Lembranças da meia noite.
O maravilhoso e sensacional Fogo de Conselho.
Não tem quem que não fale
dele. Se alguém permaneceu por alguns meses ou por anos e anos no escotismo ele
sempre será lembrado e comentado. Para uns um mito, para outros uma cerimônia
que marca profundamente e para sempre. Uma coisa é certa. Deste o primeiro
acampamento em Browsea até hoje ele se tornou uma tradição que ninguém e nunca
será esquecido por parte de quem já participou. O lobinho adora. O Escoteiro e
a Escoteira vibram. Os seniores e as guias se preparam com esmero quando vão
participar e os chefes dão belos sorrisos pelas apresentações. E não são só
eles, para os que não são escoteiros e foram convidados se sentirão
reconfortados em estarem presentes.
Dizem secamente que o Fogo de
Conselho é uma atividade recreativa e artística realizada por escoteiros. Dizem
ainda que é umas das mais antigas tradições dentro do movimento Escoteiro. Citam até que Baden Powell fez questão de
falar sobre ele no seu primeiro livro Escotismo para Rapazes. Já li várias
explicações do porque do Fogo de Conselho. Contam que Baden Powell muito
viajado pelo mundo e principalmente na África e na América assistiu e viu
várias cerimônias por parte dos indígenas destes países e foi assim que deu
origem ao nosso Fogo de Conselho. A noite todos eles tinham uma tradição comum.
A tribo inteira se reunia em volta de uma grande fogueira de um modo muito
festivo e alegre, e as pessoas dançavam e cantavam assim como contavam e
encenavam histórias da própria tribo. Sempre no final o ancião mais velho
contava as tradições, e passava algum ensinamento aos mais jovens.
Igual a estas tribos, os
escoteiros também fazem o mesmo. De maneira geral esta tradição é passada de
geração em geração. Não só no passado, mas até hoje é comum que cada um tenha
uma manta especial, um chapéu, um boné, uma capa ou poncho, pois os índios
faziam isto com seus troféus. Dentes de animais, escalpos (risos) colares e
sempre com peles de animais sobre o corpo. Não vou aqui tentar ensinar sobre o
Fogo de Conselho. Sei que existem até cursos para isto. Claro, pois eu sei que
todos sabem que ele é o momento em que nos reunimos ao redor de uma fogueira,
ao final do dia, para divertir através de apresentações e termina com um
momento de reflexão e aprendizado feito elo Chefe. Alguns adoram histórias e os
participantes vibram.
Tenho o orgulho de dizer que
participei de muitos. Quem sabe três ou quatro centenas deles. Alguns se aprimoram
na montagem do fogo. Outros o fazem de maneira simples sem sofisticação. Já vi
vários onde o Animador do Fogo de Conselho no inicio gritava alto: Que os
ventos do norte, do sul, do este e do oeste, tragam a todos a alegria de uma
noite inesquecível! Acende-te fogo! E fogo dava uma pequena explosão e as
chamas apareciam lindas e formosas. Como? Um truque simples. Preparar com
antecedência. Abrir uma valeta e com bambus colocar pólvora. Depois a valeta é
fechada. Um parceiro coloca fogo na pólvora que ira queimar até o fogo. Mas
olhe, assusta. Parece mágica. E só deve ser feito por especialistas.
Vi também outros tantos aberto
ao público e aos pais das mais diversas criatividades próprias dos escoteiros. Tochas
vinda de varias partes, tocha voadora vindo de uma árvore presa a um sisal que
corre até o fogo o acende. E as apresentações? Lindas. Do professor Raimundo eu
ria a valer. Dos trapalhões cansei de rir. Do Rei da Macedônia vi dezenas de
vezes. E quantas mais? E as palmas? Nossa! São tantas. Se fosse escrever daria
uma dezena ou mais. Adorava a do peixinho, do trem, do sapo falante, da batida
no corpo, da mexicana, e claro da nossa mais famosa a palma Escoteira.
Mas nada é mais lindo para o Escotista
como olhar para os rostos dos jovens. Escuro ainda e a fogueira ir aumentando a
luminosidade, eles com aquela ansiedade, a espera do contexto, olhar fixo no
fogo e cada um sonhando ao seu modo o sonho de uma vida que só os escoteiros
podem ter. A felicidade suprema e a alegria de poder estar ali. Não vou
comentar sobre as canções, sobre os esquetes, sobre as histórias. E até deixo
para outro dia o comentário da Canção da Despedida. Uma despedida que marca,
mas que promete ser breve. Muito breve. Não vou comentar quantas chorei,
lágrimas eu derramei desde a mais tenra idade até hoje. Um "Velho"
chorão.
Fogo do Conselho. Esquecer
jamais! Lembrar sempre e sempre, pois assim como as estrelas no céu brilhando no
escuro da noite ou da lua a brilhar no céu eu sei assim como aconteceu comigo
aconteceu com todos. Não há como esquecer. Está firme e apegado dentro dos
nossos corações. Acho que pode ser ele um dos motivos por estamos até hoje no
escotismo. Ele o nosso amado, o querido, o sensacional, o espetacular FOGO DO
CONSELHO!
Boa
noite meus amigos e minhas amigas. Que o Senhor esteja sempre com vocês.