Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Passagem para o Ramo Escoteiro.



Conversa ao pé do fogo.
Passagem para o Ramo Escoteiro.
Pelo Chefe Blair de Miranda Mendes.

                            Não raro encontramo-nos frente à situação de que excelentes Lobinhos, Cruzeiro do Sul, com várias especialidades, Primo ou Sub-Primo, quando passam para o Ramo Escoteiro, ficam alguns meses, começam a se desinteressar e faltar, e até abandonam o grupo. Por quê? - Talvez fosse mais cômodo, para nós, Chefes de Alcatéia encerrar a questão com afirmações tais como: “Esse Chefe de Ramo Escoteiro é ruim!”; Porém, as coisas não são bem assim, a responsabilidade da permanência do menino no Grupo Escoteiro é de todos os Chefes dos ramos que o jovem passa, em última analise é responsabilidade do Conselho de Chefes.

                           Baden Powell no livro Guia do Chefe Escoteiro menciona textualmente “os objetivos do Movimento (...) para serem sentidos em sua verdadeira grandeza, devem ser avaliados por seus efeitos no futuro e por um prazo nunca inferior a 10 anos. Esta é a real unidade de medida que deve ser usada no Movimento”. Assim, nossa responsabilidade como educador é garantir a permanência do jovem por um lapso de tempo suficiente para que possa extrair do Escotismo os efeitos benéficos. Portanto, a passagem de um ramo para outro merece muita atenção. É primordial que levemos em consideração, primeiramente, que é nessa idade que se desperta a faculdade emotiva e se desenvolve a sensibilidade de alma, ou seja, o jovem em uma fase de transição, carente de cuidados especiais.

                         Desperta-se a consciência de sua personalidade, começa a sentir e pesquisar mais as coisas sente o peso de suas responsabilidades, e nasce um pudor que esconde seus desejos, temores, dúvidas e desapontamentos. E a idéia de acabar com sua antiga vida de Lobinho e ressuscitar como escoteiro parece-lhe uma aventura extraordinária, ao lado desse estado emocional próprio da idade. Outros fatores influenciam a aceitação da vida na Tropa, quais sejam:
Perda de Status: O sistema de insígnias, ou seja, para cada avanço conquistado um símbolo (distintivo) que evidencie esta situação que tanto estimula os Lobinhos e escoteiros, pois influir negativamente na passagem, seja o Lobinho tão adestrado (e “enfeitado” no seu uniforme) vê-se de repente, sem nada, começando tudo outra vez; daí um motivo a mais para que trabalhemos para a conquista do Cruzeiro do Sul, pois o ex-Lobinho o ostentará no uniforme até 21 anos de idade, evidentemente é importante que o Chefe de Tropa faça seus escoteiros conhecer e valorizar este símbolo!

                             Outro dado importante é que o Chefe da Alcatéia evidencie na oportunidade da “trilha escoteira” que o adestramento obtido na Alcatéia é o início de um caminho e a base de conhecimento e aptidões que ele vai desenvolver paralelamente ao seu crescimento. Devemos mostrar ao Lobinho que os nós aprendidos na Alcatéia serão de valia em atividade de acampamento, jogos e grandes pioneirias como uma ponte, por exemplo; que cada especialidade tirada como Lobinho continuará valendo, e que surgirão novos desafios para aquela sua aptidão! 

                     Mudança de Ambiente: Qualquer um de nós já sentiu o quanto é desagradável adentrar (e se familiarizar) com um ambiente completamente novo e a Tropa, é algo muito novo para os Lobinhos, seja quanto à mística, como quanto à forma e organização, ou costumes e uniformes. É preciso por este ambiente o mais familiar possível antes da passagem. Por isso a “Trilha Escoteira” deve ser levada a sério. Façamos, portanto, a conversa com Chefe de Tropa, deixemos o Lobinho conhecer bem seu monitor, sua patrulha e seu canto de patrulha e façamos que participe de uma ou duas reuniões com a Tropa.

                    Esses contatos devem ser preparados meticulosamente pela Chefia de Tropa levando-se em consideração a presença do Lobinho. Provavelmente, é evidente, mas vale a pena lembrar que a acolhida da Tropa deverá ser familiar, sempre a de mostrar o júbilo em receber mais um elemento que contribuirá com crescimento quantitativo e qualitativo da patrulha e Tropa. Transformar a palavra Lobinho em adjetivo pejorativo ou usar expressões como “praga azul” poderá ser útil a Chefes que procuram uma identificação barata com seus escoteiros tampando sua incapacidade de manipular o verdadeiro método utilizando-se do mais fraco, mas certamente será humilhante e desestimulante para o Lobinho.


Melhor possível!

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