Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!

Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Redescobrindo o escotismo na Patrulha.


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Redescobrindo o escotismo na Patrulha.

- Logo após ter passado para a tropa de Escoteiros, vindo da Alcatéia, senti uma grande liberdade na patrulha pôr mim escolhida (deixavam que os lobinhos pudessem escolher suas patrulhas quando fossem fazer a Trilha). O Chefe e dois dos assistentes foram grandes amigos e foi um choque ao ver um monitor dirigir sem a presença deles em diversas ocasiões. Era um susto e tanto, pois na Alcatéia não tínhamos essa liberdade tão aberta! - Ali encontrei muita amizade e companheirismo. Tinha alguma preocupação com a liberdade de todos e me preocupava sempre com que fazíamos. Havia sempre o receio se desse errado em alguma atividade.

- Nem bem tinha completado três meses de tropa, e saímos pela manhã de um domingo (somente a patrulha em uma carta prego) indo de ônibus até a periferia da cidade e lá nos dirigimos a um sitio de um velho amigo do Grupo, que pôr sinal era sempre visitado pôr muitos escoteiros. - Na patrulha havia dois cargos em aberto, explico melhor - Todos nós escolhíamos nossas responsabilidades na patrulha e caso houvesse mais de um interessado no mesmo cargo, era feito sorteio. Assim, escolhi ser o escriba da Patrulha e no campo sobrou para mim ser o aguadeiro. Tinha facilidades para escrever e como um “Pata Tenra” achava ser a mais fácil.

- Chegamos ao sitio pôr volta das 08 e meia da manhã. Não era bem um sitio, estava mais para uma fazenda. Somente um sitiante na porta de entrada, pois o local quase não era explorado e se mantinha intacto principalmente a mata e pastos. Alguns bois, alguns cavalos, e mais nada. A casa sede era pobre. Três cômodos sem banheiro. Instalamo-nos e logo procuramos uma arvore para o cerimonial da Bandeira. Deram-me a honra de hasteá-la. Nosso monitor era calmo e ponderado. Era um autentico líder. Comecei a me acalmar à medida que participava das atividades. Os chefes já não faziam falta. Treinamos barraca, machadinha, nós (sem teoria) e corte de lenha, tudo isso pela manhã.

As 12:40 hs fizemos um lanche. Foi nesta hora que resolvi dar um giro pôr conta própria sem  falar com os demais. Atrás da casa havia um arvoredo muito bonito e ouvi um barulho de uma cascata. Dirigi-me até lá. Não era tão perto. Andei um bocado! - No meio das árvores só o barulho me chamava à atenção. Enfim avistei um pequeno riacho com águas límpidas e claras. Tão claras que se avistava o fundo. Fiquei hipnotizado! - Como era belo tudo aquilo! - Lembrei-me dos diversos contos da História da Jângal, contadas pela nossa Akelá, nas belas historias de Mowgly  junto ao Balu e Bagueera!

- Passei um pouco de água no rosto e vi que era hora de voltar junto a Patrulha. Dei meia volta e senti um calafrio! - Não sabia pôr onde tinha vindo! - Comecei a tremer nos meus 11 anos, agora  cheio de dúvidas. Não sabia se chorava ou se confiava que me achariam facilmente. Optei pôr ficar ali. - O tempo passava e eu já estava chorando baixinho. Senti uma mão no meu ombro. Levei um enorme susto. Era o nosso monitor. Graças a Deus!

- Voltamos junto e no caminho pensei que meu “papelão” seria ridicularizado pôr todos.  Estavam cada um fazendo uma atividade diferente. Nosso monitor pediu a um 2a. Classe para me dar um adestramento de posicionamento e marcação de pontos cardeais para ser usado quando se anda em pequenos bosques. Ainda não estava na hora de um bom adestramento de bússola e orientação. Tudo deveria fluir naturalmente e na hora certa!


- Não houve sermão. Só um pequeno lembrete pelo monitor e comigo a sós. Sorri agradecido. Nunca mais se repetiu. 

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