porque pensamos sermos mais sábios dos que passaram pela escola da vida, esquecendo que deveríamos aprender deles algo todos os dias.


Nos momentos difíceis, um sorriso nos 99% das dificuldades. Sedes constantes: - Muitos fracassam pôr falta de vontade, paciência e perseverança. Não me distingui em nada, mas provei muitas coisas que me permitiram gostar das alegrias que o mundo oferece. - Nunca pensaram que a vida de um homem adulto de 70 anos é feita de 291 mil horas de vigília? A maioria das pessoas dorme 8 horas quanto bastam 7 horas. Quem dorme 7 horas, ganha na vida três anos!

Baden-Powell um homem que ficou na história de milhões de jovens em mais de 170 países onde se pratica o escotismo. Foi e é considerado o nosso Escoteiro Chefe Mundial e cidadão do mundo!

domingo, 21 de agosto de 2016

A árvore das folhas rosa.


Vale a pena ler de novo.
A árvore das folhas rosa.

                   Era uma visão incrível. Apareceu assim do nada. Fez-se presente para sempre em nossas vidas. Dizem por aí que só os escoteiros têm o privilegio de ver e ouvir coisas, pois eles têm o dom de enxergar de outra maneira a natureza hoje perseguida de maneira implacável pelos homens. Acredito piamente que isto é real. Estava eu em uma pequena trilha, mais quatro amigos escoteiros, todos em fila indiana, tentando cortar caminho para chegar ao Tanque dos Afogados. Desculpem, não morreu ninguém lá e nem é um tanque. Uma represa pequena, dócil, rasa, de águas cristalinas que por duas vezes ali estivemos acampando. Sempre passamos pelo caminho do Marquês mais de doze quilômetros. Não lembro quem deu a ideia de cortar caminho em um vale entre duas montanhas. Nem sempre as boas ideias prevalecem. Passava da uma da tarde. Um sol a pico e queimando. Quase quatro horas de caminhada. O suor escorrendo pelo rosto, os olhos vermelhos e o chapelão de três bicos faziam às vezes de um protetor carinhoso, mas que pouco ajudava.

                  Um local descampado, sem árvores, quem sabe usado como pastagem já que ao longe o gado pastava calmamente. Pensei em parar, mas sempre um animando dizia: - Vamos chegar! Vamos chegar! É só encontrar o vale das Vertentes. E esse não chegava nunca. Uma fome brava. Nem um biscoitinho a solta. Já respirava com dificuldade quando avistei o paraíso. Uma árvore. Não uma árvore qualquer. Era enorme. Incrivelmente linda! Nunca tinha visto uma cerejeira igual. Florida, folhas e flores rosa destoando da natureza ao seu redor. Só ela, ali, imponente e ao seu lado um pequeno riacho de águas claras. Visão maravilhosa. Um oásis dos deuses do paraíso naquele campo seco. Incrivelmente maravilhosa. Molhei o rosto calmamente. A sombra da cerejeira nos dava uma sensação de calma silenciosa e gostosa. Uma brisa fresca soprava de este para oeste. Sentamos embaixo próximo ao tronco. Pés levantados. Dizem ser bom para a circulação. Dez minutos, quinze, vinte. Uma hora. Ninguém animava em partir. Estavam todos no mundo dos sonhos coloridos que só os escoteiros possuem.

                 A tarde chegou mansamente. O sol estava se despedindo e prometendo voltar amanhã. Vermelho atrás das montanhas verdejantes. Ainda de olhos fechados lembrei que tinha lido não sei onde – “A flor de cerejeira cai da árvore na primeira brisa mais forte, mas não dizemos que ela nunca viveu. Uma flor que só dura um dia, não é menos bonita por isso”. Não queria abrir os olhos. Não queria partir. Eu tinha encontrado o paraíso. Não disseram que o tempo é relativo? Que a flor da cerejeira, por exemplo, dura apenas uma semana e mesmo se durasse mil anos ainda seria efêmera? Flor tão bela como ela não merecia durar eternamente? E o que é eterno se não o que dura com tamanha intensidade? Dormi. Não queira acordar. Agora a cerejeira não dava mais sombra. Não precisava, a noite chegou escura, mas logo o clarão das estrelas no céu dava o seu espetáculo a parte.


                Reunião de Patrulha. Partir? Cinco a zero para ficar. Um foguinho. Uma sopa, um café na brasa. Cantando baixinho a Árvore da Montanha. O céu estrelado ainda dando seu espetáculo maravilhoso. Um cometa passou correndo deixando um rastro brilhante. Fiz um pedido. Que a cerejeira em flor durasse para sempre! Aos poucos alguns dormiam. A cerejeira das folhas rosa era nossa barraca. O tempo passou. Ao lado algum anjo velava o sono dos escoteiros. Abri os olhos mansamente, uma réstia de luz aportava lá por trás das montanhas distantes. Era a madrugada chegando. O novo dia chegava sem fazer alarde. O orvalho caia de mansinho. A brisa eterna amiga não nos deixou. Um acalanto para nos dar um novo vigor no dia que chegava sem fazer ruído. O riacho ao lado parecia cantar canções de ninar. Pequenos peixinhos nadavam como a nos dizer bom dia!  Mochila as costas. Olhares e sorrisos entre nós. Escoteiros avante! Pé na estrada, pois o sol agora já estava firme no horizonte. Nosso destino? O Tanque dos Afogados. E lá fomos nós, em marcha de estrada sorrindo, mas saibam que nunca mais, em tempo algum, nós nos esquecemos da árvore das folhas rosa. Cerejeira em flor. Um amor, uma lembrança que ficou marcada para sempre!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Lembranças de cursos escoteiros.


Lembranças de cursos escoteiros.

Chefe, não tenho o direito de errar? - Era uma palestra em um curso. O tema era o Chefe e sua responsabilidade no contexto educacional do método escoteiro. Falar muito iria polemizar e fugir do tema central que estava sendo desenvolvido. Preferi em um momento de folga dar a ele a resposta que me pediu. Após o almoço regado a suco de maracujá, conversamos:
- Meu amigo chefe, quando analisamos uma trilha percorrida, nela sempre encontraremos o ponto onde erramos. Se corrigirmos os planos, podemos iniciar uma nova jornada. Tentar outra vez é como se fosse aprender a fazer fazendo. Assim também quando cairmos. Levantar porque só não caí quem não aprendeu a cair. Disso sabe o bebê que aprendeu a andar. O filhote de pássaro que aprendeu a voar. Não podemos desistir de continuar nossa luta. Pode não ter acontecido, pode ter falhado, mas quando tentamos realizar algum de bom sempre conseguimos.  O maior fracasso sempre foi o de não tentar.  Devemos nos orgulhar em dizer – “Pelo menos tentei”.
- Ele me olhou espantado, não esperava aquela resposta...

Bons tempos junto a quem realmente queria aprender a ser Escoteiro. 

domingo, 14 de agosto de 2016

Histórias de Fogo de Conselho. A Morada do Fantasma.


Histórias de Fogo de Conselho.
A Morada do Fantasma.

        Todos nós temos uma história de fogo de conselho para contar. Uns contam como se fosse real outros buscam na memória um conto qualquer lido em algum momento de sua vida. Esta história aconteceu em um acampamento de Tropa no sitio da Viúva. Quatro patrulhas vibrantes e com uma ótima programação feita por eles. No último dia o Fogo de Conselho. Os monitores escolheram um local próximo a uma pequena mata, onde existia uma casa abandonada e todos concordaram. Distante do campo uns 400 metros. A Patrulha de serviço não perdeu tempo. Fez um ótimo fogo preparado dentro dos padrões técnicos para evitar incêndios. Pretendiam que fosse acesa com o máximo dois palitos de fósforos. Se não conseguissem, outra patrulha assumiria o que dificilmente acontecia. Era uma tradição na Tropa.

       Em nossos fogos de conselho não havia um “Animador de Fogo”. Experientes sabíamos que no desenrolar da noite muita coisa seria lembrada e preparada na hora. Qualquer programa escrito estava fora de cogitação. Não iriam se prender a um roteiro, pois sabiam que como os outros fogos a participação era completa. Sabiam o que queriam e iriam fazer conforme aprenderam com esta tradição. Se havia uma coisa que detestavam era o tal Lampião do Conselho. Dava até vontade de rir do tal Lampião. Diziam que um bom mateiro ascende o fogo em qualquer tempo e em qualquer lugar! Eu acreditava, pois o adestramento da tropa sempre foi um dos melhores.  Enquanto isto os demais não se afastavam muito, pois a escuridão da noite e o lugar davam calafrios. Uma noite de céu estrelado, sem luar. Assentaram a bel prazer, enquanto um Escoteiro ascendia o fogo. No primeiro sinal da chama ficaram de pé, e como tradição antiga  invocaram os Espíritos dos Ventos e a viva voz, cantaram a Canção do Fogo de Conselho. Cantavam com gosto. Às chamas já se esticavam aos céus quando terminaram. Ouviram alguém bater palmas. Não eram eles. Se havia alguém escondido para amedrontar não seria com aquela Tropa. Um dos chefes deu uma busca em volta da casa e dentro dela. Nada.

Continuaram. Logo uma Patrulha imitava outra quando da enchente (no primeiro dia uma forte chuva encheu as barracas de lama). Surgiram palmas escoteiras inventadas na hora. Uma parada para conversa, um chocolate quente, uma mordida num biscoito. Conversas paralelas. Alguém alimenta o fogo, um dedilha o violão e outro começa a cantar. Alguns acompanham dois se encaminham para o centro da arena e começam a representar um Chefe e um Monitor. Risadas, palmas. Pedem um jogo, um Monitor se oferece para fazer um novo, aprendido em outra atividade. Um grito. Não muito alto. A tropa se cala. É brincadeira de alguém. Eles aceitam a participação do “Fantasma”. Irão quebrar a cara pensam. Não foi a primeira vez. Ouvem outras em outros acampamentos. Agora não seriam surpreendidos. Continuam às canções, improvisações, batem papos, jogos e até o Velho e conhecido Serafim voltou para jogar uma boa turma de novos ao chão. Não faltou o Contador de Histórias, e nessa o monitor mais antigo  se destacava.  Era assim o fogo da Tropa.

Às brasas começaram a aparecer. A lenha foi terminando e o sono chegando. Uma boca abre aqui, outra ali. A noite avançou sem ninguém perceber. Um Chefe convida a todos para a cerimonia de encerramento com a Cadeia da Fraternidade. Começam a cantar e param. Todos olham para dentro da casa e vêem uma luz azul brilhante. Ficam estáticos. Alguns vão até lá e dentro da casa não há luz! - Já existem tremedeiras. Sem falar voltam para o acampamento. Ninguém quer ir à frente nem ficar atrás. Dormiram encostados uns nos outros mesmo com a chefia alegrando e encorajando todos. 

No dia seguinte, após o desarme do campo, na cerimônia da Bandeira, um morador das proximidades estava presente assistindo de longe. Um Chefe o convidou para participar na ferradura. Ele veio sem jeito e ali permaneceu até o final. Uma rodinha se formou em redor dele. Queriam saber se ele sabia da historia da “Morada do Fantasma”:


- A casa foi construída pôr um jovem meeiro (usa terra da fazenda para plantar e um terço é do fazendeiro) da Fazenda do Quincas - disse – Conheceu Ana Luzia e se apaixonou. Casaram-se no outono de 1979. Ele mesmo construiu sozinho esta casa e viviam como um conto de fadas. Quatro meses depois ele matou a mulher porque achou que ela o traia. Não era verdade. Foi preso e condenado há vários anos de prisão. Ninguém sabe onde está e quando vai sair da cadeia. O que todos sabem é que o espírito ou “fantasma” da mulher não abandonou a casa e até hoje e a mantém limpa e arrumada, mesmo sem móveis sem nada. Um padre já benzeu a casa, mas ela não sai de lá. Ah! Histórias. Quantas delas tem um pouco de verdade?