Uma deliciosa conversa ao pé do fogo!
Amo as estrela, pois mesmo tão distantes nunca perdem seu brilho, espero um dia me juntar a elas, e estar presente a cada anoitecer alegrando o olhar daqueles que amo
sábado, 28 de novembro de 2015
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Hora de dormir... A gente se acostuma, mas não deveria...
Hora de dormir...
A gente se acostuma, mas não deveria...
Eu
sei que a gente se acostuma, mas não devia. A gente se acostuma a morar em
apartamento de fundos, e a não ter outra vista que não sejam as janelas ao
redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque
não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não
abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo à luz. E a medida que se
acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A
gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar
café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibos porque não pode
perder tempo da viagem. A comer sanduiche porque não dá pra almoçar. A sair do
trabalho porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o
dia.
A
gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a
guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os
números aceita não acreditar nas negociações de paz. Aceita ler todo dia da
guerra, dos números, da longa duração. A gente se acosturma há esperar o dia
inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem
receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A
gente se acosturma a pagar tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para
ganhar o dinheiro com que pagar.
E a
ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que
as coisas valem. E, a saber, que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho,
para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra. A
gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e ver
anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir
publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável
catarata dos produtos.
A
gente se acosturma a poluiçao. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de
cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na
luz natural. As bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A
lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de
madrugada, a temer a hidrofobia dos cães. A não colher fruta no pé, a não ter
sequer uma planta.
A
gente se acosturma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando
não perceber, vai se afastando uma dor aqui, Um ressentimento ali, uma revolta
acolá.
Se o
cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se
a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o
trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim
de semana não muito que fazer a gente vai dormir cedo E ainda fica satisfeito
porque tem sempre sono atrasado.
A gente
se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acosturma
para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da Faca e da baioneta, para
poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta
e, que gasta De tanto acostumar, se perde de si mesmo. (MC).
Boa
noite.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Saudades do meu Fogo de Conselho
Saudades do meu Fogo
do Conselho.
Dizem que tudo de bom
na vida tem seu preço. Se pudermos pagar, pagamos se não... Partimos em busca
dos nossos sonhos transformando-os na vida real ou imaterial. Quanto custa ser feliz? Bendito seja quem
encontra a felicidade em pequenas nuances que o tempo nos dá a cada segundo que
vivemos. Partiremos agora célere a uma felicidade que muitos conseguiram ter
neste maravilhoso mundo dos escoteiros. Hã! Deitar na relva, respirar o ar puro
do campo, da floresta encantada, sentir a brisa cair suave no rosto, olhos
fixos nas estrelas cintilantes no céu como a dizer que seu brilho vai nos fazer
felizes para sempre. Quantos de nós não sorrimos nas noites de acampamento em
volta de um de um encantador Fogo de Conselho? É surpreendente estar ali, olhos
fixos no fogo, ou mesmo quando as chamas vão crescendo parecendo querer
alcançar o céu.
Os sorrisos, as paixões, a vontade de
ficar ali para sempre. Quem sabe ter asas para voar sobre aquela clareira, ver
do alto os amigos cantantes, canções errantes displicentemente cantadas por
lábios que aprenderam a entoar o Rataplã. Voltar novamente a terra, olhos
vidrados no Contador de Histórias. Ah! O Contador de Histórias. Indispensável
na vida escoteira de todos nós. Contar histórias é uma arte, uma arte gostosa,
palatável de agrado geral. Histórias se contam em todos os lugares, mas nos
Fogo de Conselhos elas tem seu lugar. A fogueira alta, o Contador de História sorrindo
a história surgindo seus gestos acompanhando, todos de olhos fixos tentando viver
os personagens daquela história maravilhosa. Os olhos da moçada não piscam.
Mesmo aqueles que já estiveram ali por muitas vezes são atraídos como os grilos
e pirilampos com suas luzes brilhantes e saltitantes parecem querer também
participar da história. É lindo estar ali com amigos, vendo um céu de estrelas,
ouvindo o piar de uma coruja escondida em um carvalho com seus olhos grandes,
negros sem piscar em um galho qualquer.
É gostoso demais viver e
participar de um Fogo de conselho. Poder ouvir o ruído da noite, a gente
enrolado na manta se enrosca em um tronco para melhor sentir o calor do fogo e
dos amigos que estão ao nosso lado. Nas brasas o bule de café, e enquanto a
história vai sendo contada alguém dedilha um violão encantado com um toque
saudoso ao luar. Ouvidos atentos, olhar penetrante cada um vai sentido o ar
puro da floresta invadir a seara do Fogo de Conselho. Em determinada hora se
ouve os sapos coaxando na lagoa próxima. A brisa não para de cair. O vento
sopra trazendo das montanhas distantes o latir do lobo guará que parece estar
ali junto a escutar. Os velhos mateiros sabem que já está na hora de ouvir o
canto do Uirapuru quando chama sua companheira, lá bem no fundo da floresta
Encantada. É um fogo especial, não tem hora para terminar. Outras histórias virão,
uma peça bem montada, alguém dá uma gargalhada e quem sabe pode até chorar. Tudo
ali é felicidade e as coisas vão desenrolando e chamam atenção até dos anjos lá
do céu. E sem perceber a gente se achega mais perto do fogo, pede a coruja espantada
que venha cantar conosco. Sinta-se em casa todos dizem. A gente vê no olhar dos
escoteiros e eles sorriem como a dizer: Pode contar uma história, duas ou quantas
quiser...
É... A gente ama o Fogo
de Conselho. Ele marca entra na gente afunda no coração, bate na mente e
escreve suas páginas na memoria e depois ficar na historia. A gente sorri e
sabe que não quer perder outro nunca mais. Ali naquela clareira distante,
pequenas chamas errantes se perdem no sonho do vento que as leva para longe.
Pequenas fagulhas são como cascatas invertidas que sobem no ar. Ali perdido nos
sonhos das mil e uma noite, a gente olha para o céu, quer tocar as milhares de
estrelas brilhantes que encantam a todos nós. A gente se perde naquele infinito
e passa a sentir que tudo faz sentido. Afinal quem sabe a gente pode pegar uma
e dizer: - Esta é minha, deixo-a no céu para que Deus possa guardar para mim. E
quando tudo termina, ao chegar ao lar quem sabe ao dormir e olhar para o teto a
gente vai ver a estrela escolhida que Deus guardou para nós. Fogo do Conselho, vermelho
na noite escura, dos ventos do sul e do norte, das montanhas da lua, do sol. É ali
que a realidade aparece, A gente vê Deus aquele que nos deu a vida e quem sabe
a alegria é tanta que deixa uma lágrima cair. E a gente serra os olhos e pede a
ele que não será o último. Senhor, neste azul do céu, onde encontrei a calma,
encontrei a paz que alimenta minha alma. Que os ventos do mundo me façam viver
novamente, em qualquer clareira, em matas escuras, e ver o fogo vermelho iluminando
as almas dos escoteiros que ali estarão sorrindo. Obrigado Senhor!
sábado, 14 de novembro de 2015
Hoje tem reunião, E quem sabe acampamento?
Hoje tem reunião, E quem sabe acampamento?
È bom demais acampar, Colocar a mochila as costas,
Sentir o peso gostoso, ir por estradas sem fim.
Parar para descansar, olhando as flores silvestres,
Admirar
o sol poente a seguir no horizonte,
A procura das montanhas de marfim.
Uma patrulha ao lado, colocar o pé na estrada.
Sentir a brisa no rosto, cantar uma canção bem
bolada,
A patrulha marchando em fila, o suor deixando marcas,
E esperar o "Chefe", Que vai dar a bela
ordem:
- Parando escoteirada! É hora de descansar.
É bom demais chegar lá. Onde vai ser o nosso lar,
E ali vamos viver, amando a nossa patrulha.
Vivendo com aquela turma, correria nas barracas,
Construir um pórtico um fogão, todo ele feito de
barro,
Na mesa a quadrada e uma costura que vamos nos
orgulhar.
E então um banho gostoso em um riacho qualquer.
A noite deitar na relva ver o céu, acordar de
madrugada,
Ouvindo o cantar da passarada sentindo o orvalho
cair.
È gostoso na barraca, descansar de uma luta,
De um dia de labuta já é hora de dormir.
E quem já sentiu a fumaça, do fogão à lenha
queimando,
Do alegre cozinheiro, com os seus olhos vermelhos,
Como se fosse chorar, e sorrindo ele sabe,
Que não é só a amizade é pertencer à equipe,
De meninos de estipe, fraternos e aventureiros.
E olhar as mãos, com muitos calos marcados,
Pois o facão e o machado, o sisal e o cipó,
Não perdoam a ninguém. Disso sabemos todos,
Ali são bons mateiros, gente boa. São escoteiros,
Se no jogo cair na grama do acampamento.
Dê risadas com amigos, pois ali é só união,
E quando a noite chegar, na porta de sua barraca,
Faça um pequeno fogo, sinta a alegria, de ver,
A Patrulha aproximando, um café quente e fervendo,
Conversas jogadas fora, sentir saudades da escola,
Da namorada amada, da mãe que não há momento,
Alcançar o seu intento, beijar seu rosto e sorrir.
É gostoso é bom demais, sentir o cheiro do mato,
Ouvir o som do regato, o cantar de um sabiá,
Um vagalume perdido, o uivo de um lobo guará,
Lá ao longe bem distante, nas montanhas verdejantes,
Onde ele uiva errante, onde é o seu habitat.
Gente que coisa boa, beber água da nascente,
Tão fresca e cristalina, de olhos fechados sorrindo,
Sentir o orvalho caindo, no rosto daquela manhã.
Do som da passarinhada ao anunciar nos gritantes,
Até o grilo falante, cantante ao alvorecer.
Como é linda a alvorada, ver a bandeira arvorada,
Em um galho firme qualquer e fazer à saudação,
Sentir-se um patriota, saber que a maciota.
Não faz parte do saber. Ver a Bandeira tão verde,
O vento soprando forte, representando a nação.
Dizem que somos meninos, que amamos o escotismo,
Que amamos as flores silvestres, olhar olho no olho.
A formiga que não para, A coruja que não ri,
O tatu que se esconde no seu buraco infernal.
E lembrando-se da verdade e sem fazer alarde,
Seja na sede ou no campo, seu saber estás buscando,
Para ser alguém amanhã. Bom demais ser Escoteiro,
Correr em busca do tudo, sentir no corpo o orgulho,
De cumprir a promessa a lei. Está é nossa missão.
Não esquecer a promessa, e tudo que prometeu,
Que seria homem honrado, do escotismo apaixonado,
A correr montes e vales, em busca das aventuras,
Que só podemos encontrar, no nosso escotismo amado.
Você que fica não chore, com nossa brusca partida,
Mas se um dia quiser, estamos em qualquer montanha.
Vá com sorriso nos lábios, coloque sua mochila,
Aprume a sua bandeira, Cante uma bela canção,
Um lindo sorriso no rosto, E venha nos encontrar.
Nos procure na rosa dos ventos, esperamos com
alegria,
Olhando sempre o horizonte, esperando por você,
A surgir atrás dos montes e dizer com muito orgulho:
Meu irmão acredite, eu aprendi a ser mateiro,
Agora eu tenho orgulho, eu também sou Escoteiro.
Chefe Osvaldo
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
A Flor Vermelha.
Conversa
ao pé do fogo.
A Flor
Vermelha.
Mowgli viveu
incríveis aventuras. No entanto Akelá, o líder da alcatéia, envelhecia e logo
ele erraria o bote pela primeira vez, assim como muitos dos lobos mais velhos. Shere-Khan usava
sua influência sobre os jovens lobos e convencia-os que Mowgli era um intruso
perigoso. Bagheera sabia que quando Akelá perdesse seu bote, ambos morreriam o
Lobo Solitário e Mowgli. O plano para salvar sua vida passava pela aldeia dos
homens e Mowgli, que vivia à espreita, observando-os, achou fácil roubar uma
vasilha cheia de brasas das mãos de um apavorado menino. Na caverna de mãe lobo
ficou todo o dia soprando as brasas e cobrindo-as com gravetos secos para
mantê-las vivas.
Naquela noite Akelá
perdeu o seu bote e o conselho reuniu-se para assistir a luta de morte que
elegeria um novo líder. Mowgli, entre Bagheera e Baloo, segurava seu pote de
barro com as brasas. Shere-Khan falou contra Akelá e contra Mowgli, incitando
os lobos a matá-los. Então, derrubando as brasas, Mowgli disse:
-Basta
de discussão de cachorro! Muito já me disseram esta noite para provar que sou
homem, a mim que desejava ser lobo toda vida, de modo que estou convencido de
que sou homem! -Vou-me para minha gente. A Jângal estará fechada para mim.
Serei, porém mais generoso que vocês; porque fui durante dez anos irmão de
vocês em tudo menos no sangue. Chamou-os traidores e disse que iria embora,
uma vez que era o que todos queriam.
Prometo que
quando me tornar homem, entre os homens não trairei vocês perante eles, como
vocês fizeram comigo. Vendo o fogo, os animais recuaram
aterrorizados. Mowgli usou um galho como uma tocha e assim armado com
a “flor vermelha”, que era como os animais chamavam o fogo, o menino
de dez anos agiu como homem pela primeira vez. Puxou os bigodes do tigre,
chamou-o de cão sarnento e manco, obrigou-o a tremer de pavor e a fugir
chamuscado pelo fogo que ele brandia sobre a cabeçorra malhada. Exigiu que
fosse poupada a vida de Akelá, e que ele fosse sempre ouvido nas reuniões do
conselho.
Mowgli ainda
prometeu que na próxima reunião da Roca do Conselho que ele viesse, ainda mais
homem traria a pele do comedor de bezerros, Shere-Khan sobre a cabeça. Depois,
sentiu uma tristeza enorme e pensou que estava morrendo, mas Bagheera disse que
eram apenas lágrimas. - "Você já é um homem", disse Bagheera
mansamente...
Com a
cabeça enterrada no colo peludo de Baloo, Mowgli chorou.
O que seria a Flor
Vermelha para a Alcatéia - Na Alcatéia, o Fogo de Conselho se chama Flor
Vermelha. É a festa do fogo, momento ideal para cantar e dançar em torno de uma
fogueira, demonstrando a capacidade de expressão e o gênio artístico dos
lobinhos. Seu nome provém do episódio da história de Mowgli em que ele parte
para a aldeia dos homens em busca de fogo, única forma de afugentar Shere-Khan
e os que queriam matar Akelá. A atividade é realizada em ocasiões especiais,
sendo sempre a última atividade do dia e seu conteúdo é uma mescla de canções,
pequenas representações, danças e outras atividades agitadas no começo e as
mais calmas no final. O local deve ser próximo ao acampamento,
preferencialmente desconhecido, privado para evitar desvios de atenção e que
tenha espaço suficiente para acomodar os participantes. Duração - A duração
total varia de 60 a 90 minutos. Formação e fogueira - A disposição das crianças
é uma ferradura em volta da fogueira, com a abertura na direção do vento. Os
apresentadores usualmente ocupam o centro da ferradura. A fogueira deve ser
feita num tamanho para durar apenas o tempo da Flor Vermelha.
Segurança - Tomar os
seguintes cuidados: o local para o fogo deve ser limpo e sem grama. (No caso de
existir grama, ela deve ser removida em quadrados de 12 cm de espessura e
reposta no dia seguinte.) Após a Flor Vermelha, o fogo deve ser extinto
completamente e devemos nos assegurar que não existam brasas que possam
provocar incêndio.
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